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ALICIA DUARTE

– Ela ficou mais calma? – Pergunto chegando na casa de Bruno no dia seguinte do aniversário da Liz.

– Sim, ainda bem!

– Você vai para o treino?

– Sim, minha mãe está dormindo, a Liz também.

– Ta bom, eu vou só usar seu notebook e vou embora.

– Tá na hora de comprar um né?

– Estou falida. – Falo e ele ri.

– Não leva a sério as coisas que a Liz fala.

– Eu não levo. – Ele me dá um selinho e sai do apartamento dele.

Pego o notebook que estava em cima da mesa e começo a mandar alguns currículos, fazia 1 ano que eu tinha sido mandada embora do trabalho dos meus sonhos, e estava tentando a vida de modelo aqui na Itália, mas era tudo difícil demais.

– Cadê o meu papai? – Liz aparece na sala com os cabelos todo bagunçado e de chupeta na boca, quem olha ela assim parece inofensiva.

– Ele foi trabalhar.

– Eu preciso da sua ajuda.

– O que? – Eu pergunto rindo e ela me olha de cara feia entrando no quarto de novo.

Alguns poucos segundos depois ela aparece com um cofre de porco na mão.

– Nós vamos embora a noite, e eu preciso que a minha mamãe fique feliz com o meu papai, porque eu sei que o papai vai embora, mas se a minha mãe tiver brava com ele, não vai adiantar muito.

– Seu pai vai embora pra onde?

– Pra onde eu moro, mas não agora, ele precisa pensar.

– Você tem 4 anos mesmo? – Eu pergunto assustada e ela ri.

– Eu cresci no meio de adultos, na verdade é essa a justificativa da mamãe quando alguém pergunta o porque de eu ser inteligente, o que custa assumir que eu sou inteligente?

– Eu ainda não entendi o que você quer que eu faça.

– Eu preciso que você me leve em uma loja de flores, você vai escrever palavras bonitas pra minha mamãe, como se fosse o meu papai, entendeu? E vamos mandar pra ela.

– Você sabia que eu namoro o seu pai?

– Infelizmente sim. Olha, eu tenho algumas moedas. – Ela abre o cofrinho e deixa cair várias moedas no sofá.

– Essa moeda não vale aqui na Itália.

– Tudo bem, então você paga.

– Eu não posso sair com você Liz, sua avó vai ficar preocupada e sua mãe não ia gostar.

– Sobre isso, a vovó tomou chá de maracujá de manhã, e voltou a dormir, da muuuito sono nela, ela não vai acordar.

– Vão achar que eu estou te sequestrando.

– Por favor Tia Alicia, você me fez chorar ontem no meu aniversário, você deveria me deixar feliz hoje.

– Você disse que não gosta de mim.

– Porque eu não gosto de você com meu papai, ele é meu papai.

– Tá, vamos logo. – Pego a chave do carro e ela da alguns pulinhos, sorte que tinha uma floricultura a poucos metros e não demoraríamos nem 15 minutos.

Entramos na loja e Liz fica encantada com o tanto de flor, ela escolhe algumas rosas azuis, e eu tento bolar um cartão com palavras de esperança e amor para Mar, o que não foi difícil já que eu sabia exatamente o que Bruno gostaria de falar pra ela.

always been you | bruno rezende Onde histórias criam vida. Descubra agora