Capítulo 30 parte 2

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HELENA

Acordei em um porão, droga eu não deveria mesmo ter saído mesmo de casa hoje, minha cabeça lateja e pelo que posso ver, estou com as mãos algemadas e minhas pernas amarradas com cordas, ainda esta tudo meio embaçado, ouço duas vozes e de repente Juan abre uma porta.

- Porque esta fazendo isso?

- Porque eu te amo, e você me ama, so que não se lembra

- ISSO NÃO É AMOR! É DOENÇA!
Ele me ignorou levantando uma mão, e acertando meu rosto, sinto gosto metálico em minha boca.

- DESGRAÇADO. Ele levanta a outra mão e nesta tem uma faca estilo caçador.

- O que você vai fazer com isso? pergunto assustada, enquanto ele caminha em minha direção com um sorriso maldoso

- Fazer que você saia dos encantos dele, e para isso você precisa saber, que estar com ele, que amar ele, é sentir dor.

- Como assim?

- Vou lhe mostrar! Ele se aproximou de mim, com a faca, sorriu, depois fez um corte em minha coxa, gritei de susto, e o sangue começou, eu segurei o choro, precisava ser forte naquele momento.

- Sem Choro? Ótimo coração, já estamos evoluindo!

- Você sempre foi uma mulher forte, por isso eu não entendo coração, como se deixou enganar por aquele cara? ele não te ama como eu, jamais te amará como eu! Ele continua falando enquanto anda ao meu redor.

- Não, nisso você tem razão, ele jamais me amará como você, porque seu amor é doentio! eu respondo e recebo outro tapa no rosto, nesse momento tenho certeza que meu lábio inferior está cortado, sinto o gosto do sangue.

- Não seja insolente coração. Ele aperta minhas bochechas que latejam, e raiva brilha em meu olhar, como eu queria descontar esses tapas agora.

Ele pegou álcool numa prateleira e jogou em cima do corte, que mesmo não sendo muito profundo, ardeu como o inferno, travei o maxilar e senti uma lágrima solitária escorrer por minha bochecha, mas eu não daria qualquer gostinho de satisfação a ele.

- Ah minha doce Helena, você acha que isso vale a pena? Você é MINHA, você ME PERTENCE e eu vou limpar qualquer traço daquele homem de você, mas por enquanto descanse.

Ele me desamarrou e tirou as algemas, saiu do porão e me trancou lá, olhei os meus pulsos e vi as marcas avermelhadas, quase roxas pelo aperto, meus tornozelos não estavam muito diferentes, com algum esforço levantei da cadeira e devagar, evitando fazer esforço demais, eu fui até um banheiro que tinha ali, me olhei no espelho e merda, eu estou horrível, despenteada, corte no lábio, sangue na bochecha, corte acima da sobrancelha e este eu nem sei como ganhei e minha coxa, que agora tinha um corte também.

Peguei um elástico de cabelo que tinha no bolso do meu vestido, prendi os cabelos e tentei lavar a mão, mas não tinha água naquela torneira, nem no chuveiro, não é possível.

Respira Helena, você tem que sair daqui! Procurei uma saída mas Juan tapou com madeira qualquer possibilidade de fuga, uma tontura me atingiu em cheio e se não tivesse uma parede atrás de mim, tenho certeza que teria caído.

Ouço a porta abrir enquanto tento me recuperar, não vou demonstrar fraqueja pra ele.

Juan entra no banheiro em que estou segurando uma garrafinha e um colchonete de acampamento.

- Te trouxe água coração e um lugar pra dormir.

Eu fico parada o observando, enquanto ele arruma tudo e sai, com a promessa de voltar mais tarde pra continuarmos de onde paramos, o medo percorre o meu corpo mas não deixo transparecer, Deus, eu preciso sair daqui o quanto antes.

Inesperada PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora