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— Esteja certa que irei processar essa revista de quinta categoria, minha filha. — O pai de Helena se posiciona do outro lado da chamada de vídeo de maneira firme. Logo que havia visto a manchete que falava sobre Helena ele decidiu ligar para ela. Sabia o quanto a filha ficava mal com aquele tipo de notícia a respeito dela e não perdeu tempo em saber como ela estava se sentindo quanto a tudo aquilo.

A empresária suspira, enquanto faz um coque no alto da cabeça e o prende com o auxílio de um elástico.

— Deixa isso para lá, pai, eu fiquei mal sim com o que li, mas não vou ficar me preocupando com isso, é exatamente isso que eles querem, e além do mais tenho coisas mais importantes com o que me preocupar. Vou passar por cima de mais essa matéria tóxica e sem sentido.

— Tudo bem, filha, você quem sabe. — Ele diz vencido, já que sabia muito bem que não conseguiria convencê-la do contrário — mas isso já está parecendo uma perseguição em relação a você.

Ela assente, concordando com ele.

— Está vendo o motivo de eu sempre me manter longe dos holofotes? É por essa razão. Enquanto eu estava quieta em meu canto apenas estudando e trabalhando ninguém me perturbava, sobretudo enquanto eu vivia reclusa, mas de repente… — suspira — tudo foi pelos ares.

— Eu te entendo perfeitamente, filha. Dessa vez irei deixar isso passar em respeito a você, mas se voltar a acontecer eu mesmo irei tomar as devidas providências.

Ela sorri ante o comportamento do pai. Era bem verdade que o senhor e senhora Schiavone Fitzgerald se tornavam duas feras quando o assunto era proteger suas amadas filhas.

Os dois conversam por mais alguns minutos, se atualizando sobre suas vidas e rotinas e logo finalizam a chamada. 

Helena deixa o celular de lado e percebe quando Henry adentra o quarto com duas canecas nas mãos.

— Fiz um chá para você. — Ele anuncia, se aproximando e lhe entregando uma das canecas. Ela sorri diante de sua ação e lhe dá espaço para se sentar ao seu lado na cama. — É de camomila, seu favorito.

— Obrigada, querido. — Ela murmura e bebe um pouco, apreciando o sabor. — Está uma delícia.

Ele sorri de volta e ela o observa melhor. Conseguia perceber que ele parecia um tanto agitado e sabia muito bem o que aquilo significava. o ator sempre ficava daquela forma quando queria iniciar algum assunto delicado, mas não sabia por onde começar.

— O que quer me falar? — Ela se posiciona de uma forma mais confortável na cama e o encara com os olhos azuis esverdeados em modo atencioso.

Henry ri ao notar o quanto ela o conhecia tão bem.

— Como você está se sentindo? Está melhor? — Pigarreia — Não estou me referindo somente aquela matéria como também a todo resto que aconteceu em seguida.

Quanto a todo resto ele se referia a alguns haters disfarçados de fãs dele que usaram a matéria publicada como base para criticar ainda mais Helena e irem em seu perfil pessoal no instagram para comentarem diversas barbaridades, sobretudo sobre o fato de que ela não era bonita ou boa o bastante para o ator. A empresária não pode negar que aquilo a tinha deixado ainda mais cabisbaixa, pois desde pequena possuía problemas com autoestima por ter sofrido bullying durante um período. 

Ainda na escola ela usava enormes óculos de grau para corrigir um problema de vista, aparelhos para consertar os dentes um pouco tortos e possuía muitas espinhas, além de ser magra e alta demais. Era conhecida como o patinho feio da escola, ao contrário de sua irmã Hayley que era popular e muito bonita e que sempre a defendia dos ataques, mas todo aquele bullying criou um monstro na mente de Helena, que nunca se achava boa ou bonita o suficiente para alguém. Isso levava a sua insegurança na atualidade e de alguma forma aquela matéria e os ataques dos haters estavam trazendo de volta aqueles monstros do passado.

Kiss Cam | Henry CavillOnde histórias criam vida. Descubra agora