Capítulo 18

1K 82 8
                                    

HELENA

Respiro fundo e olho nos olhos dele, saio do seu abraço e começo a contar a ele, tudo o que aconteceu no passado.

- Eu tinha acabado de me formar da faculdade de gastronomia, tinha conseguido um tipo de estagio num restaurante, onde tinha a oportunidade de pôr em pratica tudo que tinha estudado e aprender com um grande chef, porém esse estagio era em outro país, conversei com meus pais, meu irmão e me preparei pra ir, uma das minhas amiga, a Katy foi até comigo, ela estava de férias e disse que podia me fazer companhia por uns dias. O problema é que esse restaurante ficava num bar, e o dono era Juan, ele ainda é dono de alguns, quando fui lá acertar os ele me encarou de uma forma estranha, mas pensei que era por eu ser nova.

- Entendo. ele diz quando eu paro pra respirar, lembrando dos acontecimentos.

- Nos primeiros meses trabalhando lá, ele ia ao restaurante do bar dia sim, dia não, fazia questão de ir na cozinha, me cumprimentava, cumprimentava o chef e ia embora, depois ele passou a jantar lá todas as noites e por vezes ficou lá até fechar e se ofereceu pra me levar em casa, já que eu não tinha carro. Fomos nos aproximando e ele virou um bom amigo, meu estagio estava acabando, e eu estava feliz, já tinha uma vaga de emprego aqui na cidade, onde eu queria começar meu restaurante, ter minha casa, uma bela noite, saindo do trabalho, quando ele me ofereceu um carona, quando me deixou em casa, me deu um beijo, não foi ruim, e a partir dali começamos a sair, quando meu estagio acabou, eu fiquei dividida entre ficar lá, no emprego que ele me ofereceu, e vir pra cá. Decidi por fim, passar um tempo, já que o emprego aqui só era pro ano seguinte. Nos envolvemos, ele foi o segundo homem que eu tive na vida, um belo dia ele me pediu em casamento, dizendo que me amava, relutei em aceitar, mas não quis estragar a esperança dele, e como ele dizia que me amava, não tinha problema em casar com ele, achava que com o tempo o amaria.

- Você aceitou por ele... ele fala mais pra si, do que pra mim.

- Sim, fomos planejando um belo casamento, até que um dia ele foi agressivo, estávamos escolhendo bolos, quando um o doceiro, filho de um amigo da família me cumprimentou com um abraço. Juan enlouqueceu, a ponto de bater nele, eu os separei mas ele acabou deslocando meu pulso, na mesma hora fui embora e quis nunca mais vê -lo , mas ele insistiu em me levar ao hospital e me pediu desculpas, porem momentos depois fez um show na rua e quase agrediu um cara, eu sei que eu deveria ter decido do carro naquele momento, mas eu estava com dor.

- Você foi vitima Helena, não se culpe.

- Era pra eu ter decido, ele me levou ao hospital, se apresentou como meu marido e inventou uma historia sobre meu pulso, depois que eu estava bem, liguei pro meu irmão e pedi que passasse uns dias comigo, olhei pro Juan e antes de sair do hospital com o Max, lhe devolvi a aliança e pedi que não me procurasse mais, se ele já era agressivo assim, quem dirá depois de casar, nunca daria uma nova chance pra ele, depois daqueles shows. 

- Você fez bem...

- Na semana seguinte, eu já estava fazendo as malas pra vir pra cá, não tinha nada que me prendesse lá, mas antes tinha quer ir no hospital, trocar o curativo do pulso, por um daqueles imobilizadores confortáveis, meu irmão ficou de ir comigo, mas acabou se atrasando e quando estava saindo, Juan bateu na minha porta, o mandei embora, e ele veio com uma conversa louca de que quem ama não vai embora, fica pra sempre, não deixa livre, tentei entrar em casa novamente, mas ele empurrou a porta em mim, me fazendo cair e bater a cabeça, tudo ficou embaçado e senti sangue escorrendo.

Vejo Leandro fechar o punho e trincar o maxilar.

- Acordei e estava só de calcinha e sutiã pretos, num porão, amarrada numa cadeira de balanço, meu pulso doía muito, e eu gritei, e só quem apareceu foi o Juan, ele tinha uma faca na mão e um olhar perturbador, ainda me lembro exatamente o que ele me disse, antes de fincar a faca da minha coxa: ''vou te prender a mim, seja pelo amor ou pela dor, pois quem ama prende", eu chorei como nunca, ate que ele saiu, me deixando no porão, aproveitei e forcei meu pulso a sair da corda, já que o que o enrolava era largo, consegui me desamarrar, tirei a faca da minha coxa, segurei firme e subi umas escadas que davam pra uma janelinha, me espremi e passei, saindo em uns arbustos, então eu corri, corri como nunca havia corrido, não me importei com a dor, na estrada vinha alguns carros e descobri ser meu irmão, que me tirou dali e me levou embora, estava a quase dois dias desaparecida.

Inesperada PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora