Estava quase no final da semente novamente, o que significava que a reunião estava cada vez mais próxima, assim como a viagem de Lucien.
Era madrugada quando acordo, tenho quase certeza que vejo o quadro na parede tremer, como se a casa estivesse com tremores, sútil, mas ainda perceptível.
Levanto da cama caminhando a passos silenciosos até a porta, poderia ser problemas ou...
Quando abro a porta vejo Lucien no corredor também, um olhar para a porta do quarto de Feyre e eu confirmei minhas suspeitas. Lucien percebe que estou na porta, e caminha silenciosamente, como a raposa que era, até a minha porta.
- é sempre assim? - dou espaço para ele passar, não ia ficar conversando no corredor, afinal, não queremos atrapalhar o...momento.
- eu avisei que ninguém liga se tem alguém em casa - o quadro na parede novamente treme, ele percebe e começa a rir, baixo o suficiente para somente eu ouvir.
- você ainda não viu quando eles estão nas montanhas - fecho a porta atrás de mim.
- é tão ruim assim?
- repito, ninguém aqui é discreto.
De certa forma me acostumei quando acontecia, procurava sempre dormir novamente, e colocar um travesseiro por cima da cabeça. Apesar de que agora estava mais sútil, não sei o que fizeram para conseguir esse feito, mas não duvido que tenha barreiras.
- ainda bem que mais tarde começo minha longa jornada - Lucien apoia as costas contra a parede ao lado da porta.
Já tinha voltado para a cama, estava sentada com o lençol cobrindo minhas pernas.
- você vai hoje?
Sabia que ele ia logo, mas não sabia que estava tão perto. Levanto o lençol batendo com a mão no lado vazio da cama, indicando para ele sentar também, ele entende o recado e sinto o colchão afundando ao meu lado quando ele senta.
- sim, a reunião está perto, e Rhysand quer que estejamos presente também, foi uma exigência - vejo pelo canto do olho ele encolher os ombros.
- dorme aqui então - meu olhar encontra o dele, sabia que se olhasse para ele assim acabaria concordando.
Lucien concorda.
Não disfarço o sorriso vencedor, conhecia ele o suficiente para saber como o fazer concordar, ou saber quando estava pensativo, quando algo estava o preocupando, quando a conversa o estava entediando. Quando isso acontecia ele apoiava a cabeça para trás e começava a olhar para o teto, como se estivesse pedindo para a mãe levá-lo.
- quando vai? - minha pergunta não é apenas curiosidade, eu tinha planos, só não vou revelar para ele, não agora.
- depois do café da manhã - percebo ele piscar, o semblante sonolento.
- então precisa dormir.
Ele apenas concorda com a cabeça e deita indo para baixo do lençol, seus cabelos se espalham pelo travesseiro, as mechas ruivas em contraste com o branco. Não demorou muito para ouvir a respiração serena, a boca dele levemente aberta, apenas o suficiente para o ar sair, afasto uma mecha que caía por seu rosto e deixo um beijo em sua bochecha, ele nem ao menos se mexe.
Mergulho para baixo dos lençóis também, mas não deito a cabeça no travesseiro, deito no peito do macho ao meu lado, com a falta da camisa conseguia sentir seu calor reconfortante, assim como as batidas do seu coração eram ouvidas, como nas muitas noites que consegui ouvir pelo lado. E embalada pelo calor do seu corpo e as batidas frenéticas do seu coração eu adormeci, estava sorrindo quando fechei os olhos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Corte de flores solares
FanfictionQuatro anos após os últimos acontecimentos as cortes se reúnem na Corte Outonal após a morte de Beron, Eris assume a corte e convoca uma reunião. Elain acompanha suas irmãs na visita para a corte, apesar da noite fria no fim do outono, a paisagem d...