24. Gabi

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Malika estava sendo extremamante gentil e agradável comigo. Os filhos gêmeos dela eram uma fofura e fiquei brincando com eles. Mas quando os gritos vieram do escritório, meu coração que já estava apertado se contorceu dentro do peito. Claramente a mãe de Aaron não me aceitava,  o que realmente eu não entendia. Ela nem me deu uma chance.

- Desculpe,  Malika, acho que preciso de ar. - falo sem esperar resposta.

Ainda a escuto me chamando, e espero mesmo que ela me perdoe pela falta de educação,  mas não consegui ficar ali ouvindo a briga entre Aaron e a mãe.

Eu não iria embora sem ele, mas eu não consegui ficar dentro da casa da mulher que estava esbravejando contra mim. A intenção era esperar por Aaron dentro do carro, mas assim que saí uma agonia nauseante me fez colocar pra fora tudo o que eu tinha no estômago. Vomitei até ficar exausta. Uma senhora com uniforme veio me ajudar.

- Oh, querida. - ela ficou alisando minhas costas enquanto eu estava inclinada pra frente colocando pra fora ao que parecia ser minhas entranhas. -Raymond, vá buscar um copo de água pra moça.  - ouvi a senhora ao meu lado falar com alguém que estava distante pelo tom alto de sua voz.

Eu não parava de vomitar. Aquela situação realmente me fez mal.

- Gabi! - senti Aaron chegar perto de mim e me apoiar. - O que houve? Não se sente bem? - a voz dele era de preocupação. - Claro que não. Que pergunta idiota. - ele me aproxima dele e me segura em seus braços encostando minha cabeça em seu peito, permitindo que eu me acalmasse ouvindo as batidas do seu coração. - Me perdoe, amor. Eu sinto muito.

Eu não estava em condições de falar nada.

-Beba um pouco de água, querida. -a senhora que havia ficado ao meu lado enquanto eu vomitava voltara a falar.

Olho pra ela e assinto.

-Obrigada, senhora. - digo levantando a mão pra pegar o copo, mas Aaron é mais rápido que eu e o segura entregando-o pra mim.

Eu seguro o copo e bebo um pouco.

- Pode cuspir aqui mesmo, amor. -ele me incentiva.

Eu o faço, pois o gosto de vômito está horrível em minha boca.

Eu devolvo o copo pra ele e Aaron o devolve pra senhora.

-Obrigado, Trudy.

- De nada, menino. Espero que sua linda noiva fique bem.

-Ela vai ficar. -vejo-o dar um sorriso nem um pouco convincente. - Vamos, amor.

Eu agradeço à mulher que ele chamou de Trudy e Aaron me conduz até o carro. Sento e ele insiste em colocar meu sinto de segurança. Depois contorna o carro e entra. Olha pra mim com preocupação.

- Você precisa ir ao médico?

Sorrio nesmo sem nenhum clima pra isso, mas a preocupação dele aquece minha alma.

- Foi só um mal estar.

- Tem certeza? - assinto. -Eu sinto muito. -assinto novamente. Aaron pega minha mão e beija. -Eu te amo.

-Também te amo.

Ele dá partida e dirige pra fora da propriedade da mãe. Estamos em silêncio. O incômodo que estou sentindo não foi embora e, claramente, Aaron está chateado.

-Eu sinto muito. - digo depois de uns dez minutos.

Aaron não olha pra mim. Vejo sua boca se contrair e seu cenho franzir, então ele encosta o carro e se vira pra mim. Ele pega meu rosto e beija suavemente minha testa.

Preconceitos (em ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora