Capítulo 7

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HELENA   

Acordar todos os dias e fazer as mesmas coisas pra uns é ruim, mas no meu caso eu acho ótimo, um dia a cinco anos atrás, eu nem sabia se isso seria possível, agora eu comemoro a mesmice.

Levanto cedo da cama, não são nem seis horas ainda e eu sei o motivo de acordar tão cedo.

Aquele empresário não me sai da cabeça, não sei porque, mas aqueles olhos verdes estão visitando meu pensamento.

Olho para o lado e meu irmão ainda está dormindo todo desajeitado e esparramado, quase me empurrando pra fora da cama.

Apesar de sereno, eu sei que ele ainda se culpa pelo que me aconteceu, ele acha que deveria ter chegado a tempo, mas não foi culpa dele, foi minha por simplesmente ter me envolvido com aquele cara.

Eu sei o quanto isso dói nele, não ter prendido o cara, mas eu estou bem e pretendo continuar assim.

Alongo meu corpo me forçando a andar para o banheiro, pego meu roupão vindo da Grécia, presente da titia, uma lingerie e vou pro banheiro.

Me olho no espelho e caramba, eu tô com cara de acaba, ter pesadelos faz isso comigo, me deixa mais cansada do que outra coisa.

Deixo a água morna aliviar meu corpo e levar tudo com ela, deixando a mulher que se reergueu emocionalmente ao longo desses anos ganhar coragem pra enfrentar seus demônios mais um dia.

Saio do chuveiro quando meus dedos já estão enrugados, me seco com a toalha visto minhas peças íntimas, coloco o roupão por cima e penteio novamente meus cabelos em coque, dessa vez mais arrumado, escovo meus dentes, coloco pequenos brincos na indo para cozinha em seguida.

Abro minha geladeira e separo tudo que vou precisar para fazer o café da manhã e uma lasanha para o meu irmão jantar, já que devo sair tarde do restaurante hoje, como sempre.

Bato um bolo simples, metade chocolate, metade branco e ponho pra assar.

Faço um suco com poupas de morango e pego pães de forma para fazer torrada.

Tiro o bolo do forno, ponho numa boleira, pego as torradas e uma geleia de morango pondo tudo em cima da bancada.

Deixo a lasanha pré pronta na geladeira, quando me viro sou surpreendida por um beijo na bochecha.

Sorrio pro meu irmão.

- Bom dia maninha!
Diz sorrindo e pegando um copo de suco que também já estava na bancada.

- Bom dia dorminhoco.
Respondo fechando o forno e dando um beijo estalado em sua bochecha.

O folgado do meu irmão está só de cueca boxer vermelha que por sinal fui eu que dei.

Ele se senta na mesa e me chama com o dedo, para tomarmos café.

- Então, botou o que na geladeira?

- Uma lasanha pro seu jantar.

- Hummm, gosto disso - Respondeu pegando um pedaço do bolo

- Vai, fala, eu sei que você está se segurando.
Digo terminando minha torrada.

Pela cara dele, eu sei que quer me perguntar alguma coisa.

- Sobre os seu pesadelos, você me disse que estavam contidos, que você nem lembrava a última vez que teve um, mas claramente você mentiu pra mim - Ele me encara

Respiro fundo antes de o responder.

- Max, eu não menti, eles vão e voltam, simples assim.

- Não é simples assim.

Inesperada PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora