13 - Só poderia estar louco

187 25 0
                                    


Magnus sabia que não conseguiria desviar a atenção de Aldous para sempre. Em algum momento eles se cruzariam, apesar do tamanho daquele salão e da quantidade de pessoas. Ele só não esperava que fosse tão cedo, e enquanto ele ainda não tinha encontrado Ragnor para ajudá-lo a ficar de olho nas coisas.

Ele apenas encarou enquanto Aldous chegava perto, seguido por Maven.

-Magnus. Conheça Marvin. Nosso mais jovem feiticeiro - Magnus acenou para ele sem grande interesse. Sua atenção estava na forma como Aldous olhava para Alexander - Marvin, conheça minha nova aquisição. Um caçador de sombra jovem. Forte. Está sendo preparado por Magnus. Eu até poderia te deixar tentar alguns truques com ele...

Magnus se preparou para protestar, mas Aldous continuou sem que ele tivesse a oportunidade de interromper

-Mas você é excessivamente jovem para conseguir controlar seus poderes com eficiência e é difícil demais encontrar caçadores de sombras ultimamente. Talvez você tenha que apenas observar e aprender.

Magnus poderia até estar enganado, mas Marvin não parecia feliz como Aldous. Ele encarou Alexander com indiferença por alguns segundos, mas logo desviou a atenção para qualquer outro lugar.

-Se aproxime, caçador - Aldous ordenou.

Magnus resistiu ao impulso de se colocar à frente de Alexander para impedir Aldous de vê-lo, mas sua expressão o traia, considerando a satisfação no rosto de seu líder.

-Ele ainda não está pronto - falou como se não se importasse realmente. Como se estivesse apenas avisando a Aldous dos riscos de tentar algo com Alexander naquele momento.

Não que Aldous se importasse com aquilo, mas Magnus poderia ter a esperança de que Aldous o achasse valioso demais para desperdiçar assim.

A sensação de familiaridade ao dizer aquela mesma frase, àquele mesmo feiticeiro, alguns anos antes despertou uma sensação de angústia que ele não sabia como descrever. Era como ter uma mão dentro do peito, apertando seu coração até que ele não tivesse espaço para bater adequadamente.

-Bem... Isso sou eu que devo dizer. Você não acha? - Aldous retrucou.

Houve cochichos enquanto algumas das pessoas mais próximas se questionavam sobre o que estava acontecendo ali. Se algo mais sairia daquela tensão eletrificando o ar entre eles.

Alexander o encarou, esperando que ele dissesse alguma coisa, mas o que ele poderia dizer? Dizer a Alexander que não obedecesse seria como assinar uma sentença para ambos. Provocar Aldous quando estavam sozinhos era diferente. Desobedecer na frente de toda aquela gente seria um desafio explícito à autoridade dele. Ele tinha um nome a zelar.

-Alexander - Magnus falou tão firme quanto podia - feche seus olhos.

Alec o fez quase instantaneamente.

Enquanto Aldous se aproximava para tocar o topo da cabeça dele, Magnus cedeu ao impulso de segurar em um dos braços de Alec. Ele murmurava baixinho em sua língua materna. Palavras reconfortantes que só Alec poderia ouvir, mesmo que não fosse capaz de compreender. Ele esperava que tivesse o efeito esperado.

Foi com seu tom mais suave e reconfortante que incitou que Alec abrisse sua mente para ele, para que ouvisse somente sua voz, e que não resistisse. As mãos de Aldous faiscaram em branco e prata e Magnus apertou os dedos na pele de Alec quando sentiu ele se retesar com uma careta. Alexander apertou sua mão de volta com mais força do que Magnus imaginou ser capaz de suportar.

Ele supôs que Alec estivesse sofrendo. Deveria ser muito difícil ser invadido dessa forma. Ele realmente fez uma boa escolha ao substituir o lugar do parabataí de Alec. Ele sabia por William que os caçadores não confiavam em ninguém tão inteiramente como confiavam nos Parabatai.

Stand Up - MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora