34 - Até o fim

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-Onde estamos?

Alec não sabia dizer qual dos feiticeiros perguntou, já que estava olhando para Magnus tenso. Suas mãos estavam sobre a lâmina Serafim no seu cinto de armas, mas não havia ninguém além do pequeno grupo selecionado. Eram Magnus, Ragnor, Catarina, Marvin, Isaac, Tessa.

E ele, obviamente, porque não se deixaria ser deixado para trás. E Jace, porque era simplesmente impossível impedir que Jace fizesse qualquer coisa que quisesse.

-No meu apartamento - Catarina respondeu, indo à frente - estava morrendo de saudades desse lugar. 

Eles estavam há uma semana na estrada e a única coisa que o impedia de apenas se deitar no chão e dormir era o quanto se sentia sujo, e o quanto estava preocupado com Magnus. O feiticeiro mal falou nos últimos dias. Não parecia ele mesmo. Achava que ele já tinha superado sua última conversa, aquela em que ele se auto declarava culpado de tudo de ruim que havia acontecido, mas aparentemente não. Magnus parecia preso dentro de seu próprio mundo. Não havia muito que ele pudesse fazer ou dizer para Magnus acreditar que ele foi uma vítima, como tantas outras pessoas foram. Acreditava que só o tempo poderia fazer isso por ele. Só isso e… “consertar as coisas”. Temia o que isso significava, porque sabia que envolvia Ele se colocando em risco.

Não se surpreendeu quando o feiticeiro seguiu Catarina, deixando os outros para trás com apenas um olhar e um leve contrair de lábios que sequer poderia ser chamado de sorriso. Encarou as costas magras e os ombros pesados se afastando.

-Ele só tem muita coisa na cabeça agora - Ragnor se aproximou e colocou a mão sobre seu ombro. Achava que era o primeiro toque espontâneo e amigável entre eles - Vai falar com você uma hora ou outra. Deixe ele processar o que está acontecendo. Não é fácil… o que ele precisa fazer. Vai precisar de cada coisa que ele aprendeu ao longo da vida, e vai custar cada gota da magia dele para vencer. Nós vamos estar lá para ajudar, mas Magnus é o mais poderoso de todos nós. Se ele falhar…

Ele imaginava que tudo estaria perdido então. E muitos outros morreriam no processo.

-Também vou estar ao lado dele - balbuciou.

-Não imaginei algo diferente. Agora vamos comer. Vamos precisar de toda a energia que pudermos repor.

Catarina preparou a comida que Isaac tinha carregado em sua mochila e eles todos comeram sem se importar em racionar. Aparentemente tinham pressa em agir. Não ficariam escondidos por muito tempo. O tempo todo ele observou Magnus, assim como era observado por Jace. Precisava conversar com o feiticeiro longe dos olhos de todos.

Estando todos alimentados, revezaram para tomar um banho, e foi com a sensação de limpeza que encontrou os feiticeiros na sala. Jace foi o último a entrar no chuveiro e conhecendo seu parabatai, ele ainda tinha um tempo até que o loiro acabasse.

Foi até a sala e encontrou todos eles lá, conversando. Ragnor, Marvin e Catarina estavam sentados lado a lado no sofá maior, de frente para Isaac e Tessa no outro sofá… e Magnus em uma das poltronas. 

Olhou meio sem jeito, porque não parecia ter espaço para ele ali. Nem sabia se era bem vindo, ouvindo a conversa alheia, mas Magnus o olhou e abriu um meio sorriso - o primeiro do dia - e o chamou com os dedos.

Se aproximou, sentindo-se imediatamente um pouco mais confortável. Se Magnus o queria por perto, era onde ele estaria.

O feiticeiro estalou os dedos e o correu sobre a poltrona… e já não era uma poltrona. Ela tinha se transformado em um pequeno sofá, onde ele se sentou e começou a ouvir, aproveitando para segurar os dedos longos do feiticeiro entre os seus.

-Precisamos entrar na mansão dele sem nos entregar com as barreiras protetoras. Depois que os caçadores voltaram para os institutos e começaram a atacar ele ficou mais cuidadoso. E mais perigoso também. Soube que ele sai todas as noites - Marvin os informou. Ele não parecia realmente preocupado, mas lançava-se um olhar de esguelha a cada poucos segundos - para onde vai ou o que faz é praticamente impossível descobrir.

Stand Up - MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora