Preconceitos (em ANDAMENTO)

23. Aaron

Assim que pus meus olhos naquele quadro meu coração deu um salto. Eu não conseguia falar tamanha a emoção que estava sentindo.  Aquela imagem de nós dois abraçados só me confirmava que a nossa história era pra sempre. Pude ver meus olhos olhando pra Gabi e vi amor mesmo que na época eu não conseguisse enxergar isso. Simplesmente meus olhos não desgrudavam daquele quadro.

- Eu não sabia o que comprar,  então tive essa idéia. Pensei que você pudesse colocar no seu escritório em Nova York pra olhar pra mim enquanto estivéssemos longe. - ela desandou a falar.-  Você não gostou? - olhei pra ela. Gabi estava entendendo mal meu silêncio. -  Não precisa colocar. Foi só uma sugestão.

Minha mão vai pra sua nuca e eu a puxo pra mais perto de mim. Eu a beijo com ternura, lambendo seus lábios e minha língua dançando com a dela. Paro o beijo aos poucos. Olho pra ela e sorrio.

- Foi o presente mais lindo que já ganhei. Obrigado.

Gabi sorri meio sem jeito.

- Verdade?- eu sorrio assentindo. - Não está falando isso pra me agradar? - nego ainda sorrindo. - Pode colocar onde você quiser, pode ser no seu quarto.

- De jeito nenhum. É lindo demais pra não ficar num lugar de destaque. - ela sorri mais verdadeiramente,  como se estivesse aliviada.

- Como você conseguiu isso?

- Eu não sabia o que te dar de presente, então veio a idéia de uma foto nossa. Lembrei que na casa que ficamos tinha câmeras de segurança na área externa. Fui até a agência e, depois de muito custo,  consegui as filmagens. Por sorte as consegui, depois de um mês elas são deletadas.

- Por sorte não transamos no jardim.- brinco e ela cora.

-Aaron. - fala, envergonhada.

Ouso dizer que foi um dos melhores aniversários da minha vida, pois eu tinha em meus braços a mulher que eu amava. Um amor que chegou sem eu esperar,  sem eu ao menos procurar. Gabrielle foi tomando conta de meus pensamentos, modificando tanta coisa em mim, de pequenos hábitos a atitudes. Me vi perdendo o controle da situação onde antes a segurança e a certeza comandavam todos os aspectos da minha vida.

Em nenhum momento sequer imagine que chegaria em minha vida alguém como ela. Tão linda em tantos aspectos,com  tamanho poder de abalar com todos os sentimentos dentro de mim.

Estamos abraçados em frente à lareira em silêncio. Um silêncio gostoso e calmo. Depois de termos comido bolo e champanhe.

- Posso te fazer uma pergunta? - ela gargalha.  - Ei, o que foi? - indago apertando-a em meus braços.

- Sempre que alguém começa assim, não pode vir coisa boa por aí. -ela explica com seu sorriso lindo e seus olhos brilhantes.

- Deixa pra lá. - meio que me arrependo de ter falado. Pode ser contrangedor pra ela.

-Ah, não.  - Gabi diz saindo do meu abraço  e ficando de frente pra mim. - Isso me irrita, sabia? -sorrio com a seriedade dela. - Começar uma coisa e não terminar. Pergunta,  vai. - ela aperta minha barriga com a intenção de fazer cócegas.

- Tá bom, eu pergunto. - falo sorrindo e afastando suas mãos numa tentativa dela parar.

- Na primeira vez que fizemos amor você disse que nunca chegara ao clímax. Eu sei que é meio bobo perguntar se é verdade então deixa pra lá.

- Nós fizemos amor na primeira vez? -ela me olha tão linda que meu coração aquece.

-Sério que foi isso que você notou na frase toda?

- Eu notei tudo, mas essa parte eu amei.

Sorrio e faço um carinho no seu rosto.

-Sempre fiz amor, só não tinha percebido.