Capítulo 1

3.3K 146 5
                                    

Helena

Acordei suando, depois de um pesadelo que tive com ele, o cara que ainda assombra minha vida, por tudo o que me fez passar, Juan Fox, olhei para o relógio e passava das seis da manhã.

Fui até o banheiro fazer minha higiene pessoal, entrei no banho e esperei que a água fria tirasse os resquícios do sonho ruim de mim.

Fiquei um tempo parada embaixo do chuveiro, quando tomei coragem, sai e fui direto para o closet, escolhi uma saia de cintura alta preta, blusa de alcinha na cor branca, sapatos altos na cor preta, passei uma maquiagem básica sem chamar muita atenção, não sou a maior amante de maquiagens mesmo.

Peguei uma maçã, as chaves, carteira e coloquei tudo na bolsa, fui em direção a porta e foi ai que eu lembrei que tinha que pegar meu celular, voltei peguei e guardei.

Quando estava entrando no elevador meu irmão me liga, incrível como aquele menino sabia a hora certa de me ligar.

- Oi, irmãzinha que não amo!

- Que você não ama pouco é o que você quer realmente dizer.

- Assim como você me ama.

- Eu te amo sim, mas fale logo por favor, estou indo pro restaurante.
Dou risada

- Tá bom, tá bom, tenho uma novidade, vou passar um tempo morando com você, Posso?

- Claro que sim!

-Ok, me mudo hoje a noite, que horas você sai do restaurante?

- Hoje ele fecha meia- noite, mas deixarei a chave com o porteiro.

-Ok maninha, até mais tarde.

- Até mano, te amo.

- Também te amo.

Saio do elevador encerrando a ligação e vendo se tenho alguma mensagem, aparentemente tudo normal no restaurante se não já teriam me enchido de ligação.

Pensando bem, eles estão aprendendo a se virar sem mim, isso é bom, já que na minha ausência eles sabem se virar muito bem.

De repente um tombo, ergo minha cabeça e me deparo com meu vizinho, Mariano.

- Desculpe Mariano, estava meio aérea.

- Tudo bem Leninha, eu percebi, estava aonde em?

- No Restaurante obviamente. Respondo sorrindo pra ele.

- E quando você não está pensando no restaurante?

- Tá ai uma boa pergunta, talvez quando eu estou preocupada com meu irmão.

- Você não tem jeito mesmo - Sorrio pra ele.

- Não, mas bem, tenho que ir já estou atrasada, aparece lá uma hora dessas, será muito bem vindo.

- Claro que eu vou, as melhores comidas são de lá!
Me responde piscando um olho.

- Fico feliz em ouvir isso.
Lhe dou um beijo na bochecha e saio andando pra garagem.

Meu vizinho é um gato, olhos azuis, cabelos loiros, alto, corpo definido na medida certa e desde que me mudei pra cá me chama de Leninha, na verdade é o único que fala assim comigo, mas desculpem esqueci de dizer, ele tem namorado, o José, que também é um amor de pessoa, isso mesmo pessoas, ele é gay, quase não acreditei quando ele me contou. 

Saio dos meus pensamentos quando chego no meu carrinho comprado com muito trabalho e suor, um Audi R8, preto com branco.

Sempre quis um, sou apaixonada por esse carro desde de que me entendo por gente e há um ano atrás consegui comprar.

Acelero o meu baby ouvindo seu motor suave me dizendo que está querendo sair, ligo o ar condicionado e fecho meus vidros fumê, quando estou para ligar o som, meu celular toca, o plugo no painel do carro e atendo enquanto saio da garagem:

- Olá sobrinha ingrata!
A voz da minha tia Mary, ecoa pelo carro.

- Oi tia e eu não sou ingrata, só não me sobra muito tempo nessa vida de dona e Chef de restaurante, eu já te expliquei !

- Eu sei, eu sei, mas é que sinto saudades da minha sobrinha linda, minha única menininha! 

- Eu sei tia, mas...

- Mas você cresceu e tem sua própria vida agora, não precisa mais dessa sua tia velha!

- Você sabe que não é nada disso, eu te amo tia, você que foi pra longe lembra? Ninguém mandou se mudar pra Grécia, tá mais dramática que a mamãe!

-Foi o amor que me trouxe pra Grécia, já que meu belo marido está aqui, falando nisso e sua vida amorosa?

- Ah, titia, eu não tenho mais tempo pra isso, e depois de tudo que aconteceu, é melhor evitar.

- Eu sei querida, mas você tem que superar meu amor.

- Eu vou tia, eu vou, a conversa está ótima, mas eu vou desligar...

- Tudo bem, já acostumei, sempre que falamos nisso, você foge!

- Não é isso tia, estou chegando no restaurante agora e preciso trabalhar, está bem? Depois nos falamos sim?

- Certo minha querida, tenha um bom dia e manda um beijo pro seu irmão, outro que não atende o telefone.

- Certo Tia, beijo, te amo, tchau.

- Também, te amo querida, Avtio.( Tchau em grego). encerro a ligação.

Ela sempre me vem com essa, eu não quero isso agora, já me basta aquele cara, o qual até hoje tenho pesadelos, não preciso de mais um fardo como esse!

Tá, eu sei que nem todos são iguais e não é que eu não esteja me permitindo, mas por enquanto eu só quero viver minha vida, nessa tranquilidade de agora, só isso.

Estaciono o carro na garagem do restaurante e me encaminho para o nosso vestiário, abro meu armario e coloco minha bolsa pegando uma sapatinha, o avental e uma toca para o meu cabelo.

Me visto e chego a conclusão de que para esquecer qualquer coisa, preciso trabalhar e é o que eu vou fazer.

Ocupo minha mente de algo útil e tento controlar o misto de sentimentos ruins que sinto todo vez que me lembro dele e do que ele foi capaz de fazer comigo.

Inesperada PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora