23| sou mais do samba

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lennon.

  Passar essa tarde com a Beatriz foi maravilhoso. Eu senti falta de ter esse tipo de momento, mas só percebi quando estava vivendo com ela.

  Quando eu disse sobre passar a tarde comi namorados foi exatamente isso. Beijar ela sem me importar com nenhum olhar ou câmera. Poder agir como a gente já age, só que com muito mais liberdade.

  Quando a praia começou esvaziar a gente foi mais pra frente na areia ficando um pouco mais perto do mar.

— Sabe quando foi a última vez que eu tive uma tarde assim? — Perguntei fazendo ela prestar atenção em mim.

— Não tenho ideia.

— Eu também não. — Dei de ombros.

— Amanhã é certeza que vai ter a gente no celebs do rio.

— Você realmente se importa com isso? — Olhei ela de rabo de olho.

  Beatriz ficou pensativa por uns segundos.

— Não. Mas eu sei que você se importa. — Ela me olhou também.

— Por hoje eu não vou ligar. Só por hoje!

  Fiquei de frente pra ela totalmente. Senti ela ficar nervosa, mas se amoleceu quando eu passei a mão pela nuca dela e de um jeito mais devagar puxei ela pra outro beijo.

[...]

— Que horas são? — Ela parou o beijo pra me olhar.

  Olhei no relógio e tava meio tonto pelo efeito da boca dela.

— Seis e cinquenta e três.

  Puxei a Beatriz pela cintura pra voltar o beijo de novo.  Trouxe ela até em casa, mas se quer conseguia deixar ela sair do carro.

— Espera. A gente só tem uma hora até a Nicole voltar. — Ela tirou o cinto saindo do carro rápido.

Por uns segundos eu tentei entender o que ela tava querendo dizer. Quase me machuquei tentando descer do carro sem tirar o cinto. Pressa maldita!

Tirei o cinto e fechei o carro. Entrei pra dentro da casa dela e vi a Beatriz subindo as escadas já desamarrando o biquíni da parte de cima. Corri pra onde ela também ia com pressa.

Em segundos eu estava dentro do banheiro da casa dela. Fechei a porta atrás de mim e comecei tirar a roupa como ela. Beatriz totalmente pelada entrou dentro do chuveiro e a água batendo no seu corpo deixando gotículas por partes específicas, fez meu corpo reagir.

— Você não vem? — Ela perguntou com o tom provocante.

Como que eu não vou?

[...]

— Se apoia em mim!? — Pedi vendo as pernas dela fraquejarem.

Beatriz me obedeceu. Fechei o registro do chuveiro e ajudei ela a ir pra fora do box. Sentei ela na tampa privada enquanto pegava duas toalhas no pequeno varal de chão que tinha ali.

— Essa vermelha eu uso no cabelo. Pode usar! — Ela falou com a voz sonolenta.

Sequei o corpo de um jeito rápido e peguei uma outra toalha branca indo ajudar ela a se secar.

Passei primeiro nas pernas dela e depois pelo tronco. Quando eu fui pros braços Beatriz riu.

— O que foi? — Continuei deslizando a toalha pela pele dela.

— É que é engraçado. Toda vez que a gente transa você me trata igual um bebê.

— Você que não se aguenta em pé.

— É, eu sempre fico quebrada depois de gozar. — Ela pareceu falar consigo mesmo.

Continuei secando ela, até passar a toalha delicadamente pelas tranças dela. Beatriz me olhava em silêncio com um sorriso mínimo no rosto.

— Você costuma ser assim sempre?

Ué.

— Assim como?

— Cuidadoso com as garotas que você fica.

— Ah. Bom... Eu era mais assim há uns tempos atrás, quando eu namorava. Mas ultimamente eu não tenho intimidade com mais ninguém. A não ser você.

Era uma verdade. Antes do meu último namoro eu era ainda mais atencioso com isso.

— Hum. — Ela falou ficando quieta.

Ajudei ela levantar e enrolei a toalha no corpo dela. Vi que ela já estava bem o suficiente pra se virar sozinha então só deixei.

Vesti a roupa que eu tinha jogado no chão e sai indo pro quarto dela. Beatriz passava alguns cremes na pele e cantarolava alguma música que eu não conseguia entender. Fiquei na porta assistindo ela se trocar.

Eu poderia ficar ali por muito tempo, mas a voizinha no andar de baixo me chamou atenção.

— Mamãe?

— Eliza?

Tinha a voz de outra mulher e quem era Eliza?

— Tô descendo! — Bia passou por mim pedindo pra que eu ficasse ali um pouco

Entrei no quarto dela reparando pela primeira vez. Minha mãe sempre falou que a decoração da casa de alguém diz muito sobre ela, e o quarto da Beatriz fazia jus à esse pensamento.

Apesar das paredes brancas tinham pichações de frases de algumas músicas fortes como; Rita Lee, Pitty. Aquele quarto era exatamente como ela. A cor branca traziam mó paz pro quarto, mas as pichações intensidade. Uma certa revolta bonita.

— Lennon? — Ouvi ela me chamar. — Vamo? Minha mãe já foi. E desculpa ter te feito esperar, mas a Valquíria não costuma ser um amor.

Assenti dando uma última olhada nas frases.

— Sempre quis saber qual o seu estilo musical favorito. Agora vendo Rita Lee na sua parede eu descobri.

Beatriz pareceu surpresa por eu ter notado.

— Não é o meu estilo favorito. Eu gosto de um rock brasileiro, mas essas frases significam bem mais que músicas pra mim. E eu sou mais do samba também.

precipício. | l7Onde histórias criam vida. Descubra agora