⚠️O capítulo contém 1.257 palavras⚠️
Chegamos na sala e fui bombardeada por Nolan e Esmey correndo em minha direção.
— Pérola, o que houve? Estávamos preocupados, amiga. — Esmey me abraça forte.
— Ela estava cansada das nossas caras de riquinhos nojentos e por isso pulou do avião. — Nolan abrira a boca para dar o ar de sua graça.
— Para de fazer piada com coisa séria, hein! — Eltom que estava ao seu lado, lhe dera uma cotovelada para o repreender. E, foi engraçado ver Nolan se encolher por ter sentido uma pequena dor próximo a sua costela.
— Oi, Pérola, estou feliz por estar aqui conosco. Ficamos todos preocupados quando soubemos o que houve. — Elora também, me abraça.
— É, Nolan, eu estava mesmo querendo fugir da chatice de vocês, meus chatos que eu amo! — Os abraço apertado.
— Mamãe Pélola... Tia None... — A voz da pequena loirinha nos tira do nosso momento de reencontro entre amigos. Ela pula do colo do tio Andrei e começa uma corrida desenfreada até nós duas.
— Minha Bellinha, linda. — Simone abre os braços e espera a pequena criança lhe dar um abraço apertado como sempre. Bella tem um sorriso lindo nos lábios. Dos braços de Simone a menina pulou para o meu e seus bracinhos envolvem o meu pescoço e ela se aconchega em mim e eu nela.
— Filha, como você está cheirosa. Está linda. Quem arrumou seu cabelo? E quem escolheu essa roupa linda? — Encho minha pequena de perguntas.
— Titia Elola, titia Foricis, titia Emi, titio Tom e titio Nola, a roupa da Bella. — Simone e eu caímos na risada junto com os demais, nos divertindo com a voz da menina tropeçando ao dizer os nomes das tias. Eu amo ouvir minha filha falar e confesso que a melhor parte é ouvi-la comer letras das palavras.
— Um time completo para dar conta da Bella Ivy. — Simone comenta aos risos.
— Titia Elora, titia Florence, titia Esmey, titio Tom e titio Nolan, cuidaram bem da minha filhotinha?
— Cuidalo. — Disse gesticulando a cabeça para cima e para baixo em positivo. E, foi mais um motivo para nossos risos. Simone pressiona os lábios na bochecha da Bella dizendo que vai morder. Bella se adianta e também, finge que irá morder a bochecha da professora.
— Alguém lembrou de pegar a nossa mala?
— Sim. A sua está no seu quarto, a da professora Simone, já está em sua casa, pois, assim que chegamos, apareceu responsáveis para recebe-la. — Diz Esmey. Lhe agradeço por pegá-la para mim.
— Ah, sim, Esmey. Liguei para um amigo que me fez o favor. — Simone explica.
— Olha o que a mamãe trouxe para a Bella... — Mostro uma medalha e a menina corre em minha direção.
— A medala amalela, mamãe? — A criança pergunta empolgada. Florence chegara exatamente na hora.
— Não, Bella. Não é a medalha amarela. Esta é a melhada prata.
— A medala pata. — Repetiu olhando o objeto e seu olhinho estava brilhando.
— Medalha prata, é? — Minha irmã perguntara de onde estava encostada na parede um tanto distante de nós.
— Sim, e, esta é bem especial. — Acredito que meus amigos fofoqueiros já disseram que eu não havia ganhado a medalha de ouro.
— O boca aberta do Nolan já havia dado com a língua nos dentes para sua irmã. Já aviso. — Adverte Esmey.
— Eu já deduzi. X-9 morre cedo, Nolan. — Lhe miro uma olhada intimidadora e ele apenas ri me mostrando o dedo do meio quando Bella ainda está empolgada olhando para a medalha e não poderia ver seu gesto feio.
— O que importa é que Bella gostou. Olha como ela está feliz com seu prêmio. — Todos nós voltamos a atenção para Bella que brincava e sorria com a medalha na mão. Sua inocência é tudo o que preciso para aprender ser cada dia melhor como ser humano. As crianças têm tanto para ensinar, quando têm bons exemplos.
— Deve ficar mesmo, porque esta medalha, é especial. — Diz Simone alçando toda a atenção para si.
— É sim, esta é de fato muito especial. — Confirmo orgulhosa.
— É pecial, mamãe?
— E o que uma medalha de prata tem para ser tão especial, que uma de ouro não possa ser? Porque acredito que aí, teve apenas relaxo da parte de alguém que não conseguiu colocar em prática as técnicas que aprendeu durante a vida inteira... — Florence falou e ninguém disse nada, o silêncio passeava por nós, até sua amiga e sócia, Elora, lhe cutucar com uma cotovelada discreta e olhares repreensivos, fazendo Florence resmungar um tanto incomodada. Os dois irmãos são tão parecidos com seus pares. Sorrio internamente reparando neste detalhe em relação a Elora e seu irmão caçula Eltom.
— Eu vi uma aluna, muito corajosa e boa de esporte, abrir mão de sua medalha de ouro, mesmo quando a luta já estava praticamente ganha, para ser a pessoa mais altruísta e bondosa que eu já vi na vida. O gesto da Pérola em abrir mão da medalha mais cobiçada do torneio, mostrou o real valor para ela. Não é o ouro ou qualquer preciosidade em matéria que a define. É a honra e o caráter. É a empatia que a faz conquistar a maior gloria que se possa imaginar. — Simone terminou de dizer cada palavra e eu podia sentir uma emoção em sua voz. Meus olhos encontraram os seus e eu sorria para ela.
— Que lindo. Pérola é uma lindinha mas a pizza chegou. — Avisou Yakov cortando o clima de emoção, ele foi para a portaria animado para recebê-las.
— Agora, que já vi a minha pinguinho de gente, posso ir embora.
— Fique para jantar conosco.
— Prometi a Bartira que chegaria a tempo para a janta. Ela me fez prometer. Desculpe, preciso ir. Gostaria de que fosse comigo mas, acredito que não seja uma boa idéia.
— Acho que não é. Então, ficará para uma próxima. — Lhe beijo os lábios e me despeço.
Fui até o lado de fora da casa acompanhar a Simone, o seu carro chegou e ela se foi. Me deixando aos suspiros pensando em toda a loucura que vivemos nos últimos três dias. Fora uma viagem bem mais intensa do que imaginei que seria.
— Abrir mão quando se tem o controle, foi o maior ato que nosso pai nos ensinou em uma batalha, seja ela material ou espiritual. Você alcançou patamares inalcançáveis. Eu tenho muito orgulho de você, irmã. Você é a maior vencedora desse torneio.
Florence se aproxima de mim enquanto os demais se entretêm em suas conversas com assuntos aleatórios. Dissera orgulhosa me dando um forte abraço. Ela só tem marra mas quando soube dos meus motivos, me olhou diferente.
— Não está brava por eu ter perdido a ouro?
— Não. Se fosse por incompetência, estaria chateada, não vou mentir. Pegaria no seu pé por não ter rendido ao tanto de esforço que vem tendo ao longo dos anos. Porém, sou capaz de compreender seus motivos. Não sou uma carrasca.
— Você é uma carrasca, sim, Flossie. — Começo a rir e Florence, também.
— Ah, para. Eu nem pego pesado com você. Se visse os treinos da Escolt, veria que lhe dou mamão com leite ninho.
— Escolt? Vai me falar sobre isso depois, não vai?
— Quem sabe depois, por agora, aproveite a pizza e a Bellinha. Depois conversamos. E, parabéns por sua atitude. — Ela beija minha cabeça.
Seu olhar tem calor, tem amor, tem orgulho e tem verdade. Minha irmã dá uma de durona mas no fundo, é uma manteiga derretida, tem o coração mole. Florence é a pessoa mais doce que eu já conheci na vida.
— Obrigada, sestra. Tenho orgulho de saber que a medalha de ouro está brilhando lá em Pernambuco.
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𝕺 𝕱ragmento 𝕻erdido
Ciencia Ficción𝕺 𝕱𝖗𝖆𝖌𝖒𝖊𝖓𝖙𝖔 𝕻𝖊𝖗𝖉𝖎𝖉𝖔 Pérola Scarter leva uma vida normal na agitada cidade de São Paulo. Sua vida é marcada por fortes acontecimentos, ainda assim, tenta esquecer o passado e seguir em frente. A morte de seu pai, um famoso cientista...