beatriz.
— Lennon? — Acordei ele.
Tinha olhado no relógio e eram onze da noite.
Tínhamos ficado a tarde inteira nos acalmando agarrados na Nicole e quando ela acordou foi só pela misericórdia. Ela desgatou a gente num nível que dez da noite estávamos os três dormindo. Mas eu acordei de um sonho muito maluco.
Minha boca tava salivando e eu sentia vontade de chorar de vontade de tomar o açaí que o Lennon tava comendo aquele dia. No sonho eu tava comendo com tanto desejo...
— O que foi? — Ele levantou assustado.
— Eu tô com muita, muita vontade de tomar açaí. — Expliquei passando a mão no rosto.
Eu odiava coisas tão doces. Mas eu precisava daquele açaí.
— Ah, Bia. Olha que horas são... — Ele voltou deitar.
— Lennon, por favor. Teu filho tá com desejo daquele açaí doce que você comeu aquele dia. — Balancei ele de novo.
— Amanhã eu compro, Bia. Sério, eu tô exausto.
Bufei.
— Tudo bem. — Levantei da cama.
Calcei meu chinelo e desci pra cozinha. Procurei no armário algo bem doce, pelo o menos pra disfarçar a vontade.
Só tinham os biscoitos e algumas balas da Nicole. Acabei pegando um dos biscoitos e um saco de bala. Acendi a luz da sala e sentei no sofá ansiosa pra sentir aquele gosto doce na minha boca.
Abri primeiro o biscoito e quase cuspi fora. Apesar de ser doce, não era o suficiente. Acabei apelando pras balas. E elas era muito doces, mas não matava a vontade de tomar aquele bendito açaí.
— Meu deus, neném. Olha o que você tá fazendo a mamãe fazer. — Falei baixinho com a barriga.
Eu nunca falava com a barriga. Na verdade acho que essa é a primeira vez.
— Cara... — Lennon disse descendo as escadas colocando uma camiseta. — Eu não acredito que eu tô saindo agora, pra comprar açaí.
Sorri animada deixando de lado o que eu tava comendo.
— Por isso eu te amo, cara. — Fiz um coração pra ele. — Trás do mesmo jeito que você pediu. Por favor!
Ele pegou a chave na mesinha me olhando com a cara amassada.
— Torce pro lugar ainda estar aberto! — Ele falou destrancando a porta. — Já volto.
[...]
Eu me sentia uma criança esperando seu doce. E se for reparar era isso mesmo.
Guardei o biscoito e as balas. Fiquei sentada na sala ansiosa. Minha boca não parava de salivar imaginando que eu colocaria aquilo na minha boca.
Era uma sensação atípica pra mim. Quando eu tava grávida da Nicole não senti desejo de absolutamente nada. Na verdade tirando a dor nas costas eu não senti nada a gravidez toda. Essa eu tô me sentindo um pouco diferente.
Liguei a televisão e fiquei concentrada num filme que já tava pela metade, mas parecia ser bom.
Depois de alguns minutos a porta abriu e ele apareceu com uma sacola branca. Quase pulei do sofá pra pegar o açaí.
— Graças a Deus. — Peguei a sacola e voltei pro sofá animada.
Tinham dois potes grandes e duas colheres. Abri o primeiro e sem nem me importar com mais nada comecei atacar o açaí. Acho que nunca na vida eu comi algo com tanta vontade.
Lennon sentou do meu lado no sofá.
— Vai nem agradecer, né?
Ri me inclinando na frente dele. Dei um selinho inesperado na sua boca.
Eu tava tão feliz que eu não sabia explicar. Só estava muito animada.
— Obrigada. Eu e sua filha agradecemos muito. — Voltei a tomar o açaí prestando atenção no filme. Senti ele continuar me encarando. E eu sei porque.
— Maluca! — Ele murmurou rindo. — Me da o outro açaí aí?
Encarei ele com indignação.
— Não era pra mim?
— Caraca, te comprei um de setecentas e tu não quer me dar o outro? — Agora quem tava indignado era ele.
— Um só não vai matar minha vontade. Mas pode comer metade. — Dei de ombros voltando atenção na televisão.
— Cara, você é abusada. Eu vou te falar, viu? — Ele pegou o açaí do meu colo e começou comer junto.
Devorei aquele açaí em minutos. E quando eu terminei o Lennon ficou bravo deu pedir o açaí que ele tava comendo. Mas ele tinha que me entender, eu tava morrendo de vontade, literalmente.
Em menos tempo ainda eu acabei com o segundo açaí. Estava me sentindo satisfeita e feliz.
— Meu deus, isso tava perfeito. — Coloquei o pote vazio na mesinha de centro.
Lennon não disse nada, só ficou com a cara fechada olhando pra televisão.
— Tá bravo ainda? — Sentei mais perto dele.
— Claro, mano. Tu pegou o açaí da minha mão. — Ele estalou a língua ainda não me olhando.
Segurei o queixo dele obrigando me olhar.
— Era pra nossa bebê. — Fiz um pouco de drama na voz.
Lennon tentou segurar, mas acabou rindo fraco.
Dei mais um selinho nele. Só que dessa vez ele foi mais rápido segurando minha nuca e aprofundando pra um beijo tão gostoso quanto aquele açaí.
Puxei o cabelo curto da nuca dele e recebi uma puxada no lábio inferior. De um jeito inesperado até por mim, eu subi no colo dele. Lennon suspirou pelo contato mais aprofundado.
As mãos dele deslizaram pelas minhas costas pra lateral do meu corpo, e ele parou a mão na minha cintura me deixando frustrada. Eu queria a mão dele mais embaixo. Então rebolei sabendo que seria mais óbvio dele descer pra pegar na minha bunda.
E batata. Lennon agarrou minha bunda forçando mais contato e eu rebolei com mais intensidade. Quando eu comecei a sentir ele criar vida embaixo de mim o meu pé da barriga esquentou.
Separei o beijo descendo a boca pro pescoço dele. E o Lennon estremeceu quando a minha língua deslizou pela pele dele.
— Cacete, Beatriz! — Ele murmurou forçando o quadril no meu.
Eu já estava sensível, então quando a rigidez dele me tocou eu gemi baixinho com a boca no pescoço dele ainda.
— Não geme que se não eu não aguento. — Ele falou baixo no meu ouvido.
— Quem disse que é pra aguentar? — Revidei no ouvido dele também.
Acabei rindo quando senti ele pulsar na minha intimidade.
Lennon me inverteu de um jeito rápido. E iríamos seguir o roteiro. Só que um enjoo forte me fez ver que não.
Empurrei ele no sofá e subi correndo pro banheiro vomitando todo o açaí.
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vamo respeitar a criança caralho
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precipício. | l7
Fanfictiono amor é como um precipício. as vezes a gente pensa que esta voando, mas na verdade esta caindo.