Capítulo 15

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Capítulo saiu mais cedo porque sem chance de encontrar forças pra revisar e publicar depois da prova do enem. Se você tá lendo antes de ir fazer a segunda fase: boa sorte, quebre a perna, leve um remédio pra dor de cabeça e preste atenção nas perguntas porque até matemática no ENEM envolve interpretação de texto. Se tá lendo depois de fazer: você fez o melhor que pôde, matemática não é de Deus, você já merece parabéns por ter tentado. Se você ainda tá mal pela primeira fase e tá pensando em não fazer a segunda: MEU ANJO VOCÊ JÁ PAGOU POR ESTA MERDA, VÁ LOGO FAZER!

 Se você ainda tá mal pela primeira fase e tá pensando em não fazer a segunda: MEU ANJO VOCÊ JÁ PAGOU POR ESTA MERDA, VÁ LOGO FAZER!

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— Você já estudando pro ENEM esse ano? – um pai perguntou para a filha enquanto eu colocava seus pedidos sobre a mesa.

A garota deveria ter dezessete ou dezoito anos e confirmou, acara exausta delatava o quanto não queria tocar nesse assunto.

Voltei para a cozinha, agora com mais dificuldade em me focar no trabalho, minha mente invadida por pensamentos reflexivos indesejados. Eu nunca prestei ENEM. Sempre soube que queria fazer teatro e sempre considerei o curso técnico muito mais interessante para mim do que o bacharel ou a licenciatura. Além do mais, não era um aluno bom o bastante para passar para uma faculdade pública e minha família não tinha dinheiro suficiente para pagarmos uma particular.

Lembro como me sentia bem no último ano da escola. Ao passo que meus colegas estavam estressados e surtavam com os vestibulares, eu entregava currículos, fazia alguns trampos, procurava juntar dinheiro pra escola de teatro, fazia alguns cursos gratuitos online de música e canto. Nunca tinha tido dúvidas de estar tomando a decisão certa...

Até que os resultados começaram a sair e as pessoas começaram a publicar com felicidade os prints que mostravam terem passado na faculdade. A sensação foi tão estranha. Como se ao escolher um caminho diferente, tivesse ficado para trás. Tentei me convencer que era coisa da minha cabeça, que escolher algo diferente não significava estar para trás.

Mas, com todos criticando o fato de eu não ter prestado vestibular, julgando a carreira que tinha escolhido cursar, me pressionando para tentar qualquer outra coisa... Era impossível não me pegar em momentos como esse. Com coração disparado, completamente aflito sobre minhas escolhas de vida. Apavorado com a ideia de ter estragado a minha vida.

Quem sabe? Talvez realmente tivesse feito a escolha errada e estragado todo meu futuro como todos sempre diziam.

Suspirei olhando em volta, tentei lembrar para qual mesa deveria levar aqueles pratos.

Será se eu tinha estragado tudo?

***

— Por que os comerciais são tão longos? – suspirei no celular, sentado na cama, assistindo a novela.

A televisão do meu quarto era pequena, presa na parede lilás. A cor estava descascada em alguns pontos, revelando pontos brancos. Não era um quarto grande, mas, era confortável suficiente. Gibis da Turma da Mônica nas três prateleiras marrons, junto de obras de Shakespeare, Silvia Gomez, Dione Carlos, Jô Bilac e de outros dramaturgos. Nenhuma janela.

Luzes e EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora