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⋆·˚ ༘ *

— Isso é... canela? — Gabriela questionou, tomando mais um gole da bebida e fixando um olhar curioso na direção de Sheilla.

Esse foi o quarto café que ela ganhou da morena ao longo de uma semana e meia, todos diferentes do anterior. Um dia foi um cappuccino, outro um macchiato. E hoje foi um latte com um leve toque de alguma especiaria a qual Gabi não sabia se tinha identificado corretamente.

— Aham — Sheilla confirmou, tomando um gole de seu próprio café.

— Hmm — Gabriela cantarolou — você está chegando perto — ela disse deixando o copo em cima do banco e pegando uma sacola de coletes que havia deixado no chão.

— Bom saber, — Sheilla sorriu, ajeitando seus óculos escuros no rosto.

— Você sabe que pode só me perguntar, né? — Gabriela disse encarando Sheilla com as mãos na cintura — E eu te falo como gosto do meu café.

— E onde está a diversão nisso? — Sheilla riu.

Ela não poderia negar que estava gostando de tentar desvendar Gabriela... seu café favorito pelo menos. Era um jogo legal, e ela gostava de ver as reações de Gabi a cada nova bebida que ela trazia. Uma coisa ela tinha certeza, Gabriela amava café. Ela terminou cada um dos que Sheilla trouxe, mesmo que nenhum deles fosse o seu de preferência.

Gabriela ignorou as leves ondas que tomaram seu corpo ao pensar na pergunta de Sheilla. Ela revirou os olhos e voltou seu foco à quadra. Arrumando as pilhas de coletes coloridos divididos por sua cor, cada um em seu devido lugar. Isso era seguro, pensar em exercícios e vôlei. Qualquer que fosse o brilho escondido por trás daqueles olhos castanhos não era seguro. Especialmente por ela estar treinando a filha de Sheilla, especialmente por ela nem saber se o pai de Alex estava na equação, especialmente por ela ser um desastre ambulante, e as Castros serem muito boas para isso.

— São muitos cafés, — Natália cantarolou batendo seu quadril no de Gabriela.

— Você também está ganhando um pouco em casa treino — Gabriela respondeu se afastando da amiga.

— Sim, mas ela não tá tentando descobrir o que eu gosto de beber,

— Talvez isso seja porque eu não disse meu pedido pra ela depois de assumir que ela fosse me comprar alguma coisa — Gabriela devolveu.

— Ah, por favor, Gabizinha! — Natália reclamou irônica — Ela vem em todos os treinos e fica sentada ali, só assistindo.

— Sim, assistindo à filha dela, — Gabriela disse encolhendo os ombros, se voltando às redes desmontáveis que ela precisava desembrulhar e dispor na quadra.

— Oh, acredita em mim, — Nat a caçoou, — ela não está assistindo apenas Alex.

— Concordo em discordar, Nat!

— Meu gaydar não falha! — Natália gritou, sua voz ecoando pela quadra.

— Seu gaydar tá quebrado desde a vez que a Betinha de rejeitou — Brait brincou ao passar por elas, comentando tão casualmente que fez Gabriela soltar risadas.

— Ela não me rejeitou. Ela disse que talvez outro dia, — Natália a corrigiu.

— Nos avise quando esse dia chegar — Gabriela continuou a provocação, alcançando algumas das redes para Brait que as levou ao outro lado do ginásio.

Somebody ElseOnde histórias criam vida. Descubra agora