1 - Parte 1: Quando as luzes se apagam

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Parte 1: Quando as luzes se apagam

Quando as luzes se apagam e te deixam no escuro

Ninguém nunca te disse que seria tão difícil

Eu sei que você acha que seu fogo está apagando

Mas eu ainda vejo você brilhando.

(Got it in you - Banners)


Capítulo 1 - Patrulha

2035 d.C - Manhattan - Nova York

Alec

O sol brilhava forte no céu, quase como se zombasse dele e de todo o esforço que fazia para encontrar algum pedaço de sombra. Qualquer lugar que fosse capaz de escondê-lo melhor do que aquela carcaça de carro amassado e desgastado pela ação do tempo.

Estava tudo silencioso demais para ser um bom sinal. Ele preferia quando podia ouvir criaturas por perto do que quando não havia som. Se havia som, era fácil perceber se alguém se aproximasse. Se não havia, era como estar completamente cego, sem nenhuma referência de quem poderia encontrar nas redondezas.

Mas era um dia bonito, apesar de tudo. Raro, depois da guerra brutal que haviam enfrentado. Mas tudo bem se isso significasse que não encontraria vampiros ousados passeando pelas ruas durante o dia, como já havia acontecido em manhãs tempestuosas, quando o sol estava tão encoberto por nuvens que era quase como se não estivesse lá.

Se moveu lentamente até alcançar a fachada de um prédio residencial em ruínas, e seguiu sob a silhueta dele.

E então correu.

Não sabia exatamente quanto tempo tinha se passado desde que as coisas tinham mudado tão bruscamente. Era jovem demais para lutar na época, mas ainda lembrava com nitidez dos ataques, das fugas... das mortes. A revolta dos submundanos foi a guerra mais mortal de que se tinha registro. Levou os seres humanos à quase extinção. Os próprios caçadores de sombras quase foram exterminados.

Agora, Jace costumava chamá-los ironicamente de caçadores de cinzas, porque seu trabalho era vasculhar entre os escombros e prédios abandonados, em busca de seres humanos que pudessem tomar do cálice e se tornar novos caçadores. Mas o último grupo de humanos foi localizado há mais de seis meses atrás, no instituto de Amsterdã. Era muito tempo sem nenhuma nova aquisição.

Já andavam por aquelas ruas há quase dois anos, desde que completaram 18 anos, e nunca acharam ninguém. Era capaz de encontrar o caminho de volta para o instituto até de olhos fechados, mas saber como voltar para casa nunca foi uma preocupação. Sua preocupação era que fossem interceptados no caminho. Nunca se sabe que tipo de coisa se pode encontrar em uma patrulha diurna. Eram inúmeras as possibilidades.

Ele espreitou pela terceira vez por entre os montes de entulho que bloqueavam a rua. Estava relativamente seguro, mas seu Parabatai não. Nem sabia exatamente onde Jace estava.

Ele tinha saído há muito tempo, quando o sol estava ainda alto no céu, e a imprudência dele naqueles momentos era o que preocupava Alec. Não demoraria muito a escurecer, e aquelas ruas agora vazias se encheriam com vida e atividade submundana e demoníaca, e isso era muito arriscado, porque Jace achava que não tinha mais razão para viver depois que seus pais morreram durante a guerra, e se colocava em perigo todas as vezes que era designado para ir às ruas. E era sua função impedir que Jace fizesse besteiras durante o turno.

Alec gostaria muito de ser um motivo pelo qual Jace desejaria estar vivo. Gostaria que ele, sua irmã, ou sua mãe fossem o suficiente para manter Jace a salvo.

Stand Up - MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora