Os dias em Phoenix se passaram lentamente. Minha rotina consistia em passar os dias no hospital, fazendo companhia para Edward, Bella ou Renné, e as noites nos braços de Carlisle. Alice havia decidido por voltar para Forks dois dias depois da minha chegada – Edward preferia ficar cada vez mais sozinho e eu já cumpria o papel da pessoa que ficava sentada do seu lado em silêncio. Quanto a Renné, bem, ela certamente não tinha entendido nossa estranha dinâmica familiar no começo. Minha pequena diferença de idade com os adolescentes e, apesar disso, a maneira como eles me tratavam como uma mãe havia a deixado hesitante. No entanto, aos poucos, ela acabou aceitando as coisas como eram, e tínhamos passado a tomar o café da tarde todos os dias na lanchonete do hospital. Renné, diferentemente de Bella, era expansiva, gostava de conversar e rir alto, e naqueles momentos em que sentávamos juntas nas cadeiras desconfortáveis de plástico bebendo café ruim, eu me apeguei a ela – apesar de, sinceramente, não ficar muito satisfeita com suas habilidades maternas: Bella agia muito mais como mãe dela do que o contrário.
Seis dias depois, estávamos voltando para Forks. Durante o voo noturno, exceto quando me levantava para ajudar Bella a ir ao banheiro, fiquei sentada ao lado de Carlisle, com a cabeça encostada em seu ombro enquanto ele brincava distraidamente com os meus dedos. Nos últimos dias pude perceber como o que aconteceu havia mudado o seu comportamento e ainda não sabia como me sentia em relação àquilo. Carlisle estava mais protetor, dificilmente tirava as mãos de mim quando estávamos juntos e eu via como seus olhos percorriam meu corpo de tempos em tempos, conferindo se tinha alguma coisa errada. E, para ser justa, eu me via acelerando o passo todas as vezes que sabia que ia encontrá-lo, ansiando mais frequentemente por seus abraços, deixando que a saudade me consumisse mesmo quando estávamos no mesmo prédio, apenas separados por alguns andares. Então passei o tempo da viagem aproveitando seu toque, seu cheiro e a sensação de que nada poderia me atingir enquanto eu estivesse do lado dele.
Quando passamos da área de desembarque, Charlie nos esperava, ou melhor, esperava Bella, ansioso perto das portas de vidro. Seus olhos percorreram os passageiros que passavam até pousarem na sua filha e seus ombros relaxaram ao vê-la bem, só para se tensionarem no instante seguinte ao verem Edward. Também percebi a surpresa dele ao me ver, mas o chefe de polícia não disse nada, se limitando a conversar com ela e Carlisle, ignorando Edward. Não me forcei a participar, estava cansada demais para isso – já passavam das onze da noite e ainda tínhamos quatro horas de viagem pela frente até Forks.
Não reparei quando Jasper chegou e dei um pequeno pulo quando ele pôs a mão no meu ombro.
- Te assustei? – Perguntou.
- Eu só estou cansada. – Respondi enquanto ficava na ponta dos pés para beijar sua bochecha.
- Quer esperá-los no carro?
Assenti e olhei para Carlisle, que segurava minha mala, antes de me virar e ir com Jazz.
- Não precisava ter vindo. – Falei – Podíamos alugar um carro ou algo assim.
- Eu não estava ocupado. – Deu de ombros.
O volvo não estava parado muito longe, e eu deslisei para o banco de trás. Achei que Jasper assumiria o volante, mas ele se sentou ao meu lado.
- E então? Como estão as coisas? – Perguntei antes de bocejar.
- Acho que quando diz "coisas" você quer dizer Rosalie? - Eu ri baixo. Era exatamente isso. – Bem, acho que ela teria vindo te buscar se conseguisse controlar a raiva que está sentindo do Ed.
Fiz uma careta.
- Quando isso vai melhorar? – Questionei para ninguém em especial.
- Não sei, honestamente. Mas pelo menos ela está tentando não magoar seus sentimentos. Rose sabe o quanto essa briga toda está te deixando mal.
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Eternidade - Carlisle Cullen
FanficCatarina Woodville havia decidido que apesar dos seus poderes viveria uma vida normal. Infelizmente, o destino quis diferente e ela acabou se vendo afundada no mundo sobrenatural. Mas isso já não era problema, pois agora ela tinha ele: Carlisle.