Acordo no meio da noite e não sinto Gabi comigo. Levanto meu tronco e vejo a luz do banheiro iluminando por baixo da porta. Deito novamente e a aguardo. Os minutos começam a passar e nada dela voltar. Me preocupo. Será que está chorando pelo que aconteceu? Ou será que passou mal novamente? Levanto e vou até lá. Bato a junta do meu dedo na porta.-Gabi, você está bem?- silêncio. - Gabi? - falo mais alto e mais silêncio vem em resposta.
Abro a porta e nada no mundo me preparara para a cena que está diante de mim. E aquele sentimento que há muito tempo aprendi a controlar, está percorrendo todo o meu ser: medo.
Estou forçando a minha mente a processar o que vejo, mas não consigo. A única coisa que consigo processar é o sangue. Gabi está sentada no meio do sangue, imóvel, seu rosto pálido e totalmente sem vida.
- Não!- o grito é meu e eu nem mesmo o senti saindo do fundo da minha garganta. Ajoelho ao seu lado. - Gabi! Gabi! - grito. Tento movimentar seus ombros, mas a cabeça pende pro lado.
Procuro de onde vem o sangue. Se está ferida. Mas não consigo ver de onde vem e aquilo só serve pra me angustiar mais.
-Gabi! - grito.
- Estou com sono. -ela sussurra sem abrir os olhos.
- Não, Deus, por favor, não a deixe dormir. Não a tire de mim. Por favor. - imploro a Deus.
Tentando recuperar o controle, pego-a nos braços e a coloco delicadamente na cama. Visto uma calça jeans e um camiseta. Preciso levá-la a um hospital. Então me lembro que o irmão mais velho da minha Gabi é médico e está na casa dos pais em Jersey. Pego o celular da minha mulher e encontro o nome do irmão.
São quase cinco horas. Ainda está escuro lá fora. Porra! Ele não atende o telefone e o meu desespero aumenta.
-Por favor, amor, fique comigo. Não me deixe. - suplico ajoelhado ao lado dela na cama. -Eu preciso de você. Fique comigo. - imploro com medo, totalmente perdido.
- Alô, Gabi! -finalmenre Jean atende.
- É o Aaron. Há sangue por toda a parte. -falo sem controle das minhas emoções.
-O que porra você fez com a minha irmã? - ele grita do outro lado da linha.
-Eu preciso de ajuda. -aquele maldito medo dentro de mim. -Ela estava no banheiro, desacordada e cheia de sangue. -falo, desesperado.
- Você precisa se acalmar.
-Me acalmar? -grito e me arrependo na mesma hora, pois Gabi se mexe, incomodada. -Eu preciso de ajuda.
- Por onde ela está sangrando?
-O que?
-Aaron, preciso saber por onde ela está sangrando. Você tem que estancar o sangue.
Estou tão em pânico que não faço a mínima idéia.
- Eu não sei. -digo em desespero. -Parece que nas pernas, mas não consigo ver nenhum corte.
-Onde vocês estão? - ele pergunta, firme.
-Manhattan, em frente ao Central Park.
-O hospital mais perto é o Mount Sinai. Sabe onde fica?
-Sim.
- Leve-a pra lá agora mesmo. Vai haver um médico esperando por vocês.
-Sim.
Eu não desliguei o celular, simplesmente o coloquei no bolso da minha calça.
- Vamos, amor, você vai ficar bem. - digo pegando-a nos braços. Desço no elevador com minha mulher nos braços e suplicando a Deus que ela fique bem. Vou embalando-a e beijando seu rosto.
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Preconceitos (em ANDAMENTO)
RomanceTrês histórias de preconceitos que serão vencidas pelo amor.