Capítulo 24

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Sai do job completamente acabado

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Sai do job completamente acabado. Dois castings e um job no mesmo dia pareciam tortura, pensei, minha cabeça doendo.

— Oi, pode, por favor, me dizer quando o ônibus pro Terminal Pinheiros passar? – pedi gentilmente a seja lá quem estava ao meu lado no ponto de ônibus.

— Claro.

— Obrigado. – sorri de lado enquanto pegava meu celular e meus fones.

Guardei a bengala no bolso da mochila. A pegaria quando o ônibus parasse.

Verifiquei minhas mensagens, respondi um áudio que a Beatriz mandou com voz de choro, exausta da vida. Dei o melhor apoio que pude, embora a mensagem fosse de algumas horas atrás. Decidi que compraria um kit de produtos de cabelo para ela, produtos de cabelo sempre a animavam.

Disse ao meu pai que estava voltando para casa e franzi a testa para o áudio do Raoni.

— Oi, você deve tá no trabalho ou sei lá... Nem sei quando você vai ver isso, mas, é... Eu tive que entregar meu cachorro pra uma ONG de adoção e tô bem mal com isso, então... Se... Quando cê tiver tempo, puder me ligar... Ia ser legal. – o áudio encerrou e a voz do Talback veio em seguida, informando que a mensagem havia sido enviada há umas três horas atrás.

— O ônibus tá vindo, moço.

— Obrigado. – agradeci dando sinal.

Entrei no ônibus e sentei num lugar da parte da frente que cederam pra mim. Não estava com paciência para passar para parte de trás, responder aquele áudio era mais importante. Guardei minha bengala e voltei a pegar o celular, liguei para o Raoni.

Chamou quatro vezes antes dele finalmente atender.

— Alô?

— Oi. Eu só vi sua mensagem agora. Como cê tá? O que aconteceu?

— Bom... – a voz do Raoni estava fanha, como se ainda chorasse. — Minha mãe colocou o Barry pra fora... Eu acho que nunca te falei dele, né? Eu adotei ele enquanto você tava me dando gelo. Enfim... Eu cheguei e ele não tava e eu sai na rua procurando por ele e eu achei... Mas, fiquei com medo de ela jogar ele na rua de novo então... Pareceu melhor...

Esperei um instante para ver se ele falaria mais alguma coisa, e como não falou, perguntei suavemente:

— Onde você tá?

— Tô tomando sorvete no shopping. Não quero ir pra casa. Ainda tem coisas do Barry lá e não sei o que fazer com elas e não quero pensar nisso agora. Mas, minha mãe vai dormir no trabalho pelo menos, então talvez eu madrugue num bar ou numa balada ou coisa assim, ela nem vai saber. Não trabalho amanhã mesmo.

Deixar um cara potencialmente viciado em analgésicos virar a noite bebendo não me parecia muito inteligente, pensei.

— Quer dormir lá em casa?

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