Eternidade - Carlisle Cullen

Capítulo 12

Os dias seguintes a transformação de Jared passaram num piscar de olhos. Ocasionalmente, eu trocava mensagens com Carlisle, mas era cuidadosa o suficiente para que nenhum dos meninos da matilha percebesse. Não que esconder qualquer coisa deles fosse muito difícil. Entusiasmados com seus corpos lupinos e por estarem finalmente em um número grande o suficiente para serem de fato uma matilha, eles corriam pela floresta, por vezes enfiando os dentes uns nos outros, ocupados demais para prestar atenção em mim ou no que eu tentava ensinar.

Eu já havia tentado chamar a atenção dos dois mais novos três vezes só aquela manhã quando perdi a paciência e direcionei um jato de água para cima deles.

- Eu vou pra casa! – Exclamei – Me chamem quando realmente quiserem levar isso a sério!

Não esperei para ver a reação deles, muito menos para que se transformassem. Dei meia volta, pisando firme na grama baixa da clareira que estávamos e me concentrei nas sombras que as árvores perto de mim faziam. Rapidamente, permiti que meu corpo as adentrasse e dois segundos mais tarde eu ressurgia onde a floresta encontrava a parte de trás da casa de Sam.

Atravessei os fundos, indo em direção ao meu carro, a tempo de ver Emily sair para a varanda.

- Hey, Cat! Onde... Que cara é essa? – Ela perguntou.

- Os meninos estão impossíveis, vou para casa. – Respondi tentando manter a calma – Eu estou cheia de coisa pra fazer e eles estão desperdiçando meu tempo aqui.

- Vai descansar. Eu converso com eles depois. – A piscada que ela deu em seguida deixou bem claro que a matilha estava em maus lençóis. Sinceramente, era merecido.

- Obrigada, Emily. – Agradeci.

- Não há de que.

Entrei no carro e acelerei para casa. Era sexta-feira e apesar do estresse daquela manhã, eu estava feliz de ter o resto do dia, quem sabe do final de semana, para mim.

Em menos de meia hora, eu já estava deitada no meu sofá, pensando no que faria a seguir. Minhas ideias convergiam em ir em alguma balada em Port Angeles ou algo do tipo, mas meus planos mudaram com a ligação que recebi perto da hora do almoço. A voz angelical do outro lado do aparelho fez com que os cabelos da minha nuca se eriçassem:

- Olá, Catarina.

- Carlisle. – Minha voz misturava surpresa e deleite. Era estranho como na medida em que eu conhecia e conversava com aquele vampiro, mais eu me sentia ávida por ele.

- Tudo bem com você? – Indagou.

- Sim. E com você? Está no hospital? – Me repreendi mentalmente pela maneira esbaforida com que minhas perguntas saíram: pare de agir como uma adolescente!

- Sim. Mas pretendo sair mais cedo hoje. – Um pequeno silêncio se fez, imperceptível para um humano, mas eu sabia, de alguma forma, que Carlisle estava tomando coragem para me dizer algo. – Você gostaria de jantar comigo esta noite? – As palavras jorraram tão rápidas que eu não tive certeza se tinha entendido de primeira.

- Jantar com você? – Perguntei meio atônita. Eu iria ter um encontro com ele? Minhas bochechas se retesaram com o enorme sorriso que rasgou meu rosto.

- Na realidade só você jantaria. – Ouvi uma breve risada - Eu seria... Bem, eu gostaria de ser sua companhia esta noite.

- Eu adoraria, Carlisle. – Respondi da forma mais sóbria possível.

- Excelente. – Eu poderia jurar que escutei um suspiro de alívio – Te pego as sete?

- As sete está perfeito. – Me esforcei para esconder o entusiasmo em minha voz, mas meu pé batia ansiosamente no chão.