Capítulo 27

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Decidi me voluntariar pro serviço na ONG

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Decidi me voluntariar pro serviço na ONG. Ocupava meus sábados. Tinha menos tempo pra descansar de verdade, via o Isaac menos ainda, mas ei, ficava o dia todo cercado pela mais pura fonte de serotonina e dopamina: catíoros e gatíneos. Ás vezes, quando não tinha aula de teatro, passava lá depois do trabalho.

Frequentemente, entre uma atividade ou outra da ONG, Alex me puxava para um canto e passávamos alguns minutinhos nos beijando. Suas mãos imobilizando as minhas ou apertando de leve meu pescoço.

 Às vezes, dependendo se os pais estavam em casa ou não, ele me chamava para ir lá e passávamos dos beijos. Ele não era um mete fofo como o Isa, na verdade, seu jeito combinava bem mais comigo... Ok, ele era ainda mais neurótico com sexo seguro do que o Isaac, mas, enfim... E ele ainda ter dezessete anos significava que haviam coisas que eu sequer cogitaria sugerir. E também, admito, sentia certa falta dos beijinhos pelo rosto que o Isa me dava, o estilo mete fofo era gostoso.

Mas, as coisas com o Alex eram mais fáceis. Eu não sentia aquele nervosismo agradável perto dele que sentia perto do Isaac. Não conversávamos sobre mil assuntos, mesmo que trocássemos fotos indecentes e memes, sabia um pouco de sua vida e ele um pouco da minha. Não eram as conversas e desabafos que tinha com Isaac. 

As coisas com Alex eram as coisas do jeito certo. Era a amizade colorida que Isaac e eu deveríamos ser, mas que meu coração idiota e acelerado não conseguia ser perto dele.

Enfim, tinha vezes horríveis em que chegava um gato atropelado ou um cachorro sem um olho na ONG e eu queria chorar completamente sem fé na humanidade? Óbvio. E tinha vezes que os animais não resistiam. Mas, também podia vê-los melhorar, podia ver vários ganhando novos lares e me sentia feliz com isso.

Barry foi adotado uma semana depois de eu enviar ele pra ONG. Sofri muito, mas acredito que ele estaria melhor com a família que o adotou. Davi me contou que a ONG dava uma investigada nos adotantes sempre e que o casal que adotou o Barry aparentava-se muito cuidadoso.

— O que está cantando? – Alex perguntou, começando a secar a gatinha preta em que tinha dado banho. Era uma filhotinha que deveria ter apenas dois meses, com orelhas enormes e olhos verdes.

Estávamos fazendo isso hoje. Bom, eu estava. Alex fazia o que quisesse, a madrinha dele era dona da ONG e a qualquer momento ele sairia pela porta e iria fazer qualquer outra coisa que achasse mais interessante porque esse homem tem uma capacidade de foco a longo prazo quase zero.

Normalmente gatos não precisam tomar banho, claro. Mas, esses tinham acabado de chegar do resgate. Tinham sido encontrados numa lata de lixo e estavam com restos de comida preso no pelo, além de, o meu pelo menos, cheiro de cerveja. Era melhor dar banho.

—Helpless. É de Hamilton. – respondi segurando o gatinho cinza com mais força pelo cangote quando ele tentou se soltar.

— Você e musicais.

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