Stay

4.1K 287 120
                                    

notas iniciais
vi um tweet com uma fotinho da gabi fazendo a pose de poder e lembrei de vocês haha boa leitura! leiam as notas finais por favor :)

⋆·˚ ༘ *

Quatro anos atrás...

Os gritos de Alex foram os responsáveis por quebrar o sono de Sheilla desta vez. O pulsar na cabeça de Sheilla só estava piorando, e sua garganta parecia crua e arranhada. Ela já havia tomado três tipos diferentes de remédios, e nada parecia estar funcionando. Sua camiseta tinha manchas cor-de-rosa do remédio infantil que Alex cuspiu, mas Sheilla sentia ter energia suficiente para trocar de camisa. Ela atravessou a cama, sabendo que Mari estava lá quando adormeceu e esperando que Mari pudesse pegar Alex desta vez, mas agora o colchão estava frio e vazio.

— MÃE! — Alex chorou do corredor, sua voz estridente e suas respirações se elevando.

Sheilla despertou de vez, ignorando a sensação dolorosa em suas pernas e braços, e correu pelo corredor até onde Alex estava sentada em sua cama.

— Eu me sinto mal — chorou Alex, soltando uma longa tosse, seu rosto contorcendo de dor assim que a tosse diminuiu.

— Eu sei, filha, — suspirou Sheilla, imediatamente pegando Alex em seus braços. — Vamos tentar beber alguma coisa.

— Ok — Alex murmurou, enterrando o rosto na lateral do pescoço de Sheilla.

Sheilla tropeçou na cozinha, quase derrubando as malas que estavam paradas no corredor. Ela não conseguia se lembrar se elas estavam desempacotados da viagem de despedida de solteira que Mari tinha dado para uma de seus amigas ou se elas estavam recém-prontas para outra coisa, mas vê-las fez com que o estômago de Sheilla se sentisse apertado. Isso enviou um gosto amargo para a boca dela.

— Quente — sussurrou Alex. Ela apertou os punhos pequenos na camisa de Sheilla e pressionou o rosto ainda mais no pescoço da mãe.

— Você está com calor? — Sheilla perguntou.

— Você tá, mamãe — respondeu Alex.

— Sim, acho que ainda tenho febre, tutuca — Sheilla balançou a cabeça.

Sheilla encheu uma chaleira com água e a colocou no fogão. Ela nem tinha certeza de que Alex sequer beberia chá, mas estava disposta a tentar qualquer coisa para conseguir aquecer a garganta da filha. Se a garganta de Alex estivesse tão dolorida quanto a dela, ela sabia que uma bebida quente ofereceria algum alívio temporário.

— Preciso que você beba um pouco de água, tutuca. Você está com fome? — Sheilla perguntou, pegando um cobertor do sofá e voltando para a cozinha. Ela colocou o cobertor sobre uma cadeira e colocou Alex no cobertor, embrulhando-a como um pequeno burrito.

— Eu quero a mãe — Alex pediu, seu lábio inferior balançando enquanto lágrimas encheram seus olhos.

— Eu sei — suspirou Sheilla. Ela colocou um copo de água e alguns biscoitos simples na frente de Alex na mesa antes de tirar o telefone dos bolsos das calças e tentar discar o número de Mari. Ela recebeu sua mensagem de voz, assim como recebeu ontem quando elas voltaram do consultório do pediatra.

Alex tomou alguns goles de sua xícara e depois segurou para Sheilla. — Aqui, mamãe. Divide, — Alex fungou, lágrimas caindo de seus olhos grisalhos.

Somebody ElseOnde histórias criam vida. Descubra agora