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Touya me ajudava durante todos os dias da gravidez.
Quando eu levantava de madrugada para ir vomitar, ele levantava junto comigo é ficava acariciando minhas costas, não importava a hora do dia, ele sempre estava lá.
Teve uma vez que tive um desejo incontrolável no meio da noite, é ele foi comigo.

- Amor. - Sacudi seu braço.
Ele resmungou algo e virou o corpo na minha direção. - Eu quero sorvete.

- Oque? - Ele perguntou meio confuso.

- Eu quero sorvete. Sorvete de manga.

- S/n, são quase uma da manhã.

- Mas eu quero sorvete. - Choraminguei.

Ele se sentou na cama e mexeu um pouco no cabelo. Então disse "vamos".

- Amor, você quer bolo? - Perguntei enquanto estávamos dentro do mercado.

- Eu quero dormir.

- Eu acho que você quer bolo. - Falei colocando a embalagem na cesta que Touya estava carregando.

- Eu quero dormir. - Ele disse rindo levemente.

- Culpe a neném, não a mim!

Ele só riu um pouco e me puxou pela cintura para lhe dar um beijo.

Então fomos embora.

Ele se tornou meio ciumento também. Bom, mais que o normal pelo menos. Um exemplo disso é no dia que fomos contar sobre a neném para a liga dos vilões.

- Meu parabéns, S/N. - Falava toga toda animada, então ela veio na minha direção e me deu um abraço. Touya estava atrás de mim, com os braços cruzados apenas observando a cena.
No meio das pessoas ele continuava sendo um pouco frio, mas quando tinha só nós dois ele era outra pessoa.

- Meus parabéns. - Disse Shigaraki, ele então veio me abraçar, mas não conseguiu porque Touya acendeu uma chama na mão, como se o estivesse o ameaçando. - Babaca. - Disse Shigaraki, então se afastou sem me dar um abraço.

Todos comemoraram muito na verdade, ficaram felizes pelo fato de agora a liga ter alguém para continuar o legado.

Touya todos os dias falava com a minha barriga. Todos os dias quando deitavamos ele subia em cima de mim e conversava com a minha barriga.

- Hoje sua mamãe me encheu o saco. - Ele começou. Di um tapa de leve em sua cabeça.

- Não fale palavrões pra ela.

- Tá vendo? Já está brigando comigo de novo. - Ele falou rindo levemente para minha barriga. - Descobrimos que você é uma menina. Qual nome quer que a gente coloque? Sua mamãe e eu estávamos pensando em Emma. - Ele deu uma pausa. - Talvez Margot, mas ela não quer aceitar esse...

- Ela chutou! - Eu gritei interrompendo ele.

- Oque?!

- Ela chutou! Bem aqui olha. - Coloquei a mão dele em cima do local.

- Chuta na mão do papai, vai filha. - Ela não chutou. - Ah qual é, por favor Emma.

- Fala o segundo nome de novo. - Tentei.

- Margot? - Ela então chutou. - Ela quer se chamar Margot! - Ele gritou todo feliz. - Oi Margot, quem é a filhinha do papai? - Ela chutou de novo. Aquela foi a primeira vez que vi Touya chorar por nossa filha.

Uma vez ele me ajudou a tomar banho, minha barriga já estava grande, eu mal conseguia lavar os cabelos porque tinha que ficar em pé por um tempo. Ele então me ajudou. Me mandou entrar na banheira, ele então pegou a mangueirinha do chuveiro é molhou meu cabelo, ele lavou meu cabelo na maior paciência possível.

Depois de um tempo, os médicos a qual eu ia me falaram que a qualquer momento eu poderia entrar em trabalho de parto.
É então isso aconteceu.

- Touya! - Chamei. Ele estava na cozinha tirando alguns cookies do forno. Eu iria lá ver como estava o processo, porém no momento em que me levantei, água caiu no chão. Eu não estava com um copo na mão.

- Oque foi? - Ele perguntou vindo na minha direção.

- A bolsa.

- Caralho eu vou ser pai. - Ele falou mais pra si do que pra mim. - Certo, vou pegar as coisas dela, fica aí no sofá.

Ele então foi correndo pegar tudo dela, pegou algumas roupas minha também. Ele me ajudou a levantar do sofá novamente, e então no momento em que ele iria fechar a porta do apartamento eu me lembrei dos cookies.

- Os cookies também! - E ele foi correndo pegar os cookies.

- Você precisa se acalmar. - Falei enquanto ele estava dirigindo.

- Não dá! Ela tá nascendo. Como você tá calma?! - Ele perguntou. 

- Eu sei lá.

É então ele continuou o caminho todo inquieto. Chegamos ao hospital e imediatamente vieram me levar para a sala de parto.

- Vocês estavam quase ganhando ela. Se não chegassem a tempo ela nasceria no carro. - Disse o médico enquanto se sentava em um banco no meio das minhas pernas. - Certo, faça força por favor.

É então eu empurrei. É porra que dor do caralho!
Touya ficou ao meu lado o tempo todo. Me ajudando e as vezes beijando minha testa, por mais que eu estivesse soada.
E então um tempo depois o médico me entregou uma menina no colo. Dabi não sabia como chegar perto dela. Mas então ele chorou quando a viu pela primeira vez. Chorou mesmo, ele passava as mãos pelos olhos freneticamente para ver se conseguia parar de chorar.

- Oi filha. - Ele falou. E então ela abriu os olhinhos enquanto estava no meu colo.

- Você vai preferir ele é? - Falei depois de ter visto a cena. Ela não havia dado sinal de que tinha me ouvido antes. Puxa saco.

Touya passou todos os dias em que eu estava no hospital segurando ela. Ele morria de medo de deixar ela cair. E sempre ficava com receio na hora de entregar ela para alguma enfermeira.
Decidimos que o nome dela seria Margot, afinal foi esse o nome que ela escolheu.
Nos anos seguintes, Touya foi o melhor pai que ela poderia ter.
Ele que fazia ela dormir todas as noites mexendo o berço de um lado para o outro. Quando ela fez dois anos, Touya é eu compramos uma cama para ela. Ele é quem fazia ela dormir todas as noites de novo. Ele deitava na cama dela e na maioria das vezes dormia primeiro. A primeira palavra dela foi "papai", ele ficou extremamente feliz nesse dia. Ela era a princesinha dele. Nossa princesinha.
Touya era um pai ciumento, odiava que ela brincasse com amiguinhos garotos.
Uma vez, quando Touya fez aniversário, eu e ela preparamos café da manhã na cama para ele. Ela subiu na cama com dificuldade e pulou em cima dele, falando " Feliz aniversário Papai!", ela tinha apenas três anos na época. Nesse café da manhã tinha um pote de sorvete de manga.
No momento em que ela colocou uma colherada do sorvete na boca ficou doida. " Esse é o melhor sorvete do mundo" Gritava ela animada, ela ficou tão animada que comeu boa parte do pote toda sozinha, a parte que ela não comia ela derrubava na cama e sujava o rosto inteiro. Touya é eu só sabíamos rir dela.

Touya mudou, ele se tornou um pai. As pessoas mudam, Touya aprendeu a amar, aprendeu a amar uma criança, aprendeu a ser um pai, aprendeu a contar seus segredos, mesmo que seja somente para a S/n ( mas ela já pegou ele contando que estava triste para Margot) ele aprendeu que pode pagar de Durão para todos, menos para ela, aprendeu a entender como funciona o perdão, mesmo que ele não perdoe seu pai.
S/n aprendeu a amar também, aprendeu a confiar, aprendeu que não precisa ser forte o tempo todo, aprendeu a ser uma mãe.

As pessoas mudam o tempo inteiro, é se você quiser permanecer ao lado delas, tem que mudar também.
É Touya soube disso, por isso mudou por ela.

Obrigada por terem lido, não irei fazer mais capítulos, dei o final que eu sempre quis dar para a fanfic.
De novo, agradeço muito pela repercussão que a fanfic teve.

Stupid-Dabi Onde histórias criam vida. Descubra agora