𝕺 𝕱𝖗𝖆𝖌𝖒𝖊𝖓𝖙𝖔 𝕻𝖊𝖗𝖉𝖎𝖉𝖔
Pérola Scarter leva uma vida normal na agitada cidade de São Paulo. Sua vida é marcada por fortes acontecimentos, ainda assim, tenta esquecer o passado e seguir em frente.
A morte de seu pai, um famoso cientista...
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Do lado de fora da parede de vidro, a noite havia caído, mas eu ainda podia distinguir o extenso e luminoso Obelisco, contíguo ao parque Ibirapuera.
Me aproximo da janela e encaro o monumento no meio da paisagem, erguendo-se na vasta escuridão da noite estrelada, iluminado por diversas luzes brilhantes que acendem toda a área e avenidas movimentadas. Ao redor, árvores e um lago de uma reserva natural, realçam a beleza do lugar.
O Obelisco Mausoléu aos Heróis 32, mais conhecido como Obelisco de São Paulo, foi esculpido 72 metros de altura em puro mármore travertino e, é símbolo da Revolução Constitucionalista de 1932.
Sua existência tem atraído curiosos por sua história, para exibição anos após anos. Dos diversos prédios residenciais entorno, não apenas eu, mas todos que moram em seus apartamentos, conseguem ter a mesma visão de suas varandas ou janelas.
Eu adoro essa cidade. Sinto sempre boas energias me elevarem. O clima de verão ou inverno, suas manhãs de caminhadas de variadas gentes, pessoas de todas as idades fazendo exercícios para manter a boa forma, mães empurrando carrinhos de bebes, madames empunhando coleira de seus animais de estimação, enquanto o animal acompanha a vida com empolgação, latindo e abanando suas caldas, felizes.
Numa tarde de descanso deitado no gramado apreciando as águas quietas do lago ou as noites muito badaladas pelos jovens que transitam pela região em busca de um mínimo de diversão entre amigos.
O interfone toca me tirando de meus devaneios, ao atender, o porteiro anuncia a minha visita. Ao abrir a porta, me deparo com uma mulher, sua postura é altiva e muito séria.
— Visita de Florence, a essa hora, só pode ser bronca. O que fiz de errado, patroa? — Minha irmã me olhava sem nenhum riso em seus lábios.
— O que te deu na cabeça para sair brigando com seus colegas de classe? — Minha querida irmã expõe sua fúria.
— Uau, as notícias correm rápido mesmo! — Estou espantada. É sério que a essa hora, Florence está querendo fazer o papel de irmã mais velha durona?
— Responde, garota. O que estava passando nessa tua cabeça?
— Raiva, revolta, rancor, e para sair da letra “R” um pouco de autodefesa? Já parou para pensar que não tenho sangue de barata para aguentar todas as chacotas dessa gente?
— Pérola, já falamos tanto sobre isso, porque não me ligou antes de agir?
— Ah, você queria que e eu te ligasse no meio a uma confusão quando uma garota sem noção estava atracada aos meus cabelos na intenção de me dar uma surra? Conveniente, muito conveniente. — Bato uma palma falsa sem entusiasmo algum.
