Apartamento 62

Dez

A noite esta quase sendo um desastre, para mim, tivemos que esperar o Bill se arrumar para jantar conosco, e isso me irritou em um nível que não poderia explicar, como se ja não bastasse ele ter aceitado participar desse jantar. Minha irmã claro esta sorrindo sem parar, suas bochechas não param e esse é o único motivo que me faz continuar, e a comida claro. 

Alexander é muito legal, contou-me um pouco sobre a companhia da familia, inclusive me contou qual o motivo de ter conhecido Erin, eles estão entrando em sociedade para construírem um prédio filial da editora em Paris. Sim, Paris. Isso quase me enlouqueceu, eles estão crescendo muito. 

Conheci a companhia Skarsgård no ultimo verão que passei em LA, quando fui trabalhar em um evento com a empresa da Luana, nós organizamos um evento para eles em um dos hotéis, o que posso dizer é que eles são uma companhia de construção dono da metade da Estocolmo, isso chega ser um absurdo. Nosso prédio mesmo foi construído por eles, e ouvir o Alex contando como ele e o seu irmão Gustaf tiveram a ideia brilhante de construir prédios residências foi ótimo, fiquei sabendo que escolheram esse lugar especialmente por causa da vista que iria proporcionar ao moradores e olha, eles não erraram. Acabei descobrindo algumas coisas sobre Bill, o homem que esta sentado ao meu lado na mesa, ele é um dos arquitetos da empresa, foi justamente ele quem desenhou o projeto do prédio onde moramos atualmente, agora eu entendo o seu bom gosto para decoração. 

Durante a refeição o namorado da minha irmã rasgou elogios para a comida dela, até mesmo para o molho picante, que ele amou, eu mesma quase não comi. 

-Eu disse que ele amaria. -rio cruzando as pernas.

-O que ela disse? -perguntou olhando para minha irmã.

-Vai que ele gosta de comida picante. -brincou imitando minha voz- Menina boba.

-Gosto da sua irmã. -é clichê dizer que eu adoro vê-los juntos?- Me diga irmão, gostou da comida?

-Os pãezinhos de canela são os melhores, tão bons quanto os da mamãe. -Bill debruçou os braços na mesa sorrindo para os dois a nossa frente, acho que ele gostou mesmo, comeu quatro dos nove que tinham.

-Obrigada, assim eu fico constrangida. -encolheu os ombros timidamente- Mas pelo o jeito, a sua mãe cozinha muito bem.

-Muito, ela é incrível e acho que conseguiu uma grande concorrente.

-Que isso, Alex, não quero concorrer com sua mãe. -segurou a sua taça levando aos lábios e bebericou um pouco do vinho.

-Seria uma forte concorrente, tem o meu voto. -Bill falou bebendo um pouco de seu vinho também.

-Vocês dois. -ela diz surpresa.

Encosto as costas na cadeira apenas o olhando conversar, esse ambiente, de família, a muito tempo que a nossa mesa não fica tão movimentada durante o jantar, duas pessoas podem mudar todo um momento. Havia me esquecido de como é ter esse tipo de socialização, como pode, uma doença nos privou de tantas coisas, inclusive coisas como essa, um simples jantar. Olho para meu prato distraída em pensamentos sobre a pandemia, sobre família, sobre o relacionamento legal da minha irmã, vê-los assim me faz ter vontade de viver um sentimento como esse, parece puro e verdadeiro, vejo isso quando se olham, não vejo os olhos castanhos de Erin brilharem tanto a anos. Quero um relacionamento assim, leve como o deles. 

Meus pensamentos mudam quando sinto um estranho toque quente em minha pele da coxa, olho para baixo vendo os dedos cumpridos e macios de Bill deslizarem por minha perna, respiro fundo o olhando. Seguro em sua mão a afastando, isso não esta certo. Por mais que eu goste de seus toques, por mais que eles me façam pedir por mais, nós combinamos que não iria se repetir. Seu olhar se encontra com o meu franzindo um cenho, o que ele quer?