- Sanduíche?
- Valeu Betty, - agradeço gentil, enquanto a loira distribui sanduíches para todos na garagem. - eu tava morrendo de fome!
- Nem me fala, - concorda Andrew com metade do sanduíche na boca, enquanto Gwen limpa os pequenos ferimentos em seu rosto. - metabolismo acelerado as vezes é uma maldição.
- Será que alguém aqui se lembra do que aconteceu minutos atrás? - pergunta MJ, encostada em uma mesa alta de madeira com os braços cruzados em descontentamento.
- Lembrar de qual parte específicamente? - pergunta Ned, sentado em uma poltrona com Betty ao seu lado. - do Harley ser um super-herói, do fato de que provavelmente os Vingadores vão ficar na nossa cola agora que o Peter salvou o garoto de ferro, ou do Andrew ter sido salvo por outro Homem-Aranha que por um acaso não é o Peter?
- Calma aí, vamos ir com calma Ned! - repreende Gwen, vendo o garoto respirar fundo com a ajuda da amiga. - uma coisa de cada vez.
- Bom, eu diria que o principal foco no momento é o Homem-Aranha 3.0, - fala MJ, se lembrando das gravações em tempo real de minutos atrás. - procuramos outros homens aranhas por toda parte e não encontramos nada, e de repente um deles pula bem na nossa frente!
- Sorte de principiante? - sugere Andrew, tentando descontrair o clima pesado com a ajuda de Betty, que concorda exageradamente com a cabeça.
- Não, isso seria muita conhecidência.
- A menos que ele já soubesse da gente e estivesse lá justamente porque sabia que estaríamos lá. - sugiro em voz alta, pensando mais para mim mesmo do que para os outros.
- Faz sentido, mas... - murmura Ned, nós olhando de forma confusa. - se for verdade então porque ele não nós procurou? Quer dizer, ele podia ter vindo até a gente se soubesse que estamos no mesmo barco, não faz sentido fazer isso sozinho quando ele sabe que podemos ajudar.
- Talvez ele só estivesse confuso e perdido, pode ter descoberto sobre a gente a pouco tempo e por isso não nós procurou. - rebate Betty, recebendo um aceno de entendimento do namorado. - fora que não sabemos se ele realmente sabe de alguma coisa.
- Andrew, ele disse alguma coisa importante que deixamos escapar? - pergunta Michele, olhando para o homem que limpava o canto da boca com as costas da mão distraidamente.
- Agora que você falou, ele disse alguma coisa sobre estar procurando uma pessoa, - concorda pensativo, lembrando das palavras do homem, aparentemente, mais velho.
- Que pessoa? - pergunto curioso, vendo o restante do grupo se aproximar anciosso.
- Ele não disse, - responde sincero, enquanto os demais murmuram em decepção. - mas parecia ser importante, ele parecia apressado.
- Tem certeza de que foi só isso? - insiste MJ, tentando o persuadir a falar. - não disse um lugar, um nome, um número ou talvez um sinal de que voltaria?
- Pior que não, mas ele deixou a entender que nós veríamos de novo.
- Quando?
- Ele não disse! - exclama exaltado, vendo a morena se jogar no sofá desanimada. - não falou nem duas frases inteiras, eu não sei o que você quer que eu diga.
- Tudo bem, isso não vai nós levar a lugar nenhum. - resmunga Leeds, suspirando em cansaço. - seja lá quem ele seja ou onde esteja ele não parece anciosso para nós conhecer e temos assuntos mais importantes do que esse no momento.
- O que se passa nessa sua cabecinha genial, amor? - pergunta Betty, fazendo uma leve massagem nos ombros do garoto.
- Antes era só teria mas... - suspira frustrado, olhando cada um de nós antes de voltar a falar nervosamente. - agora temos certeza de que a Hydra tem envolvimento com tudo isso.
- Tipo uma conspiração?
- Não exatamente, - explica anciosso, olhando para os próprios pés em concentração. - eu andei raqueado um sistema codificado da S.H.I.L.D, já tinha raqueado antes mas não tinha encontrado nada muito relevante, então encontrei uma pasta antiga que não era acessada a anos e percebi que talvez isso tudo seja tanto um problema para nós quanto pra Hydra...
- Ned?
- A um bom tempo atrás ouve um tipo de corrente magnética muito forte ou algo assim, pelo menos foi o que pensaram, éramos crianças quando aconteceu, por isso não lembramos. As luzes do país inteiro apagaram por exatos quinze minutos antes de voltarem como se nada tivesse acontecido, só aconteceu uma vez e foi rápido demais para realmente ser considerado algo importante, mas ninguém nunca soube explicar o que causou o apagão.
- E o que isso tem haver com a gente? - pergunta Andrew, confuso.
- Acontece que algumas pessoas relatam que viram clarões aparecerem nos céus nesse dia, mais especificamente, pessoas do interior que morram em grandes fazendas, em lugares isolados. Acontece que ouve poucos depoimentos e nenhuma prova evidente de que fosse acontecer novamente, o governo abafou o caso e pagou aos envolvidos para se manterem de boca fechada. Disseram que todos os relatos tinham sido feitos por fazendeiros velhos e birutas que provavelmente só tinham enchido a cara, o estado acreditou já que os relatos foram todos feitos por fazendeiros pobres e velhos que não tinham onde cair mortos, todos acharam que os homens tinham mentido para conseguir algum dinheiro com as notícias e fofocas.
- Ned, vai direto ao ponto! - pede MJ, impaciente.
- Isso foi a catorze anos atrás, desde então as pessoas se esqueceram do apagão e o estado fechou o caso como "anormalidade não identificada", o processo de investigação foi cancelado e o assunto não veio mais a tona. - conta rapidamente, nós olhando em suspense antes de continuar com anciedade. - isso até esse ano, onde uma garota filha de fazendeiro relatou que viu, de acordo com ela, "uma luz azul brilhante nos céus," e eu comparei as palavras dela com com os relatos antigos, as palavras são praticamente iguais, falam de luzes brilhantes nos céus.
- Se isso não era importante antes, porque seria agora? - questiona Gwen, interessada.
- Os relatos não foram tão específicos a catorze anos, só falavam das luzes e nada mais, nada sobre o tempo, cor ou duração do acontecido. Por outro lado, dessa vez a garota que relatou foi muito mais específica, e algo que me chamou a atenção foi o fato dele descrever "um ponto preto caindo da coisa brilhante", ou seja, alguém!
- Acha que foi o portal que nós trouxe até aqui, que esse alguém era a gente? - pergunto chocado, trocando um olhar rápido com Andrew antes de voltar a olhar para Ned.
- Não é só isso... - sussurra Michele em compreensão, olhando para Leeds em um mudo sinal de confirmação, que logo é concedido. - você disse que essa mesma coisa aconteceu a catorze anos?
- Exatamente! - concorda nervoso, vendo os olhares confusos irem da morena para ele e vice-versa. - foi a catorze anos e coincidentemente voltou a acontecer catorze anos depois.
- Um período de catorze anos, acha que é de propósito?
- Pode ser, ou talvez seja só coincidência. - sugere inserto, coçando o queixo em irritação. - mais o mais importante é, se foram vocês que saíram do portal, o que saiu dele a catorze anos?
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Como (não) ser um herói
Teen FictionPeter Parker se vê em uma enrascada quando dorme e acorda em um universo repleto de reviravoltas. O nome dele agora é Peter Benjamin Parker Stark? Ele tem irmãos? Tem mais de um homem aranha? Como ele vai voltar pra casa? Com inúmeras perguntas sem...