26

1.6K 123 63
                                    


MARJORIE CAMPBELL

Eu passei na casa da minha tia para pegar Liz, mamãe não entendeu nada, afinal o combinado era ela ficar com Liz até mais tarde, e quando ela não viu Bruno no carro, ficou mais confusa ainda, eu prometi que conversaria com ela, uma outra hora. Quando cheguei em casa tentei não passar o meu nervosismo para Liz, mas quando deitei com ela no sofá ela segurou minha bochecha, olhei pra ela rindo, mas parei quando vi que aquilo era a tentativa de um carinho, já que eu sempre fazia carinho em suas bochechas gordinhas.

– Eu te amo ok? – Falo baixinho sentindo algumas lágrimas caírem. – Eu te amo muito, eu não quero nunca que você sofra o que eu sofri, eu nunca vou permitir isso, nunca, eu te prometo.

Ela continua me olhando curiosa, e volta a deitar em meu peito, quando vejo que ela estava sonolenta, dou de mamar pra ela que sempre ficava me olhando no fundo dos meus olhos, eu amava esse momento de conexão entre nós. Ela dormiu, e eu a coloquei no bercinho, deitei na minha cama totalmente cansada e com o coração na mão, não queria me preocupar porém me preocupava, será que os meninos tinha levado ele embora? Ou deixado ele beber mais? Será que ele tinha arrumado confusão com mais alguém? Tive que levantar e tomar um chá pra conseguir dormir.

No outro dia já passava do meio dia e ele não havia voltado ainda, mandei mensagem pro Thiago que nem recebeu ela, hoje era um dia de muito calor, então deixei Liz totalmente peladinha, e com a ajuda do casal que morava no andar debaixo, trouxe seu Jaguar para cima, minha filha amou o carro, coloquei ela dentro e ensinei ela a buzinar, acho que foi um dos melhores presentes que ela havia ganhado.

A porta se abre e tanto eu quanto Liz olhamos pra ela, Bruno aparece com os olhos inchados e a mesma roupa da noite passada, Liz assim que vê o pai grita e estende os bracinhos pra cima para que ele a pegasse.

– Oi meu amor, que carrão hein? – Ele pega ela do carrinho e ela logo agarra ele, eu continuo parada, eu realmente não sabia o que fazer, tinha tanta coisa pra falar mas parecia que tinha travado. – Está tudo bem com vocês?

– Está sim, melhor você ir tomar um banho né? – Falo apontando para sua roupa de ontem e ele concorda me entregando Liz que começa a chorar quando vem para o meu colo ainda querendo o pai.

– Meu amor, o papai já pega você de novo, ele vai tomar banho, tá fedido. – Falo fazendo careta e tampando o nariz, ela olha pra mim e solta uma risada com o que eu faço e eu respiro aliviada.

Bruno olha para nós duas com um olhar indescritível, ele sobe para tomar banho e eu me sento no sofá com Liz no colo tentando fazê-la dormir, precisava conversar com Bruno e obviamente ela não poderia estar acordada pra isso, como ela já tinha almoçado, estava quase na hora da sua soneca, então apesar dela estar um pouco agitada querendo o pai, não foi muito difícil fazê-la dormir.

Levantei com cuidado para colocá-la no quarto, e quando sai já dei de cara com o Bruno saindo do nosso quarto, seu olhar estava cheio de culpa, eu estava tentando me manter firme.

– Podemos conversar? – Ele pergunta.

– Precisamos conversar não é?

– Você está muito brava não é?

– Eu estou brava, estou irritada, estou decepcionada, estou assustada.

– Uau, isso está pior do que eu imaginei.

– Primeiro que eu conversei com você antes de sairmos daqui, eu não sou a sua mãe, mas eu pedi pra você não beber muito porque eu já te conheço e não é de ontem, eu saia com você todo final de semana quando éramos melhores amigos e eu sabia o quão insuportável, briguento e inconveniente você ficava, e você concordou.

always been you | bruno rezende Onde histórias criam vida. Descubra agora