Capítulo Dois.

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Tudo bem, o que Peter sabia até o momento?

Primeiro: ele estava na torre Stark, morando com o Sr. e a Sra. Stark. Segundo: ele tinha irmãos.
Terceiro: aparentemente, alí ele não tinha super poderes, era só o filho completamente normal de Tony e Pepper Stark.

Como ele sabia disso?

Depois de horas de enrolação e apreensão, ele finalmente decidiu se arrumar e descer até o andar de baixo. Ele teria que fazer isso de qualquer jeito, não podia se esconder naquele quarto pra sempre. A primeira coisa que ele viu quando entrou na cozinha foi um tanto quanto chocante, afinal não é todo dia que você acorda na torre Stark e toma café da manhã com os vingadores. Pelo menos ele acreditava que não.

- Oi, Bela adormecida. - cassou Tony, se divertindo com a cara confusa do filho.

- O que? - pergunta sem reação. Como isso era possível? Tony estava realmente alí? Mas como? Tony morreu, Peter viu com seus próprios olhos a vida se esvair dos olhos do seu mentor. - como...?

- Senta logo, - fala um garoto jovem, um pouco mais velho que ele próprio. - não quero me atrasar por culpa sua.

- Anda Peter, - interrompe uma garota morena, apontando pra cadeira ao lado do garoto loiro. - já estamos atrasados e você sabe que o Happy odeia esperar.

- Happy? - pergunta confuso. Então eles conheciam o segurança? Faz sentido, ele era amigo do Sr. Stark antes de todo rolo com o Thanos. Mas isso ainda não explicava o porque dele estar alí, e porque daquelas pessoas o conhecerem. Ele tinha certeza que já tinha visto aquela garotinha morena ao lado de Pepper no velório de Tony, devia ser a filha dele. Ele até tinha visto ela mas não lembrava de ter conversado com a menina, será que os pais da garota tinham falado dele pra ela? Mas e quanto ao menino loiro? Talvez ele também estivesse no velório de Tony, mas Peter também não lembrava de ter falado com o garoto. Mas então como eles sabiam seu nome?

- Você tá mas estranho que o normal, - comenta Rhodey, checando pra ver se seu sobrinho estava bem. - tudo bem?

- Hm? - murmura desnorteado. - Ah, sim, claro, tô legal...

- Que bom, porque vocês estão atrasados e o Happy vai ficar me enchendo o saco se vocês não forem agora, então peguem a mochila e vamos zarpar. - comenta Tony apresado.

- Mas o Peter nem comeu. - contrária Pepper, preocupada.

- Toma aqui, - Tony vem em minha direção e bota uma nota de cem pratas na minha mão. - compra alguma coisa pra comer na escola tá.

- O que? - pergunto chocado. - não precisa de tudo isso Sr. Stark, eu estou bem.

- Você me chamou de que? - pergunta confuso, olhando pra mim seriamente. - desde quando você me chama assim?

Desde sempre?

- Ahn, - gemi paralisado, tentando entender do que ele queria que eu o chamasse. - Tony...?

- Ótimo, agora além do Harley você também me chama pelo nome. - reclama contrariado.

- Fala direito com seu pai Peter. - repreende Steve, me olhando severamente. - na minha época, quando as crianças respondiam os adultos, eles lavavam nossa boca com sabão.

- Steve está certo, - concorda Pepper decidida. - se despeça direito do seu pai, Peter Benjamin Stark!

Mas que porra...

- Estamos esperando Peter, - chama atenção Natasha.

- Responde logo idiota, - briga o garoto loiro. - vamos nós atrasar!

- É, - bufa a garota, parecendo emburrada. - se despede do papai de uma vez!

Meu deus, o que tá acontecendo?!

- Ahn, tchau p-pai...? - gaguejo, tentando soar o mas naturalmente possível.

- Assim tá melhor, - elogia Pepper. - agora dá um abraço no seu pai e vem aqui me dar um beijo.

- Tchau mini-gênio, - fala Tony, se aproximando e me dando um abraço apertado. - boa aula. Happy vai trazer vocês no horário de sempre e quando você e seus irmãos chegarem vamos fazer alguma coisa juntos, pode ser?

Eu... E meus irmãos?

- Claro, - concordo perdido. - pode ser.

- Ótimo, - se anima, desgrudando do abraço e bagunçando meus cabelos. - agora vai se despedir da sua mãe.

Concordo, indo até Pepper e estendendo minha mão, que logo e descartada e eu volto a ser abraçado. Ela era mais alta que eu, arriscaria dizer que ela era até maior que o Sr. Stark, seus cabelos eram macios e ela tinha cheiro bom. Estranhamente, isso tudo era muito familiar, mesmo que eu nunca nem sequer tenha trocado meia dúzia de palavras com ela. Era como se eu a conhecesse a anos, me sentia seguro perto dela, podia ficar naquele abraço pra sempre.

- Tenha um bom dia, meu amor. - sussurra no meu ouvido, numa estranha voz maternal. - se comporta, e fica de olho na sua irmã.

- Pode deixar. - respondo sem pensar, mas interessado no conforto de seus braços.

- Maravilha, - exclama amorosa, se separando do abraço e indo até o menino loiro e a garotinha. - agora vocês dois, venham aqui dar um abraço na mamãe.

- Boa aula Peter, - deseja Wanda, que estava abraçada de lado com visão. - agente se vê mais tarde.

- Não se mete em encrenca. - acrescenta Pietro, que Peter não tinha visto chegar. Visão só dá um sorriso amigável e um aperto de mão.

- Pegou todos os materiais? - pergunta Bruce, relembrando o sobrinho.

- Não vai esquecer de nada. - aconselha Steve.

- Presta atenção na aula. - diz Bucky.

- Se alguém mecher com você é só me dizer que eu vou na escola e resolvo. - avisa Natasha.

As vezes eu tinha medo dela, mas eu sei que a ruiva só era superprotetora com quem amava.

- Se passar mal ou precisar sair mais cedo é só mandar uma mensagem e vamos buscar você. - tranquiliza Sam.

- Ou ligar! - acrescenta Wanda.

- Tudo bem, eles já entenderam, vocês falam isso todo dia. - diz Tony.

Todo mundo sabia que ele só parecia ranzinza, mas no fundo amava saber o quanto todos se importavam com seus filhos.

- Vamos logo! - apresa a garotinha.

- Vem de uma vez Peter! - chama o garoto loiro.

- Tô indo. - fala apresado, se despedindo de todos e seguindo até o elevador, onde seus "irmãos", estavam o esperando.

Seja lá onde estivesse ou como tinha parado lá, tinha que descobrir como voltar. Só ainda não sabia como.

Como (não) ser um heróiOnde histórias criam vida. Descubra agora