Helena
Acordei suando, depois de um pesadelo que tive com ele, o cara que ainda assombra minha vida, por tudo o que me fez passar, Juan Fox, olhei para o relógio e passava das seis da manhã.
Fui até o banheiro fazer minha higiene pessoal, entrei no banho e esperei que a água fria tirasse os resquícios do sonho ruim de mim.
Fiquei um tempo parada embaixo do chuveiro, quando tomei coragem, sai e fui direto para o closet, escolhi uma saia de cintura alta preta, blusa de alcinha na cor branca, sapatos altos na cor preta, passei uma maquiagem básica sem chamar muita atenção, não sou a maior amante de maquiagens mesmo.
Peguei uma maçã, as chaves, carteira e coloquei tudo na bolsa, fui em direção a porta e foi ai que eu lembrei que tinha que pegar meu celular, voltei peguei e guardei.
Quando estava entrando no elevador meu irmão me liga, incrível como aquele menino sabia a hora certa de me ligar.
- Oi, irmãzinha que não amo!
- Que você não ama pouco é o que você quer realmente dizer.
- Assim como você me ama.
- Eu te amo sim, mas fale logo por favor, estou indo pro restaurante.
Dou risada- Tá bom, tá bom, tenho uma novidade, vou passar um tempo morando com você, Posso?
- Claro que sim!
-Ok, me mudo hoje a noite, que horas você sai do restaurante?
- Hoje ele fecha meia- noite, mas deixarei a chave com o porteiro.
-Ok maninha, até mais tarde.
- Até mano, te amo.
- Também te amo.
Saio do elevador encerrando a ligação e vendo se tenho alguma mensagem, aparentemente tudo normal no restaurante se não já teriam me enchido de ligação.
Pensando bem, eles estão aprendendo a se virar sem mim, isso é bom, já que na minha ausência eles sabem se virar muito bem.
De repente um tombo, ergo minha cabeça e me deparo com meu vizinho, Mariano.
- Desculpe Mariano, estava meio aérea.
- Tudo bem Leninha, eu percebi, estava aonde em?
- No Restaurante obviamente. Respondo sorrindo pra ele.
- E quando você não está pensando no restaurante?
- Tá ai uma boa pergunta, talvez quando eu estou preocupada com meu irmão.
- Você não tem jeito mesmo - Sorrio pra ele.
- Não, mas bem, tenho que ir já estou atrasada, aparece lá uma hora dessas, será muito bem vindo.
- Claro que eu vou, as melhores comidas são de lá!
Me responde piscando um olho.- Fico feliz em ouvir isso.
Lhe dou um beijo na bochecha e saio andando pra garagem.Meu vizinho é um gato, olhos azuis, cabelos loiros, alto, corpo definido na medida certa e desde que me mudei pra cá me chama de Leninha, na verdade é o único que fala assim comigo, mas desculpem esqueci de dizer, ele tem namorado, o José, que também é um amor de pessoa, isso mesmo pessoas, ele é gay, quase não acreditei quando ele me contou.
Saio dos meus pensamentos quando chego no meu carrinho comprado com muito trabalho e suor, um Audi R8, preto com branco.
Sempre quis um, sou apaixonada por esse carro desde de que me entendo por gente e há um ano atrás consegui comprar.
Acelero o meu baby ouvindo seu motor suave me dizendo que está querendo sair, ligo o ar condicionado e fecho meus vidros fumê, quando estou para ligar o som, meu celular toca, o plugo no painel do carro e atendo enquanto saio da garagem:
- Olá sobrinha ingrata!
A voz da minha tia Mary, ecoa pelo carro.- Oi tia e eu não sou ingrata, só não me sobra muito tempo nessa vida de dona e Chef de restaurante, eu já te expliquei !
- Eu sei, eu sei, mas é que sinto saudades da minha sobrinha linda, minha única menininha!
- Eu sei tia, mas...
- Mas você cresceu e tem sua própria vida agora, não precisa mais dessa sua tia velha!
- Você sabe que não é nada disso, eu te amo tia, você que foi pra longe lembra? Ninguém mandou se mudar pra Grécia, tá mais dramática que a mamãe!
-Foi o amor que me trouxe pra Grécia, já que meu belo marido está aqui, falando nisso e sua vida amorosa?
- Ah, titia, eu não tenho mais tempo pra isso, e depois de tudo que aconteceu, é melhor evitar.
- Eu sei querida, mas você tem que superar meu amor.
- Eu vou tia, eu vou, a conversa está ótima, mas eu vou desligar...
- Tudo bem, já acostumei, sempre que falamos nisso, você foge!
- Não é isso tia, estou chegando no restaurante agora e preciso trabalhar, está bem? Depois nos falamos sim?
- Certo minha querida, tenha um bom dia e manda um beijo pro seu irmão, outro que não atende o telefone.
- Certo Tia, beijo, te amo, tchau.
- Também, te amo querida, Avtio.( Tchau em grego). encerro a ligação.
Ela sempre me vem com essa, eu não quero isso agora, já me basta aquele cara, o qual até hoje tenho pesadelos, não preciso de mais um fardo como esse!
Tá, eu sei que nem todos são iguais e não é que eu não esteja me permitindo, mas por enquanto eu só quero viver minha vida, nessa tranquilidade de agora, só isso.
Estaciono o carro na garagem do restaurante e me encaminho para o nosso vestiário, abro meu armario e coloco minha bolsa pegando uma sapatinha, o avental e uma toca para o meu cabelo.
Me visto e chego a conclusão de que para esquecer qualquer coisa, preciso trabalhar e é o que eu vou fazer.
Ocupo minha mente de algo útil e tento controlar o misto de sentimentos ruins que sinto todo vez que me lembro dele e do que ele foi capaz de fazer comigo.
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Inesperada Paixão
RomanceConfiança. Amor. Palavras que sozinhas deveriam ser inofensivas, mas elas sempre andam acompanhadas e infelizmente na vida de Helena, elas trouxeram dor. Seu passado, não é a melhor lembrança que tem, o mais próximo que possui de um relacionamento...