Capítulo 35

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Deixei que algumas lágrimas caíssem enquanto eu andava pela floresta. Queria que Sam melhorasse e, se eu fosse ser honesta comigo mesma, não sabia se me afastar realmente ia resolver alguma coisa. Isso é uma merda. Saí da floresta o mais próximo possível do meu carro, querendo ir embora dali rápido, mas encontrei Paul encostado no capô.

- Ah, não. – Ele disse assim que botou os olhos em mim.

- Ei. – O cumprimentei limpando minhas bochechas.

- Achei que vocês iam se resolver. – Respondeu angustiado.

- Nós resolvemos. – Dei de ombros – Só não foi do jeito que achamos que seria.

– Me desculpe – Ele se afastou do carro, passando a mão pelos cabelos, nervoso – Eu não queria ferrar com tudo, me desculpe.

- Não é culpa sua. Eu deveria ter percebido isso antes.

Ele negou como a cabeça e desviou o olhar antes de responder:

- Realmente achei que você era apaixonada por ele. Queria ajudar.

- Pessoas cometem erros. E como você disse, queria ajudar. Na verdade, foi bom o que você fez. Isso ia acabar virando um problema ainda maior. – O tranquilizei.

Ele assentiu, enfiando as mãos nos bolsos da calça jeans.

- E o que vocês decidiram? – Perguntou.

- Vou dar o espaço que ele precisa. Ele tem que perceber que Emily é perfeita pra ele e vice-versa.

- Você vai embora? – Arregalou os olhos.

- Vou continuar em Forks. Só não vou aparecer na reserva com tanta frequência.

- Você tem outros amigos aqui além do Sam. – Disse franzindo as sobrancelhas para mim – Tipo eu, Jared e o pobre do Jacob.

- Eu vou vir ver o Jacob. – Ri quando sua carranca aumentou – E você e Jared estão mais que convidados para aparecer lá em casa para me fazer companhia.

- Ah, então você dirige até aqui pelo Black...

- Ele não pode dirigir até minha casa.

- Tá bom. – Revirou os olhos – Só porque parte disso é minha culpa.

Sorri e o abracei.

- Eu já vou indo.

- Não vai ficar pra fogueira?

- Melhor não. – Apertei os lábios – Chega de drama por hoje.

Ele aquiesceu, meio contrariado, e se afastou quando eu entrei no carro. Assim que eu já tinha enfiado a chave na ignição, abaixei o vidro e o chamei.

- Paul. Eu deixei uma vasilha com o Jake. Pegue com ele e me devolva. Tá aí um motivo pra você ir me ver.

***

Encarei a foto que eu segurava. Uma versão mais jovem de mim sorria para a câmera, sentada entre aqueles dois homens que haviam, de fato, me criado. Os cabelos loiros, quase brancos, de William brilhavam por causa do sol e Nikolas tinha milagrosamente prendido os longos cabelos negros em um rabo de cavalo. Eu me lembrava perfeitamente daquele dia. Era meu aniversário de dezessete anos e naquela época eles tentavam fazer com que eu tivesse uma vida normal, apesar dos meus desastrosos primeiros treze anos. Então nós tínhamos ido à praia, na cidade de Antalaha, em Madagascar. Tínhamos nos mudado para o país cerca de um ano depois da batalha, provavelmente porque eles acharam que longe de Uliastai e de Aldar, onde minha mãe tinha vivido tantos anos com meu pai, ela fosse voltar a ser o que era. Não funcionou, mas eles faziam de tudo para que eu fosse feliz. Niko havia inclusive renunciado seus adorados ternos pretos para que pudéssemos morar em um lugar tão quente.

Eternidade - Carlisle CullenOnde histórias criam vida. Descubra agora