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Sidney sweeney
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Minhas mãos estavam trêmulas, meus olhos estavam marejados, talvez porque eu já sentia o que viria pela frente. Mexi minha perna freneticamente pensando se iria querer seguir com isso mesmo e acabar com toda minha paz que eu demorei tanto tempo pra conseguir.
Mas sim, eu não vou continuar me enganando. Eu não posso fazer isso. Abri a porta do carro e bati encarando o motel em minha frente.
— Boa noite moça, quer reservar um quarto? — Uma mulher de porte médio e cabelos castanhos se curvou pra frente mascando uma chiclete — Temos o presencial de luxo apenas, pois o de luxo acabou de ser reservado por três horas. — Riscou algo aleatório na caderneta.
— Quem... Você podia me dizer se entrou aí uma mulher de cabelos cacheados, com um volume grande, preta, boca grande, sabe? — Ela parou de desenhar e me olhou.
— Ih, de novo tendo que passar retrato falado? Tô até vendo... Sim, ela entrou com um rapaz assim, branco, óculos, cabelo um pouco grande... — Olhou pra os lados pensando — Eles tão no quarto 123. — Me passou a chave que acredito ser reserva.
— Obrigada, de verdade.
— De nada. — Andei rápido limpando as lágrimas já sentindo uma dor antecipada — Ei! — Virei pra mulher — Só não quebra nada por favor.
— Fica em paz... — Andei — Nunca iria gastar meu dinheiro por quebrar coisa de motel depois de descobrir um chifre. — Segui as placas passando pelos corredores e ouvindo gemidos, gritos até...
Engoli em seco seguindo pelos vários corredores. Respirei fundo antes de olhar pra a porta 122 e a próxima... Cheguei próximo a porta e ouvir aqueles gemidos, aqueles barulhos eram inconfundíveis, eu ouvi ele por anos.
Coloquei a mão no rosto sentindo as lágrimas tomarem as redias do meu rosto e descerem descontroladas. Eu nunca pensei que passaria por isso, ela era a mulher que eu escolhi pra minha vida... Bom, eu achava pelo menos.
Solucei mas tratei de engolir o choro. Era isso que ela queria, foi assim que ela escolheu e isso não é motivo pra que eu esteja chorando, de pessoas assim eu quero muita distância.
Destranquei a porta e abri vendo a cena mais traumatizante e assustadora da minha vida. Assustadora pra o meu coração porque eu sempre acho que o nosso cérebro sabe de tudo, mas ele esquece de contar pra o coração que é o que mais devia saber e ele acaba sendo surpreendido e se quebrando em mil pedaços por a força da decepção.
Eu vi uma vez em um vídeo de uma psicologa que ela dizia que o que causa a dor de uma decepção amorosa, não é a decepção amorosa em si e sim o inesperado.
Talvez a decepção seja o sentimento mais forte pois quando ela bate no nosso peito, ela faz nosso corpo se quebrar em mil pedaços. E foi aquilo que eu senti naquele momento.
