Capítulo 28

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Pedidos de namoro são algo complicado

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Pedidos de namoro são algo complicado. Tem pessoas que gostam de pedidos extravagantes e outras que preferem pedidos discretos e tem quem gosta de humilhações tipo, carro de telemensagem.

Então, eu estava numa posição muito delicada porque fazer o pedido errado poderia resultar numa rejeição. E não fazia ideia se o Raoni era o tipo que preferia pedidos extravagantes, discretos ou humilhantes. A vida é uma vadia sem graça.

Respirei fundo andando com Rao até o ponto de ônibus para irmos a estação, pegar o metrô e tal.

— Como foi o fim de semana? – perguntei, minha mão no seu ombro.

— Legal, mas tenho quase certeza que já te contei sobre meu fim de semana no celular. Quer dizer, você me liga, me pergunta como foi o meu dia e aí eu te pergunto como foi seu dia e a gente fica jogando papo fora, então você já sabe como foi meu final de semana.

— Verdade, verdade... – merda, Isaac, seu fodido. — Acho que são os remédios me deixando avoado. – menti. Os antidepressivos estavam me deixando enjoado e meio desconectado da realidade, não avoado. Só que, pareceu uma boa desculpa.

— Tá tudo bem?

— Tratamento padrão pra quem tem TPOC, acredito. – dei de ombros. — Devo me acostumar com os efeitos em algumas semanas. E como tá o ensaio pra peça?

— Ah... Eu tenho que ajustar o figurino. Vou usar o salário desse mês, talvez não dê pra conta de luz. Me empresta suas maquiagens?

— E tudo mais que você quiser. – sorri. — Quer ensaiar um pouco nos intervalos da novela?

— Seria legal, obrigado. – sorri quando ele me deu um selinho. — Você é um doce. E o nosso ônibus tá vindo. Vem.

Paramos na beira da calçada e ouvi o ônibus parar também. Dei um pulinho pra trás quando a porta abriu e bateu na minha cara.

— Machucou? – Raoni soou preocupado enquanto eu entrava no ônibus.

— Vou sobreviver, peixe-anjo. – respondi entredentes, esfregando meu nariz.

Dessa vez não fui para parte de trás, me contentando em sentar num dos preferenciais da frente já que o ônibus parecia mais vazio hoje.

— Eu também preciso comprar uma peruca. Não acho que elas venham com a fantasia. – Raoni comentou perto de mim.

— Eu acho que vem, mas qualquer coisa eu te compro uma.

— Você é o que? Um sugar daddy de dezenove anos?

— Eca. – fiz careta. — Eu tô pegando bastantes jobs esse mês, posso gastar um pouco com um cara bonito como você.

— Você vai me fazer ficar metido. – resmungou, envergonhado.

Sorri.

Talvez fosse minha intenção, pensei, mas não disse.

— O que acha de sairmos esse fim de semana? Poderíamos ir a algum cinema ou no Museu do Som, eles tem gravações de poesias de Carlos Drummond sendo declamadas pelo próprio Carlos Drummond! Domingo, que tal?

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