always been you | bruno rezende

57

MARJORIE CAMPBELL

O dia foi cheio, depois do almoço com Bruno e seu pai, passei na casa do meu pai para dar o presente que eu havia comprado, ele ficou super feliz quando viu o Bruno e o chamou para tomar uma cerveja, o que era para ser uma cerveja se transformou em mais de 10, uma porçãozinha de frios, e muita conversa, meu pai não sabia de >tudo< que tinha acontecido, ele simplesmente achava que Bruno tinha ido trabalhar na Itália e eu estava bem com isso, não queria preocupa-ló com os meus problemas.

– A Liz está com sono, nós podemos ir? – Falo para Bruno que concorda vendo que a pequena estava cochilando no sofá, ele abraçou o meu pai e agradeceu pelo o dia incrível, já se passava das nove, e eu estava exausta, o dia tinha sido muito longo e cheio de emoções, eu ainda não tinha parado para pensar nele, e nem queria.

Bruno pegou Liz do sofá, e me despedi do meu pai, saímos para fora de sua casa, e Bruno colocou Liz na cadeirinha, entrando no banco do passageiro novamente. Seguimos quietos boa parte do caminho, até ele puxar assunto.

– Você está bem?

– Sim, estou cansada.

– Eu ia te falar que estava vindo, mas eu queria que fosse uma surpresa para a Liz.

– E poderia ser de qualquer forma.

– Não seria, eu sei que se ela ficasse muito triste você ia contar a verdade pra ela.

– Isso é verdade. – dou um sorriso e ele faz o mesmo. – Pagou a multa?

– Era bem menor do que quando eu fui, mas sim, paguei.

– Ah...

– Na verdade eu acho que não vou poder pisar na Itália tão cedo, os italianos estão me odiando por ter saído no meio da temporada.

– Você ficou um ano e meio, não conseguia aguentar mais 7 meses?

– Não, você leu as cartas?

– Sim.

– Então acho que você me entende. – Ele fala e eu apenas continuo dirigindo, eu não iria dar o braço a torcer falando que as cartas havia mexido comigo de alguma forma, ele viu que o clima estava desconfortável e ficou quieto também.

Chegamos no apartamento eu abri a porta para ele colocar a Liz na cama, fiquei parada um tempão tentando colocar a cabeça no lugar, mas meus pensamentos são interrompidos mais uma vez pelo causador de todos os conflitos.

– Você não tirou as nossas fotos. – Ele fala pegando um porta retratos do nosso casamento, eu balanço a cabeça negativamente.

– Aqui era a nossa casa, sei lá. – Eu falo tentando arrumar uma desculpa, a verdade era que eu não tinha coragem de me desfazer das fotos que me fizeram bem por tanto tempo.

– Então, será que devemos conversar sobre isso? Eu sei que eu fugi o durante mais de um ano para não termos essa conversa, mas eu acho que, não dá mais.

– Tudo bem...

– O apartamento é seu e da Liz, eu vou alugar algum lugar para eu ficar ver como vai ser o andamento das coisas e mais para frente, eu compro.

– Na verdade o apartamento é seu.

– Nosso Mar, por favor! Aqui é lotado de memórias, eu não quero vender esse lugar, onde a Liz nasceu e cresceu.

– Tudo bem.

– Por enquanto eu vou ficar na casa do Thiago, minhas coisas já estão lá, enquanto eu resolvo as coisas.