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Fui para a sacada do meu quarto para poder finalmente fumar em paz,não me lembro quando foi a última vez que fumei hoje...
Levei um cigarro à boca é acendi,o ar gelado da noite já estava aparecendo,sentar ali,no meio de algumas plantas,enquanto via o pôr do sol foi mais calmo do que eu imaginava.
Não lembro ao certo quando comecei a fumar,só sei que hoje não consigo parar...Acho que as inúmeras brigas com a minha mãe fizeram isso...
Ao perceber que se formavam nuvens no céu,entrei para dentro,poucos minutos depois começou a chover,aproveitando o clima perfeito para ler,me lembrei de que tinha alguns livros na estante ali,fui até lá a procura de um livro,porém nenhum me chamou a atenção.

Sem nada para fazer,fui tomar um banho e ir dormir,porém algum tempo depois acordei assustada e com as mãos sangrando,meus pesadelos voltaram,é preciso parar de me machucar enquanto durmo.
Decidi sair um pouco,este lugar está se tornando cansativo,lembrei que preciso ir em casa buscar algumas roupas é o meu notebook.Peguei meu celular para olhar as horas...Caramba Já são 03:00! Como eu dormi tão pouco?a chuva que antes caia fortemente lá fora,já tinha cessado também.

Vesti minhas roupas novamente é sai do quarto devagar,imagino que todos estejam dormindo,porém quando cheguei a parte do bar que havia ali na casa,Dabi estava lá com um copo de uísque na mão,não queria falar com esse cara logo agora,então apenas dei as costas é sai da casa,oque me rendeu um olhar observador da parte dele,quando eu já estava perto de casa,senti uma mão segurar meu pulso,ao me virar para quem segurou meu pulso (é dependendo de quem visse desse um murro na cara do sujeito),me deparei com Dabi.

- Oque você quer?- Perguntei de forma seca,por que esse cara está me seguindo?Já não basta roubar meu isqueiro?

-Caso tenha esquecido,eu sou o "seu babá" - Di um sorriso de canto ao ver ele fazer aspas com os dedos ao falar aquilo,ele parece entediado o tempo todo. -Por que você está saindo a noite sozinha?caso tenha esquecido você ainda está sendo analisada,se sair assim vamos começar a suspeitar de você s/n.

- Eu só estou indo em casa buscar as minhas coisas Dabi - coloquei as mãos na nuca é olhei para ele com um olhar mais intenso do que antes. - Me daria a gentileza de me acompanhar então,babá?

Ele não respondeu,apenas fez um sinal com a cabeça me indicando para prosseguir.O caminho todo foi em absoluto silêncio,em todos os nossos 10 minutos de caminhada senti ele me analisando,porém não estava com vontade de fazer aquele joguinho com ele,não agora. Ir em casa depois de tudo,é meio difícil...sou tirada dos meus pensamentos ao ouvir Dabi me chamar.

-S/N?

- Oque foi?- finalmente olhei para ele.

- Oque aconteceu com suas mãos? - ele perguntou apontando para baixo,indicando minhas mãos,sem entender oque ele estava querendo dizer,olhei para baixo é vi o estrago que fiz nas minhas palmas por causa do maldito pesadelo que tenho dês dos 8 anos de idade.Dês de que aquilo aconteceu comigo.

-Nada - Di de ombros,não quero falar sobre isso com ele,com ninguém na verdade.

Continuamos andando por mais alguns minutos,até finalmente chegar na minha casa,por sorte não encontramos minha mãe em casa.

-Entra,eu prometo ser rápida,é não mexa em nada por favor!

Fui para meu antigo quarto é peguei uma mochila é coloquei algumas coisas,meu traje de vilã/heroína,já não sei mais oque eu sou.Porém quando eu estava colocando o notebook na minha mochila,ouço a porta da casa se abrir de forma imprevisível é nada delicada.Eu conhecia aquele modo de abrir a porta,conhecia quem abria a porta daquele jeito,é já congelei.

Faz anos que não vejo meu pai,agora me lembro...foi por culpa dele que comecei a fumar,por culpa de todas as formas que ele me tocava...
Por culpa de todas as pessoas que não ouviram o choro de uma criança de 8 anos,ou porque ignoravam quando eu dizia que eu é ele tínhamos brincado juntos...porém depois que ele me forçou a fazer aquilo com ele,enquanto eu chorava é pedia para ele parar,eu descobri q o papai não era legal assim,é que o mundo era pior ainda por não acreditar em mim...

Senti mãos no meu quadril,me virei de forma apressada para ver quem era,era ele...realmente era ele,o homem que estragou a merda da minha vidinha inútil.
Me soltei das mãos dele é fui pegar alguns anéis meu,eu precisava sair dali,sem perceber,eu já tinha começado a machucar minhas mãos.

- Dabi,vamos!

- Oe,não quer aproveitar um tempo com seu pai?

- Só vamos,caralho - acho que ele não quis perguntar mais,ao ver que aumentei meu tom de voz,é só quando eu saísse dali,iria saber que minhas mãos sagraram ao ponto de pingar meu sangue no chão.

Depois de alguns minutos andando,Dabi para de andar é me encara,o encarei novamente como quem diz "porque parou?",ele então apontou para minhas mãos.

- Vamos ir ali,vem - eu odeio o modo em que ele sente que tem algum controle sobre em mim,é de alguma forma...eu sei que ele de fato tem.

[...] andamos até uma praça deserta,ele então me guiou para uma farmácia,logo depois de ele pegar algumas ataduras,é álcool,saímos da farmácia,havia um bar por ali também,me pergunto o por quê havia tantas coisas abertas a essa hora da madrugada,eu imagino que já seja 04:00 da manhã talvez.
Entramos nesse bar é ele pediu uma garrafa de vodka,não perguntei o porque de ele estar comprando essas coisas,apenas o observei.

Fomos então para a praça novamente é ele me mandou sentar em um dos bancos que havia ali.

- Se importa? - perguntei ao tirar um cigarro da jaqueta e o colocar na boca.

- Vá em frente. - Ele disse de forma simples. Esse jeito dele me deixa curiosa ao seu respeito.

- É então,babá,por que estamos em uma praça deserta no meio da madrugada? - Perguntei enquanto soltava a fumaça do cigarro.

- Se me chamar de babá mais uma vez,eu juro que te mato - Adoro o modo em que ele me ameaça ou fala as coisas como se não fossem nada.

- Oferta tentadora,porém, antes de me matar,tem como você me fuder primeiro? - Perguntei simplista. Traguei o cigarro novamente enquanto observava as árvores se mexeram por causa do vento. - É então?por que estamos aqui?

- Me dá suas mãos s/n.

- Já vai me pedir em casamento assim?saiba que eu gosto de alianças da cor preta. - Eu ri enquanto olhava a expressão de tédio no rosto dele,porém entreguei minha mão esquerda para ele fazer oque bem entendesse.
Observei ele abrir a garrafa de vodka é dar um gole,ele me ofereceu,bebi um pouco enquanto voltava a me concentrar nas árvores,logo em seguida,senti minha mão arder,quando fui ver oque ele estava fazendo,vi que ele jogou álcool no meu "machucado"... Então era por isso as ataduras,ele iria dar um jeito no meu machucado. Logo depois de acabar com o meu cigarro é joga-lo em algum lugar,entreguei a mão direita para ele,que fez as mesmas coisas de antes,jogou álcool e depois enfaixou minha mão esquerda também.
Peguei a garrafa de bebida dele,acho q só percebi que estava exagerando após sentir ele puxando a garrafa da minha mão e murmurar um "eu também quero "

- É então s/n...Vai me contar o por que ,quem eu acho ser seu pai,estava com as mãos na sua bunda,é te apalpando daquele jeito? É por que suas mãos estavam tão machucadas? - Não ousei olhar para ele,pois sabia que ele não estava me observando,voltei a olhar as árvores até pensar em uma resposta plausível...

- Sinceramente? Por que se importa,Babá?

Stupid-Dabi Onde histórias criam vida. Descubra agora