Capítulo 20 - Primaveril

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Era metade da manhã quando chegamos na Corte Primaveril, o lugar me deixou sem palavras, encantada. Por estar no final da primavera tudo parece brilhar em cores, o verde vibrante da grama, os campos de flores cheios, repletos, macieiras eram vistas do outro lado.

Giro nos calcanhares, meus olhos atentos observam cada detalhe, absorvendo a essência do lugar.

Apesar de quem comandava, a corte é encantadora, linda, o aroma de flores perfeito, poderia sentar na grama e ficar admirando cada parte do lugar, seria fascinante correr pelas flores, sentir o perfume, tocar nas pétalas delicadas.

Mas um olha para Lucien me deixa preocupada, a testa estava franzida, me pergunto se devido a visita para o antigo amigo, ou se tinha percebido algo incomum, seu olhar rodeava o lugar com preocupação.

- está tudo bem?

- sim, ou não, está tudo vivo demais, e a mansão...

As palavras morrem na boca dele, acompanho o olhar até encontrar a grande construção poucos metros a frente.

As paredes brilhavam, pareciam novas, limpas, belas roseiras enfeitavam em volta da casa, e nas pilastras da frente espinheiros subiam em aspiral, não por descuido, mas de forma harmoniosa, haviam sido colocados para enfeitar.

- não era para ser assim? - tinha ouvido que a corte primaveril estava em decadência, mas não sabia a situação que se encontrava.

- estava tudo... destruído, mas agora...

Lucien não termina a frase novamente, seus olhos se concentram na porta de entrada, a madeira perfeitamente polida.

As janelas estavam limpas, era possível ver as cortinas pesadas da cor creme.

- aquela porta, tinha marcas de garras e estava caindo aos pedaços, claramente trocaram.

Lucien estava perdido na própria mente, deu passos curtos, aos quais acompanhei até chegar na frente da porta. Ele não se moveu, apenas ficou encarando a grande entrada, sabia que estava se perguntando o que tinha acontecido.

- nós... - não tive tempo de terminar a fala, a porta se abre revelando uma bela fêmea, os cabelos dourados caíam em grandes cachos pelos ombros, os olhos de um verde que pareciam as esmeraldas de um colar que vi em uma loja de Velaris.

A fêmea veste um vestido rosa, pequenas flores foram colocadas por todo o vestido, ela era consideravelmente mais alta do que eu, e curvilínea, conseguia perceber pela forma como o vestido ajustava na cintura.

- vocês chegaram, estávamos esperando - a fêmea diz em um tom alegre e receptivo.

Lucien e eu não entrados, não damos um passo, ficamos apenas paralisados na entrada da porta observando a fêmea em nossa frente.

- desculpem-me, não fiz as devidas apresentações, sou Ayana, podem entrar.

A fêmea, que agora sabia se chamar Ayana, afasta-se da porta nos permitindo espaço suficiente para entrar.

- e Tamlin? - foi a primeira pergunta de Lucien, nem mesmo ele sabia o que estava acontecendo.

- logo chegará.

Ayana não dá muitas explicações, apenas nos guia para a sala.

Toda a casa estava perfeitamente arrumada, com riqueza de detalhes, o aroma é igualmente único, de flores, mas não forte, era suave como uma brisa, perfeito para encher os pulmões.

- devem estar se perguntando quem sou eu, não me surpreende, ninguém vem aqui a muito tempo - ela indica um sofá de cor azul céu, enquanto se acomoda em uma poltrona da mesma cor.

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