Capítulo 39

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Antes de entrar na caminhonete de Bella, fui até o meu carro e abri o porta-luvas. A pulseira que eu havia usado no dia do jogo de futebol ainda estava lá e eu sorri com minha sorte. A prendi no meu pulso e retomei meu caminho. Agora, se eu tivesse que entrar em uma briga, ia ser bem mais difícil me machucar – infelizmente, não impossível, mas era o que eu tinha.

Enquanto esperava o sinal de Alice para que pudesse sair, apertei as mãos no volante, ansiosa. Segundos depois, a mensagem chegou no meu celular:

"Vá em direção a New York. Estamos indo para Phoenix."

Por precaução, a apaguei antes de dar partida no carro. O mostro vermelho rugiu e eu desejei internamente que Bella tivesse um carro melhor. Saí da garagem dos Cullen, acelerando o máximo que podia naquela coisa, o que não era muito. O ponteiro não saía dos 60 Km/h, por mais que eu pisasse fundo no acelerador. Conferi a quantidade de gasolina, que era razoável, e me concentrei na energia envolta do carro, me certificando de que a vampira tinha vindo atrás de mim.

Eu podia sentir sua energia contida acompanhando a caminhonete, sob as árvores, alguns metros atrás de mim. Se ela quisesse, já teria me alcançado, mas apostava que tinha medo de ser uma espécie de armadilha. Mordi o interior da bochecha, pensando por quantas horas podíamos ficar nesse jogo. Também duvidava que ela tinha telefone, ou alguma coisa do tipo, para informar seu parceiro sobre o que estava acontecendo, então seríamos só nós duas por um tempo.

Devia ser por volta de meia-noite quando a luz do tanque piscou. Já estava chegando em Tacoma, o que era bom, porque eu também estava com fome. Parei o carro no primeiro posto de gasolina que vi e antes de descer cobri o meu rosto com o máximo de cabelo que pude, aumentando a intensidade do cheiro de Bella em mim. Se a vampira chegasse muito perto, ela perceberia a diferença, mas eu esperava que os humanos no interior do estabelecimento de conveniência a mantivessem longe.

Depois de encher o tanque, passei na loja e comprei o máximo de comida possível. Assim que entrei na caminhonete novamente, tirei o colar que Carlisle havia me dado no bolso. Eu não podia me permitir dormir, era muito arriscado, então usei a joia para guardar a magia que me impediria de cair no sono. Eu poderia ficar cansada e aquilo só funcionaria no máximo por uma semana, mas teria que bastar. Prendi o colar no pescoço e voltei a dirigir.

Quatro horas depois, passei por uma placa que indicava que eu estava chegando a Spokane. A cidade era relativamente grande, comparada com as anteriores. Ponderei se deveria parar ali. Certamente, um humano normal não estaria aguentando, e temi que a vampira em meu encalço desconfiasse de alguma coisa. Por outro lado, faltavam apenas mais duas horas para o dia nascer e uma pessoa coerente escolheria a proteção do sol para descansar. Me segurei nessa segunda alternativa, adicionando o fato de que vampiros, especialmente nômades, não costumavam saber muito de hábitos humanos. Deixei a cidade para trás e entrei no estado de Idaho e em seguida em Montana, parando finalmente em Missoula.

Assim que entrei no meu quarto de hotel, depois de certificar que a vampira estava longe o suficiente para não ouvir – podia sentir a energia dela pulsando a três quarteirões dali, em um beco qualquer – liguei para Alice.

- Cat. – Ela atendeu no segundo toque, seu tom normalmente alegre substituído por um austero.

- Estou em Montana. Ela ainda está atrás de mim, mas não pode me ouvir agora. – Disse, olhando a rua vazia através da janela.

- Ótimo. Estamos quase chegando também. – Eles haviam feito a viagem de um dia até Phoneix em menos da metade do tempo, enquanto a velocidade da caminhonete me retardava. Deuses, depois daquilo, eu daria um carro melhor para Bella.

- Como ela está? – Perguntei.

- Dormindo. E você?

- Estou bem. Vou comer algo e voltar para estrada em três horas.

Eternidade - Carlisle CullenOnde histórias criam vida. Descubra agora