Capítulo 46

6.5K 688 18
                                    

Carlisle foi caçar no dia seguinte a nossa chegada e eu voltei para minha casa. A primeira coisa que eu fiz assim que cheguei foi tirar o cheiro de vampiro do ambiente. Apesar de não sentir, sabia que Rosalie tinha vindo na madrugada anterior para limpar a casa e abastecer a geladeira. Em seguida, mandei uma mensagem para Paul, avisando que já estava na cidade e coloquei um prato com risoto para esquentar no micro-ondas. Quando eu comia, sentada na mesa da bancada, aproveitei para mandar algumas mensagens para Jacob. Estava quase terminando de comer quando alguém bateu na porta dos fundos com força. Engoli a comida que tinha na boca e estreitei os olhos para a velha porta de madeira pintada de branco que eu nunca usava e andei até ela receosa. Duas batidas fortes soaram novamente e eu abri a porta de uma vez, pronta pra atacar o louco que estava a esmurrando desse jeito. A primeira coisa que eu vi foi o peito bronzeado que subia e descia ofegante, e depois, quando eu inclinei a cabeça, os olhos verdes de Samuel Uley.

- Sam? – Perguntei confusa – O que você está fazendo aqui?

- Achei... – Ele puxou o ar com força, tentando respirar – Achei que você tinha ido embora.

- Anh... Eu avisei para o Paul que ia ficar fora uns dias. – Franzi as sobrancelhas sem entender.

Ele ergueu uma mão pedindo para que eu esperasse e colocou a outra no joelho, ainda ofegante.

- Você quer uma água? – Questionei avaliando seu estado. Parecia que ele tinha corrido uma maratona.

- Por favor. – Pediu entre as puxadas de ar.

Voltei para a cozinha e enchi um copo. Quando retornei, Sam parecia bem melhor, encostado no batente.

- Obrigado. – Agradeceu antes de beber tudo com um gole só.

- Quer outro? – Ele negou – Pode querer. Sei que só um não é suficiente.

Ele riu envergonhado.

- É, acho que vou querer sim.

- Vem, senta aí. – Apontei com a cabeça uma das cadeiras da cozinha.

Sam entrou apreensivo e puxou uma cadeira para si.

- Estou comendo risoto, quer um pouco? – Perguntei enquanto pegava mais água.

- Não precisa não...

Sua voz era tímida e eu me virei para ele com um meio sorriso.

- Você está com vergonha de mim?

A pele do seu pescoço e rosto ficou vermelha quase que instantaneamente.

- Não... – Murmurou pegando o copo que eu o entregava. Ergui uma sobrancelha para ele – Sim. – Virou toda água de uma vez – Eu não sei bem como nós estamos. – Confessou.

Dei de ombros.

- Acho que primeiro você podia me contar por que apareceu aqui desse jeito.

Disse, abrindo a geladeira para pegar a travessa com a comida.

- Conversar sobre nossa situação é tão ruim assim? – Ele disse brincando, mas seus olhos pareciam magoados.

- Não. Mas você bateu na minha porta suando como um porco então... – Coloquei uma boa quantidade de arroz no prato e enfiei no micro-ondas.

Ele riu sem graça e coçou a cabeça.

- Achei que você tinha ido embora.

- Paul não te contou? – Olhei para a travessa, decidindo por não a guardar ainda. Só os deuses para saberem quando um lobo vai ter comido o suficiente.

Eternidade - Carlisle CullenOnde histórias criam vida. Descubra agora