Capítulo 34

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Segurei a vasilha com os cupcakes que eu havia feito e bati a porta do carro com a mão livre. Encarei os doces através da tampa transparente e fiz uma careta. Eles não estavam nem um pouco bonitos. Mas estão gostosos. Dei de ombros, não havia muito que eu podia fazer agora. Minha bota afundava na terra úmida da trilha que levava até a fogueira e, mesmo de longe, eu conseguia ouvir as risadas e os burburinhos das conversas. Respirei fundo e me pus a andar. Eu já estava ali e tinha gastado a tarde inteira cozinhando aquilo, não ia embora antes de pelo menos aparecer.

- Hey Cat! – Jacob foi a primeira pessoa que me viu e caminhou alegremente na minha direção – Não sabia que você vinha!

- Nem eu sabia que vinha. – Ri – Trouxe sobremesa. – Estendi a vasilha e sua feição animada se contorceu em uma pequena careta que ele tentou esconder ao olhar o conteúdo – Eu juro que o gosto está melhor que a aparência.

- Tem como estar pior? – Brincou.

- É, realmente, é meio difícil. – Sorri sem graça.

- Acho que não vai sobrar nenhum de qualquer forma, se serve de consolo.

- Jared pode acabar com eles em quinze minutos. – Ouvi uma voz familiar atrás de mim e me virei dando de cara com Sam. Ele não estava em seus melhores dias, claramente. Mesmo de noite, eu conseguia enxergar as olheiras debaixo dos seus olhos – Não sabia que você estaria aqui.

- Acabei de falar com Jake que também não sabia que viria. – Respondi me voltando para o garoto, que agora tinha a cara fechada.

- Oi Uley. – O Black o cumprimentou sem esconder a irritação.

- E aí Jacob?

- Vou levar isso. Tchau. – O mais novo se limitou a responder e pegou o pote da minha mão antes de dar as costas e nos deixar sozinhos.

- Ele realmente me odeia. – Sam balançou a cabeça resignado.

- Ele não entende. – Defendi.

- Veio brigar mais comigo? – Seu tom era triste e quando seus olhos fixaram nos meus, suas írises verdes trasbordavam mágoa.

- Não. – Falei baixo – Eu queria conversar.

Sam se limitou a assentir e entrou na floresta comigo em seu encalço. O som das nossas respirações e do farfalhar das nossas roupas era a única coisa que preenchia o ambiente. Quando chegamos em uma pequena abertura entre as árvores ele se virou para mim.

- Jared foi na minha casa. – Comecei, antes que ele pudesse dizer qualquer coisa – Ele me explicou melhor as coisas.

- Não mandei ele ir lá. – Sam se apressou em dizer.

- Eu sei. – Assenti – Mas foi bom ele ter ido. Eu entendo agora. Não estou mais com raiva de você.

- O que ele te disse? – Perguntou encarando o chão, ignorando a última parte da minha fala.

- Que Paul fez um estardalhaço por nada. Que você deu um jeito nele. E que isso tem mais a ver com você se remoendo pelo que aconteceu com Emily do que comigo. Não foram exatamente as palavras dele, mas foi resumidamente isso. – Chutei uma pedrinha qualquer no chão – Então, ele disse a verdade?

- Basicamente. – Ele engoliu em seco antes de voltar a me olhar.

- Você não devia se culpar desse jeito. Foi um acidente.

Ele riu sem humor antes de responder:

- É mais fácil dizer do que fazer.

- Eu sei. E eu estou aqui. Nós podemos sempre conversar. Não sou nenhuma psicóloga, mas... – Forcei um sorriso – Eu posso tentar.

Eternidade - Carlisle CullenOnde histórias criam vida. Descubra agora