Capítulo Dezesete.

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- Tudo bem então... - começa ele, agora sem máscara, só uma calça jeans azul e uma blusa branca confortável. - o que agente faz?

Estavamos em uma cafeteria aconchegante no centro da cidade, havíamos trocado nossos uniformes por roupas normais e vindo aqui discutir o que faríamos a partir dali, ele parecia tão confuso e perdido quanto eu, batucando os dedos sobre a superfície da mesa. Olho em volta, tentando pensar no que fazer, talvez um plano para voltar pra casa ou ideias de como fomos parar aqui do mesmo jeito, na mesma hora e no mesmo lugar, e sendo sincero, eu não fazia ideia.

- Não faço ideia. - digo apreensivo, voltando a olhar pra ele.

- Como assim não faz ideia? É praticamente impossível duas pessoas de universos diferentes aparecerem em um lugar desses assim, do nada! - exclama aborrecido, voltando a comer sua pizza.

- E como eu vou saber? - questiono óbvio, tentando pensar em uma solução.

- Tudo bem, - suspira fundo, me olhando fixamente. - o que agente sabe até o momento?

- Bom, nós nos chamamos Peter Parker, moramos com nossa tia May e somos o Homem-Aranha. - listo o básico, contando as coisas nos dedos. - estou esquecendo de alguma coisa?

- Deixa eu pensar. - murmura ele, limpando as mãos em um guardanapo em cima da mesa. - como você conseguiu seus poderes?

- Aranha geneticamente modificada. - respondo prontamente, sugando o refrigerante pelo canudinho. - e você?

- Também. - concorda pensativo, alisando seus cabelos. - algum inimigo específico?

- Bom, teve uma vez que o pai da minha namorada tentou me matar e virou um vilão chamado Abutre. - conto pensativo, vendo seu olhar incrédulo sobre mim. - e também uma vez que eu confiei em um cara que eu pensava ser meu amigo, mas no final ele era só um farsante que queria roubar meus óculos de nanotecnologia, o nome dele é Mystério.

- Uau, e como vocês se conheceram? - pergunta curioso, apoiando a cabeça nas mãos.

- Ele foi inicialmente apresentado como um herói, expert no Multiverso e meu aliado, até enfim se revelar um vilão com o nome verdadeiro de Quentin Beck. - explico calmo, o olhando com interesse. - e você, algum vilão especial?

- Teve uma vez com um vilão chamado Lagarto... - murmura desinteressado, olhando pro lado de fora das janelas de vidro.

- Por que o nome dele era lagarto?

- Depois de perder o braço durante a guerra do Vietnã, o Doutor Curt Connors passou a estudar a capacidade de regeneração dos répteis. Aí ele criou um soro para regenerar o braço. Mas o soro não deu certo e o doutor ganhou uma aparência reptiliana e adotou o nome de Lagarto, causou o maior caos em Nova York. - conta divertido, tomando seu refrigerante. - também teve uma vez com um vilão chamado Electro. Maxwell Dillon ganhou poderes depois um acidente na companhia de luz em que trabalhava, e desde então assumiu a identidade do vilão Electro.

- Legal, mas... - murmuro acanhado, tentando falar o que tanto me encomendava. - será que é possível que um desses vilões tenha trago agente pra cá?

- Bom, não tenho certeza mas pelo que eu saiba, nenhum desses vilões tinha esse tipo de poder. - diz sincero, pensando na possibilidade. - e mesmo se fosse, não faz sentido nós dois sermos tragos pra cá.

- Putz, então basicamente não fazemos ideia de como fomos parar aqui. - murmuro desanimado.

- Poisé... - concorda comigo, me olhando fixamente. - tem ideia de alguém que possa nós ajudar?

- Bom, tem uma pessoa... - respondo pensativo, me lembrando que ainda não tive tempo para visitar o doutor estranho.

- Sério?! - exclama esperançoso, me olhando animado. - quem?

Como (não) ser um heróiOnde histórias criam vida. Descubra agora