beatriz.
— Acho que eu já vou. — Lennon falou baixo saindo do quarto da Nicole.
— Lennon é meia noite. Tá doido achando que eu vou deixar você ir lá pra Ipanema essa hora?
— Ih, garota. Que que tem? — Ele tentou, mas não escondeu o riso.
— Você não vai. — Falei brincando apesar de estar falando sério.
— Bia, quantas vezes eu não voltei de show esse horário.
Continuei negando.
— Você não quer que eu deixe você me cuidar? Então agora vai deixar eu cuidar de você. — Dei as costas pra ele indo pro meu quarto. — Vou pegar as coisas.
— Tu é chata, né cara?
— Tô preservando o pai da minha filha. — Falei já do quarto e nem precisei estar de frente pra ele pra saber que tava sorrindo.
Separei algumas cobertas pra forrar o sofá e também o travesseiro extra que ele tinha usado quando dormiu aqui última vez. Desci e vi ele no sofá mexendo no celular.
— Levanta aí pra eu arrumar. — Pedi tirando a atenção dele de alguma coisa provavelmente no instagram.
— Pode deixar que eu arrumo. Tu tá cansada, vai deitar! — Ele falou levantando.
Coloquei as coisas em cima do sofá e fui até ele dando um beijo em sua bochecha.
— Boa noite, Ldez.
— Boa noite, Eliza! — Ele riu. — E nem revira o olhinho porque eu vou te chamar assim sempre que você me chamar de Ldez.
— Chato! — Foi a última coisa que eu disse antes de subir pro meu quarto.
Separei o pijama em cima da cama e fui pro banheiro. Ele tinha razão, eu tava um caco. E eu juro que pensei que estaria mais disposta depois que a Nicole sarou. Não tô comendo nada e nem que eu durma por dez horas, eu sempre vou estar cansada. Provavelmente eu vou ter que parar de fazer hora extra no serviço, tá me matando!
Entrei no chuveiro e fiquei ali por mais de quarenta minutos. A água quente não me deixou sair.
Voltei pro meu quarto e passei um creme no corpo e também no rosto. Faz anos que eu não faço um skyn care de verdade, mas é sobre isso e tá tudo bem!
Vesti meu pijama e fui caçar o meu remédio pra alergia. Toda vez que eu como pimenta e não tomo acordo com a cara inchada.
Rodei meu quarto atrás e não encontrei. Então só poderia estar dentro da caixa de remédio que fica na cozinha. Bufei odiando a ideia de ter que descer. Mas fui mesmo assim.
A sala só estava com a luz fraca da televisão. Lennon tava deitado e quando eu fui me aproximando vi ele dormindo com a mão no rosto. Ri indo pra cozinha. Peguei o remédio na caixinha e fui pegar um copo d'água.
Me debrucei sobre a pedra preta de mármore que separava a cozinha americana da sala. Tomei o remédio e fiquei uns segundos olhando ele dormir. Era fofo. Dava um quentinho no coração.
Percebi que ele tava murmurando alguma coisa e como uma boa fofoqueira que sou abandonei meu copo d'água pra ir ver o que ele tava falando. Ajoelhei na frente do rosto dele e prestei atenção nas palavras.
Me senti palhaça. Ele parou de falar.
Encarei o rosto dele de novo e desse vez senti meu coração disparar por alguns segundos. Ele era lindo, muito lindo. E eu tinha tanta vontade de beijar aquela boca e nunca mais parar. Mas me contentei em apenas passar a mão pelo rosto dele de um jeito leve.
— Eu te amo, idiota. — Murmurei.
E eu já disse umas vezes que amava ele, só que não era nessa intenção que eu estou falando agora. Sempre foi amigável.
Levantei dando um beijo no pescoço dele. Virei de costas pronta pra ir embora.
— Bia? — A voz rouca dele me fez paralisar.
Puta merda, ele ouviu!
Virei pra ele de novo e a carinha tava amassada.
— Deita aqui comigo. — Ele murmurou ainda sonolento.
Encarei por uns segundos me perguntando se seria uma boa ideia. E era evidente que não, mas eu fui mesmo assim.
Lennon foi pro canto me cedendo um espaço perfeito. Deitei ali e ele me cobriu.
Me aninhei nele e só então consegui relaxar uma tensão que eu não tinha percebido estar nos meus ombros. Suspirei seu cheiro de perfume agora mais leve. Lennon colocou a mão na minha cintura dando um carinho confortável o suficiente pra eu sentir meus olhos começarem a pesar.
Quando eu tava quase que dormindo ouvi ele dizer de longe:
— Eu também te amo, maluca.
Não consegui abrir os olhos pra responder, só capotei.
$.$
e o "vamos com calma" foi pro cu. mas eu n julgo.
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precipício. | l7
Fanfictiono amor é como um precipício. as vezes a gente pensa que esta voando, mas na verdade esta caindo.