Capítulo 32

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Olha quem voltou!!

Sentiram minha falta? Eu espero que sim.

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Muitas cartas.

Eu tinha muitas cartas para responder.

E a única coisa que consigo fazer.

A barriga já no último mês de gestação não me deixava fazer muita coisa, Lucien e eu paramos de viajar, Helion declarou que as relações estavam boas o suficiente para não nos preocuparmos com isso por alguns meses. Nós não discordamos, queríamos que o final da gravidez fosse tranquilo, e não poderia ser melhor, poderia até dizer que estou sendo mimada demais, mas é a forma deles demonstrarem que se preocupam e amam e a criança que carrego.

Não temos a certeza do que será ainda, mas desconfio que seja uma menina, a visão que tive dias atrás foi uma das mais adoráveis que poderia ter.

"Estava correndo nos campos de flores da Corte Diurna, a saia do vestido levantada para conseguir correr em uma velocidade maior, mas não estava em perigo, na verdade estava me divertindo, minha risada é alta e alegre, assim como uma segunda risada, que soava infantil e travessa.

No meio dos caminhos de flores vi a pequena menina que corria, o vestido branco com margaridas desenhadas agora estava com folhas grudadas por toda parte, os cabelos vermelhos como fogo e os olhos castanhos brilhavam a luz do sol.

- Eileen, eu vou pegar você - falo alto, fazendo a menina rir e correr mais rápido.

Não sabia como uma criatura tão pequena conseguia correr tanto, os cabelos voavam rebeldes em volta do rosto delicado.

Um grito animado me faz parar de correr, em seguida a última coisa que ouvi foi "papai" antes da pequena sair correndo na direção oposta. Meu parceiro abaixa na altura dela, os braços abertos pronto para recebê-la.

Fico entre as flores, apenas observando a cena em minha frente"

Sorrio com a lembrança da visão, foi a visão mais clara que já tive, era como se fosse um sonho, e se não estivesse bem acordada quando aconteceu certamente acreditaria ser mesmo um sonho.

Eileen.

Seria mesmo uma menina? Ela era tão linda na visão.

Toco a barriga, fazia dias que não se mexia muito bem, talvez não houvesse espaço ou estava se preparando para nascer. A curandeira da corte afirmava estar tudo bem, e que a qualquer momento o bebê poderia nascer, isso não acalmava meus ânimos, e a cada dia minha ansiedade crescia mais para ver o pequeno gosto.

Uma das situações que não aguentava mais eram as constantes idas ao banheiro, mas quando levantei da cadeira parecia ser diferente dessa vez. Com pequenos passos consegui chegar ao banheiro, mas a dor aguda não me deixou continuar, e só depois percebi que o chão estava...molhado?

Estava entrando em pânico, e não conseguia pensar quando poucos minutos depois uma nova dor me atingiu, precisava chamar alguém.

Gritei pelo laço, implorando para que meu parceiro me ouvisse onde quer que estivesse.

Menos de cinco segundos depois ele apareceu, o rosto em uma máscara de preocupação, ele observou todo o cenário e no instante seguinte me pegou no colo, só senti o que estava fazendo quando me colocou em cima da cama.

E os minutos seguintes passaram como um vulto, alguém tinha entrado no quarto, alguém tinha saído e entrado de novo, mas não conseguia prestar atenção, conseguia apenas respirar fundo e tentar controlar a dor quando surgia.

Corte de flores solaresOnde histórias criam vida. Descubra agora