Capítulo 37

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- Você deveria enviar. – Carlisle disse antes de depositar um beijo no meu ombro.

Estávamos em seu escritório, eu sentada confortavelmente em seu colo, com o computador aberto na nossa frente. O e-mail genérico que eu havia escrito para as editoras, com minha pesquisa anexada, brilhava na tela.

- Eu sei. Só... – Suspirei, buscando palavras para justificar minha hesitação.

- Você quer resolver as coisas com seu amigo quileute antes. – O vampiro loiro disse, resumindo a confusão que borbulhava dentro de mim.

-Sim. – Forcei um sorriso. – É meio bobo, mas...

- Não é bobo. – Ele levou a mão ao meu rosto, seus dedos acariciando suavemente minha bochecha. – Ele é um dos presentes que esse seu trabalho lhe deu. Ligar sua amizade com ele à pesquisa é algo natural. No entanto, não acho que seja errado você seguir em frente com seus planos em relação a ela mesmo quando a amizade de vocês está estremecida.

Desviei o olhar e mordi o lábio pensativa. No fundo, sabia que ele tinha razão. Mas eu e Sam tínhamos falado tantas vezes em como íamos comemorar quando aquilo finalmente acabasse, que eu não queria por um ponto final naquilo sem poder bater na sua porta, com um engradado de cervejas, rindo quando ele me abraçasse e girasse, como ele sempre fazia.

- Duas semanas. – Falei. – Se não nos resolvermos até lá, eu envio mesmo assim.

Carlisle sorriu em resposta e colou os lábios no meus, em um selinho rápido.

- Entrem. – Ele disse e me virei para a porta, aguardando quem quer que tivesse do lado de fora aparecer.

Edward empurrou a porta, seguido por uma Bella tímida.

- Espero não estar atrapalhando. – Falou.

- De forma alguma. – Sorri, me levantando.

- O que podemos fazer por vocês? – Carlisle perguntou.

Provavelmente ele já sabia o que era, tendo ouvido o que o mais recente casal estava conversando, entretanto, ele era educado o suficiente para me colocar a par das coisas.

- Queria mostrar a Bella um pouco da nossa história. Bom, da sua história, na verdade.

- Não queríamos incomodá-los — Bella se apressou em dizer, baixinho.

- Não é incomodo algum. – Carlisle respondeu – Por onde gostaria de começar?

- Pelo cocheiro. – Edward respondeu virando a namorada para a parede de quadros.

A garota ficou imersa nas pinturas enquanto Carlisle se aproximava.

- Londres em 1650 — Edward explicou.

- A Londres da minha juventude — acrescentou o loiro.

Sorri com isso. Já estava acostumada a conviver com pessoas bem mais velhas do que eu quando vivia entre os elementais, mas as vezes esquecia o quão diferente foi a adolescência de Carlisle da minha. Certamente não havia muitas festas como as de hoje na Inglaterra daquela época. Mordi o lábio inferior quando a vontade de sair me atingiu. Será que meu namorado animaria ir comigo à balada esse final de semana?

- Vai contar a história? – A voz de Edward me tirou dos meus devaneios.

- Eu poderia, mas na verdade estou um pouco atrasado. Ligaram do hospital hoje de manhã... O Dr. Snow tirou o dia de folga. Além disso — Carlisle olhou para o filho —, você conhece as histórias tão bem quanto eu.

- Sim, claro. – Ele concordou, se virando para mim – Você nos acompanha?

- Infelizmente também tenho um compromisso. – Sorri sem graça – Mas talvez você possa compartilhar com Bella um pouco da minha história depois, o que acha?

Eternidade - Carlisle CullenOnde histórias criam vida. Descubra agora