beatriz.
semanas depois.
— Fala pra mim qual o brinquedo que tu quer, que o pai compra você. — Lennon mostrou algumas prateleiras da Rihappy.
Nicole um patins e o Lennon prometeu que quando voltasse de viagem iria ensinar ela andar.
— Bia? Tu tá bem mesmo? — Lennon me chamou pra realidade.
Na verdade não. Minha pressão tava caindo o dia inteiro, tudo porque eu não conseguia comer nada. Até tentava, mas perdia a vontade em duas garfadas.
— Tô, ué.
— Cara, tu tá pálida. Você não comeu direito de novo Beatriz? — Ele ficou sério.
— Eu não consigo. Eu já tentei. — Me encostei no sofá colocando o celular um pouco do meu lado. Eu tava fraca demais pra segurar.
— Bia? Fala sério, da pra levantar e ir tomar um banho? — A voz do Lennon começou ficar um pouco longe. — Beatriz?
Eu não consegui responder. Senti meu corpo ficar fraco até pra olhar pra câmera.
— Nicole? — Ele gritou a pequena.
— Oi, Lelê?
— Filha, você consegue chamar alguém? Sei lá, a sua avó. A Fernanda?
— Não precisa. — Murmurei.
— Eu posso ir na casa da Fê. Por quê?
— Preciso que você faça uma coisa muito importante pra mim. Chama ela e fala que a sua mamãe tá passando mal, tá bom?
Senti minha visão escurecer por alguns segundos. Quando enxerguei tudo de novo consegui olhar pro Lennon que tava com a cara mais seria do mundo, parecia até bravo.
— Eu tô voltando. — Falei me sentando direito no sofá. Lennon continuava sério.
— Mano, fica suave aí. A Fernanda vai pra aí, toma um banho. Come alguma coisa de sal. — Ele negou com a cabeça. — Já te disse mil vezes pra comer direito, cara.
— Tu acha que eu não quero não?
— Beatriz, aí mora só você e a Nicole. Tu não pode dar um vacilo desses, porra. — Ele falou irritado. Mas suspirou.
Pra ele falar palavrão é que ele tava puto mesmo.
— Olha desculpa, tu tá passando mal e eu tô aqui te dando sermão. Só respira fundo aí e vê se tu vai melhorando, qualquer coisa tu me passa o número da Fernanda e eu peço pra ela ir aí.
Assenti. Eu sei que eu tinha dado realmente um vacilo. Meu cansaço tem me matado esses últimos dias, ficar sem comer num calor como o de hoje do Rio de Janeiro era pedir pra ser zingará mesmo.
— Eu vou comer. Juro. — Falei prendendo o cabelo num coque mal feito.
— Bia? — Ouvi a voz da Fernanda entrando em casa.
— Oi. — Sorri fraco apoiando a cabeça no sofá de volta.
— Fernanda? — Lennon chamou ela pelo celular.
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precipício. | l7
Hayran Kurguo amor é como um precipício. as vezes a gente pensa que esta voando, mas na verdade esta caindo.