32 - Agridoce

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O vento frio do exterior soprou nos cabelos macios de Magnus. Estavam um pouco mais longos, levando Alec a ansiar passar a mão por entre os frios sedosos.

Eles estavam sentados lá fora, no lugar deles, já há algum tempo. Ainda era um pouco estranho para ambos, ainda ficavam meio desajeitados, travados um com o outro logo que se encontravam depois de um dia inteiro afastados por suas obrigações. Mas ele podia sentir uma diferença ali, acontecendo aos poucos, uma coisa crescente que o deixava cada vez mais confortável em seus momentos sozinho com Magnus: Como no dia anterior, o segundo dia desde que ele estavam juntos para valer e quando finalmente pegavam o ritmo das coisas. Ele queria muito chamar Magnus de namorado, mas a palavra ainda era muito estranha em sua língua, então ele nunca a pronunciou em voz alta, mesmo que o sentimento estivesse lá.

Eles passaram a noite anterior inteira conversando sobre coisas banais, sobre coisas importantes, sobre o futuro incerto... e fazendo outras coisas também. Coisas que Alec gostava muito. Era bom, era confortável. Seu coração batia mais forte a cada vez que Magnus o tocava por livre e espontaneamente, com um sorriso discreto no rosto, observando como ele reagiria. A essa altura, Magnus deveria saber que qualquer toque seu seria bem-vindo, mas ele também parecia ter dificuldade em entender que aquilo tudo era realmente real. Ele realmente tentaria fazer dar certo, o frio em sua barriga mostrando que aquilo era mais forte do que ele já tinha dado crédito antes, e aumentava a cada toque.

-Terra chamando o garoto bonito. Onde você está Alexander? - Magnus provocou, risonho, mexendo em seus dedos entrelaçados.

Um calor aqueceu seu coração, mas rapidamente subiu para seu rosto. Deveria estar corado, ou Magnus não se inclinaria para beijar sua bochecha, provocando-o.

-E-eu - gaguejou, aumentando de vez seu constrangimento - Merda! - grunhiu. Magnus ergueu uma sobrancelha em resposta, ainda sorrindo. Era só ele, ou o sorriso de Magnus parecia ficar cada vez mais provocador? Ele não sabia. Então usou sua mão livre para agarrar os cabelos de Magnus, aproveitando para matar a vontade de sentir a textura macia  e puxá-lo para um beijo. O feiticeiro se inclinou de boa vontade, e suspirou enquanto entreabria os lábios para serem explorados. Foi impossível não suspirar sentindo o toque quente, macio e gentil de Magnus, e se tornava cada vez melhor quando Magnus tocava seu rosto, puxando-o para mais perto, como se não fosse o bastante que eles estivessem praticamente colados. 

Era nesses momentos que ele ficava de joelhos para que Magnus não sentisse dor nas costas, e o agarrava pelo pescoço, e no fim eles se separavam rindo quando perdiam o equilíbrio e desabavam um sobre o outro. 

Bem... normalmente era assim. Mas não nesse momento. Não quando Magnus deslizou os dedos longos por baixo de sua camisa e o trouxe ainda mais perto... se afastando de sua boca para deslizar os lábios em sua mandíbula e pescoço.

Sim... suas conversas eram ótimas, mas assim eles se entendiam cada vez melhor.

-O que queria me dizer, bonitinho? - Magnus sussurrou contra seu ouvido, como se aquilo fosse ajudá-lo a lembrar - o que estava pensando?

-huum... não me lembro - murmurou, sentindo o arrepio quando Magnus mordeu sua orelha, e riu em seguida, ainda meio sem fôlego.

-Você é um enganador, me distraindo com beijos...

-Você que usa essa habilidade para conseguir o que quer de mim - rebateu, já se inclinando para mais um beijo - eu estava pensando em você. 

Ele estava relaxado nos braços de Magnus, perdido naqueles beijos quando ouviu alguém limpando a garganta atrás deles.

Magnus encarou com desgosto, mas Alec apenas saiu de onde estava, com as pernas entrelaçadas às de Magnus, quase sobre o colo dele, e sentou ao lado, sentindo a distância quase imediatamente.

Stand Up - MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora