Virei o corredor, procurando por Carlisle. Alice havia me dito que ele estava no terceiro andar, analisando alguns casos da ala pediátrica, e eu queria avisá-lo que iria voltar para o hotel. Você precisa urgentemente arranjar um celular. Passei por algumas portas, em sua maioria fechadas, antes de achar o número certo. Quarto 112. A porta estava entreaberta e o avistei lá dentro. Carlisle conversava tranquilamente com um menino deitado na maca enquanto conferia algo nos monitores e em sua prancheta. A criança não devia ter mais de dez anos e ria de algo que meu namorado falava. Sorri com aquilo, ele era tão bom no que fazia, em cuidar dos outros.
Os olhos de Carlisle encontraram os meus e ele piscou. Instantes depois, ele saiu do quarto, visivelmente feliz.
- Prognóstico bom? – Perguntei.
- Sim. – Ele sorriu – Amanhã o pequeno Tommy ali já estará em casa.
- Os pais dele devem estar contentes.
- Não mais que ele, garanto. – Riu, pegando minha mão na sua – Mas não acho que é por isso que você está aqui.
- Vou para o hotel. – Dei um meio sorriso – Preciso dormir e quero estar aqui o mais cedo possível amanhã.
- Bem, deixe-me passar minhas anotações para o médico plantonista e já vamos.
- Não precisa ir comigo. Eu sei o quanto gosta de trabalhar e eu vou dormir a noite toda.
Carlise se aproximou de mim e colocou a mão livre em minha bochecha.
- Já estive longe de você por tempo o suficiente. Quero vê-la dormir em meus braços para ter um pouco de paz.
- Você continua preocupado? – Coloquei a mão em seu peito, sentindo o frio de sua pele através da blusa – Eu. – Beijei seu rosto. – Estou. – O beijei outra vez. – Bem. – E outra vez.
- Eu sei. Eu sei que é você forte e pode lidar com isso. – Seus dedos acariciaram minha pele - Mas eu... Eu achei que estivesse morta por torturantes quinze minutos... – Ele fechou os olhos e seu rosto se contorceu, como se lembrar daquilo o machucasse - Não sei se algum dia vou me curar da dor...
- Me desculpe. – Murmurei.
- Não foi sua culpa... Eu a deixei sozinha.
- Já tive essa conversa com Rosalie. – Ele ergueu uma de suas sobrancelhas loiras para mim, sem entender – Foi uma estratégia ruim..., mas não foi culpa de ninguém. – Expliquei – Eu estava tentando provar algo a mim mesma... E estávamos com pressa demais para pensar claramente. – Dei de ombros.
- Vai me contar o que queria provar? – Questionou enquanto seus olhos analisavam meu rosto.
- Vou. Quando estivermos a caminho do hotel.
- Bem, deixe-me ir resolver isso então. – Ele balançou a prancheta, se afastando de mim devagar.
***
Me mexi na cama, sentindo meu rosto afundar no travesseiro macio. Meu corpo pesava, ainda não totalmente desperto, e inconsistentemente estiquei o braço, tateando os lençóis. A mão gélida que eu procurava envolveu a minha e, de olhos fechados, levei meu corpo para perto do dele, colocando a cabeça em seu peito. Senti seus lábios pressionarem o topo da minha cabeça e ronronei feliz em resposta, suspirando em seguida e seu cheiro doce e suave invadiu minhas narinas.
- Bom dia. – Carlisle disse envolvendo-me em seus braços rígidos.
- Mais cinco minutos. – Murmurei, parcialmente inconsciente.
Seu peito tremeu enquanto sua risada saia abafada pelos meus cabelos.
Mergulhei na escuridão mais uma vez, minha mente se abrindo em um campo aberto. A luz da lua banhava meu corpo e eu ergui a cabeça a fim de ver as estrelas. Sem pensar, tentei dar um passo a frente, mas fui impedida por braços frios que seguravam minha cintura com força. Virei-me instintivamente, tentando ver quem me segurava, e um par de olhos vermelhos se encontrou com os meus. Me debati tentando me soltar, porém a vampira ruiva apenas se limitou a sorrir antes de arrancar meu braço, me fazendo gritar de dor.
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Eternidade - Carlisle Cullen
FanfictionCatarina Woodville havia decidido que apesar dos seus poderes viveria uma vida normal. Infelizmente, o destino quis diferente e ela acabou se vendo afundada no mundo sobrenatural. Mas isso já não era problema, pois agora ela tinha ele: Carlisle.