JUAN FOX
- Não mamãe, por favor, não, largue essa arma!
Grito desesperado enquanto vejo o braço do meu pai sangrar incansavelmente, enquanto ele implora para que eu feche meus olhos. Me jogo em sua frente, já que ele se encontra ajoelhado, e continuo a chorar, a soluçar implorando que minha mãe não mate o meu pai.
Ela, com o rosto vermelho pela raiva, os olhos antes azuis claros, agora escuros pela dor, os cabelos bem cuidados agora estavam embaraçados de tanto ela passar a mão, o vestido florido, agora tinha mais uma cor o vermelho do sangue do meu pai. Ela me empurrou pro lado, chutou as três malas que estavam perto da porta, que eram minhas e de meu pai e respirou fundo antes de dizer a ele:
- Eu te amo tanto, mais você vai me deixar por outra, e isso eu não posso suportar, e como se isso não bastasse queria levar meu filho pra aquela vagabunda criar, desculpe querido, mais isso eu não vou deixar...
Ouço o disparo e choro, vendo meu pai cair sem vida, os seus olhos azuis sorridentes, que animavam meu dia, agora eram sem vida, choro sobre o corpo do meu herói, meu guerreiro, aquele me me ensinou o que sabia.
Minha mãe me puxa do corpo frio, e paro de chorar quando ela me abraça, tudo nela me enoja, se pudesse eu mesmo a mataria, só por vingança, mais a hora dela vai chegar!
Por enquanto eu preciso dela, só tenho 12 anos, não quero uma família diferente.
Ela me solta e pega seu celular, falando algo sobre limpeza, meia hora depois um corra preto para e um homem alto e pálido entra, levando o corpo do meu pai e limpando seu sangue do chão. Mal eu sabia que aquele mesmo homem viraria o novo marido da minha mãe, a vagabunda não deixou meu pai ser feliz, mais ela pôde!
Mas o que ela não sabia é que eu preferia morar com a noiva do papai do que com ela.
O Que ela não sabia é que o meu ódio por ela só crescia cada vez mais.
Quando finalmente fiz dezoito anos, peguei toda a fortuna que meu pai deixou pra mim, comprei um apartamento e procurei a antiga noiva dele e lhe contei tudo, fui embora e lhe deixei uma boa grana e um anel que meu pai pediu que lhe entregasse.
Fui naquele mesmo dia até a casa da minha querida mamãe, a velha entrou em desespero quando matei seu marido na frente dela.
Ela pedia por misericórdia, pensei em deixa-la viver e como uma última tentativa perguntei:
- Porquê você o matou? Porquê não o deixou ser feliz em "mamãe"?
- Ele não poderia ser feliz sem mim!
- Mas você pode ser feliz sem ele.
- Nós não precisávamos dele querido, tente me entender!
- Eu precisava!
- Você teve o Jorge!
- O Jorge nunca foi meu pai, você deixa ele me bater quando estava bêbado, meu pai nunca me bateu, nunca bebeu!
- Era só momentâneo filho...
- Eu não sou seu filho, você perdeu o direito de me chamar assim quando matou meu pai. Eu preferia a noiva dele a você, ela sim foi uma mãe pra mim..
Dou um tiro em sua barriga e ela cai, chego bem perto dela e ela puxa meu braço, aponto a arma pra ela, que sorri:
- Eu o matei querido, porque o meu amor ia embora, e não podia deixar meu amorzinho me deixar... Não deixe ninguém te deixar se você o ama, tem que mante-lo preso a você... Por isso nunca trocamos de casa, porque morto aqui seu pai sempre estaria comigo...
- Faça companhia ao Jorge no inferno, presa ao seu amor, mas não se preocupe, eu entendi, não cometerei o mesmo erro que você.
Dou um tiro no coração e ela morre, não derramo uma lágrima, levanto, guardo minha arma e caminho pro meu apartamento novo.
Mal sabia eu, que anos depois encontraria o meu anjo, o meu amor, e o conselho daquela vadia seria válido, eu a amava e ela teria que ficar comigo, por bem ou por mal...
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Inesperada Paixão
RomanceConfiança. Amor. Palavras que sozinhas deveriam ser inofensivas, mas elas sempre andam acompanhadas e infelizmente na vida de Helena, elas trouxeram dor. Seu passado, não é a melhor lembrança que tem, o mais próximo que possui de um relacionamento...