Sem perdão

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A maldade humana vai muito além do que se possa imaginar, as pessoas são capazes de coisas inacreditáveis e frias. Mas é difícil quando essa pessoa é sua própria mãe, alguém com quem você conviveu a vida toda. Alguém que você amava.

                     

Bianca sentia o estômago revirar em ter as imagem de Mônica dentro do apartamento de Rafaella, sua mãe estava com olheiras visíveis, e mesmo a olhando de perto, Bianca não sabia quem era aquela mulher.

                     

Mônica vinha tentando ligar para ela desde o dia em que ela saiu correndo, mas por fim, decidiu que queria vê-la pessoalmente e explicar tudo, pelo menos ela planejava isso. Já bastava o desprezo que Edgar deixou claro sentir por ela.

                     

Rafaella pigarreou olhando para a garota. Em um sinal mudo de deixá-las sozinhas, mas Bianca a segurou pela mão, não queria estar sozinha com ela e mais, Rafaella era a única pessoa que poderia segurá-la quando ela caísse em um poço de realidade cruel. Ela tinha medo de não suportar.

                     

-Filha - Mônica começou baixo - Eu qu-.

                     

Ela a interrompeu.

                     

-Não me chame de filha se quiser continuar essa conversa, Mônica - disse firme, mas por dentro ela sentia a dor perfurando seus ossos. Mônica acenou fraco.

                     

-Podemos conversar em particular - direcionou a Rafaella, mas Bianca foi enfática em garantir que a mineira não saísse dali.

                     

-Ela sabe de tudo e não vai sair daqui!

                     

Mônica se rendeu e respirou fundo. Ela queria contar tudo a filha e tentar conseguir o perdão dela, mesmo vendo que seria difícil.

                     

-Eu errei - começou - Eu traí o seu pai, você sabe - Bianca engoliu o nó, seu pai era um homem maravilhoso e não merecia isso - Quando fui para Santa Cruz, foi um erro, mas eu engravidei, fiquei desesperada - chorou e Bianca a olhava sem piscar - Eu pensei em abortar - Bianca respirava com dificuldade - Mas eu não podia. Maria era secretária de Edgar, e me ajudou, fiquei na casa dela até o fim da gravidez um ano lá foi o suficiente para acabar com a minha vida, eu-.

                     

-Você queria abortar!? - perguntou incrédula e Rafaella apertou a mão dela.

                     

Estavam sentadas no sofá, bem longe claro, mas estavam.

                     

-Que escolha eu tinha? - respondeu - Eu tinha um vida aqui, tinha você, seu pai. - Bianca chorou mais, sua mãe era um monstro - Eu amava vocês.

                     

-Você nunca amou ninguém! - disparou - Você não sabe o que é isso, Mônica.

                     

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