Capítulo 19

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OLHA O HOT!

OLHA O HOT!

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Raoni

— Então, você queria se montar como drag? – Isaac perguntou curioso. Atravessávamos o corredor do motel rumo ao quarto. Quase não nos deixaram entrar nesse também. Tivemos que mostrar nossas identidades e ainda conferiram a minha duas vezes.

— Eu queria. – admiti. — Por isso o negócio de teatro... Achei que ajudaria a performar e tal. E daqui alguns semestres terei aula de maquiagem... Parecia apropriado.

— Você ainda quer?

— Às vezes. – confirmei fazendo careta. — Era pra parecer um sonho mais real agora que tô estudando e tal, né? Mas, não parece. Acho que vou acabar deixando pra lá e me contentando com teatro mesmo.

— Por quê?

Porque não é barato e eu só quero juntar dinheiro pra vazar de casa, pensei, mas não falei. E porque não saberia nem por onde começar.

— Aqui. – abri a porta do quarto... Suíte... — Mas que porra... Caralho!

— Eu escolhi errado de novo? – Isaac perguntou nervoso, entrando atrás de mim. Fechou a porta do quarto e tirou a jaqueta jeans longa de estampa militar que usava por cima de uma camisa preta do Stich. — Por favor, diz que não! Foi caro!

— Não... Sim... Tipo... Porra, puta merda! – respirei fundo passando os olhos pelo cômodo. — Por que tem três camas?

— Ah... Sei lá.

— Meu Deus, Isa! Eu só queria um lugar que não fedesse a mofo e que tivesse paredes grossas, você não precisava me alugar um apartamento! – exclamei ainda olhando o lugar.

Eumoraria ali numa boa!

Além das três camas de casal, cheias de almofadas (pra que tanta almofada?), as paredes tinham um tom rosa claro, o chão brilhava de limpeza. Uma mesinha de cabeceira ao lado de cada cama. Mexi na luz, curioso, ao perceber que era daquelas que podia regular e por uma meia-luz.

Tinha um espelho no teto, meu pai amado! Um espelho gigantesco de uma ponta a outra do teto!

A televisão tela plana enorme sobre um aparador cheio de presilhas, camisinhas, lubrificantes... Olhei o frigobar, saltitante.

— Duzentos e sessenta contos um vinho! Puta que pariu! Não estamos mais no Kansas.

— Que?

— Mágico de OZ! – gritei, ofendido por ele não ter entendido de cara. — Olha esse cardápio! Eu nem sei ler esses nomes!

— Vê se tá tudo limpo. – Isaac avisou andando até a cama. — Pelo que entendi, eles tem uma higienização mega rigorosa dos quarto, mas tem que verificar tudo mesmo assim...

— Vou ver o banheiro! – avisei ao mesmo tempo em que tirava os sapatos.

Banheira e bidê, caralho. Franzi a testa ao perceber que aquele banheiro provavelmente era maior que meu quarto. Deviam caber três quartos meus ali. Puta merda, o dinheiro que ele gastou com aquilo devia dar pra comprar tudo da Polishop!

Luzes e EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora