Capítulo 21

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Atualização dupla!
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Não deveria ficar surpreso quando Isaac parou de ir me encontrar depois do trabalho

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Não deveria ficar surpreso quando Isaac parou de ir me encontrar depois do trabalho. Retribui o favor parando de ligar durante a novela. Acho que meu interesse ficou bem óbvio e o desinteresse dele foi resposta mais que suficiente.

Eu realmente não deveria ficar surpreso. Dezenove anos e nunca namorei. Os caras com que eu ficava... Bom, nunca queriam mais do que ficar. E na maioria das vezes, estava bem com isso; mas às vezes, eu queria mais e me decepcionava ao ver o óbvio.

E não sei bem o porquê disso. Não sou nenhum Michael B Jordan, mas, na boa? Ninguém é. Me considero bonito pra caralho, razoavelmente interessante e o fato d ter um emprego também me parece um ponto positivo. Ok, talvez eu não seja tão interessante de se conviver, não sou muito bom de papo, mas... Poxa.

Desci do ônibus e abri o guarda-chuva. Tentei afastar esses pensamentos enquanto voltava para casa. A chuva caía forte e minhas costas ainda doíam mesmo após ter tomado o remédio. Estava começando a ter que tomar dois comprimidos pra ter algum efeito. Era uma merda.

Ouvi um choro vindo de um canto e franzi as sobrancelhas, sem entender de onde o som vinha.

Andei até um monte de caixas amontoadas numa calçada, atrás delas, amarrado numa lixeira de rua, um pequeno vira-lata preto e mel, todo encharcado chorando. Olhinhos castanhos brilhantes.

— Oh, tadinho... – apoiei o guarda-chuva no ombro enquanto começava a soltar a corda que o prendia no poste. — Vem cá, vem. Tá tudo bem. – ele ganiu e tentou fugir quando o peguei no colo. — Tudo bem, eu não vou te machucar. Vem cá, vamos sair dessa chuva, ok? Tudo bem.

Continuei falando com o cachorrinho, tentando acalmá-lo ao fazer meu caminho pra casa. Com alguma dificuldade abri o portão. Minha mãe dormiria no trabalho hoje, então não tinha mal levar um filhotinho pra casa, tentei me convencer.

Joguei minha mochila na cozinha e peguei uma bacia grande. Enchi de panos e cobertas velhas antes de colocar o cachorrinho dentro, tentando secá-lo. Ele ainda chorava e espirrava de frio quando terminei.

— Você tá com fome, tá? – fiz carinho em sua cabeça. — Eu acho que você pode comer carne já, né? Você não é tão filhote mais.

Peguei um pedaço de frango, enchi uma tigelinha de plástico com água, voltei pra área de serviço.

— Aqui, come um pouco. Vai te fazer bem.

***

Duas semanas depois, eu brincava com meu cachorro no chão do meu quarto.

— Isso, Barry! Pega! – dei risada, jogando a bolinha e o observei correr para debaixo da cama saltitante para pegar. — Isso, dá aqui, dá!

Ele mordeu a bolinha com mais força enquanto eu tentava puxar de volta.

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