Fim

488 57 25
                                    

Quando o despertador anunciou que já eram sete horas e que precisaria levantar, Rafaella apenas desligou o mesmo e se virou na cama, ela não tinha dormido nada. Passara a noite toda remoendo a briga que teve com Bianca.

Seus olhos estavam inchados de tanto chorar, e ela viu no espelho a personificação da idiotice. Ela era tão tola, por achar que o amor que ela sentia era tudo, que nada mais precisava ser acrescentado no relacionamento.

Relacionamento.

Riu de si mesma. Ela era uma idiota completa quando o assunto era isso. De alguma forma ela sempre acabava estragando tudo com Bianca. E não foi diferente dessa vez.

-Nossa, você está horrível! - Ivy disse enquanto tomava seu café, serviu uma xícara para a amiga que se sentou ainda cabisbaixa.

-Obrigada, era tudo que eu precisava ouvir agora. - riu.

-Cadê a Bia? - disse olhando para os lados em busca da garota - Nem vi quando chegaram.

-Ela não está aqui - disse simplesmente e Ivy suspirou.

-O que aconteceu, Rafa? - disse segurando a mão da amiga, Rafaella desabafou sobre a conversa, o encontro com Maju e tudo mais - Caramba, isso foi sério hein.

-Ela me mandou embora, creio que sim - Ivy fez uma careta pela ironia - Desculpa, eu estou mal humorada hoje.

-Eu entendo, está tudo bem - garantiu - Vai falar com a Maju?

-Não sei, Ivy. - suspirou.

-Olha, Rafaella, a Maria Júlia é afim de você e isso é tão óbvio, eu entendo a Bianca, você iria gostar se fosse o contrário? O pinguim lá.. qual o nome dele? - Rafaella resmungou Diogo e ela assentiu - Se ele tocasse a Bianca como a Maju faz com você, você iria levar numa boa?

Rafaella fechou os olhos e não respondeu nada. Estava pensando em cortar o contrato e resolver pelo menos aquele problema. Ela queria pelo menos uma vez fazer a coisa certa para ela, por Bianca.

Mas é difícil fazer a coisa certa quando tantas oportunidades caem em seu colo. E ela sentia isso na pele, estava na galeria, eram dez da manhã e ela quis resolver tudo cedo. Pediria desculpas a Maju, e se desligaria dali. Pelo menos era isso que ela queria fazer, até chegar ali e encontrar uma Maria Júlia toda empolgada.

Maju tinha conseguido atrair o interesse de um grande apreciador de artes, durante a exposição, e ele estava louco para conhecer a mineira. Rafaella não conseguiu sair, era uma realização grande demais. E ela explicaria a Bianca a oportunidade.

-Maju, eu nem sei o que dizer.. - estava ainda surpresa - Isso é muita coisa.

-Eu sei - pegou a mão da garota e apertou afagando - Você tem tanto talento, é tão boa no que faz. - disse sinceramente, mas o tom era estranho, um olhar de cobiça.

-Eu queria conversar com você - quebrou o contato e começou a andar nervosamente - Você pode me fazer um grande favor para que possamos ainda trabalhar juntas?

Ela assentiu sorrindo leve, Rafaella não estava com uma cara nada boa.

-Claro, pode falar, Rafa. - se aproximou.

-Você pode parar de fazer isso? - disse envergonhada e ela arqueou a sobrancelha - De ficar pegando em mim, de ficar me olhando assim, você sabe do que estou falando, Maju.

A mulher suspirou, temia que isso acontecesse. E naquele momento ela só queria dizer que iria parar, mas era automático olhar para Rafaella com carinho, ela sentia um tipo de paixão pela garota desde que a viu na faculdade, pintando um quadro tão concentrada e apaixonada. Rafaella era especial e ela sabia disso. E a beleza da garota só piorava tudo.

ENCONTROSOnde histórias criam vida. Descubra agora